Conheça a história da construção de grandes obras e saiba o que esses megaprojetos ensinam sobre gestão na construção civil
Ao observar o desenvolvimento de grandes obras que impactaram a história da engenharia nacional e internacional, é possível perceber o quanto uma gestão eficiente e o uso da tecnologia são fundamentais para quebrar barreiras e impulsionar a inovação na construção civil.
Sabendo disso, reunimos neste artigo os posts que fizemos sobre alguns dos mais importantes megaprojetos de construção, que são uma amostra do potencial de mudança e impacto da engenharia no mundo e trazem lições incríveis. Essa é uma ótima maneira de aprender mais e se inspirar.
Navegue pelos conteúdos listados para conhecer os detalhes e a história por trás da construção de sete grandes obras e entender o que elas ensinam sobre gestão, inovação e o avanço da tecnologia na construção civil.
Burj Khalifa: uma obra colossal, cheia de desafios e inovações
Com 828 metros de altura, o Burj Khalifa é duas vezes mais alto que o Empire State Building (de Nova York, EUA) e mede o equivalente a cerca de sete campos de futebol.
Como você deve imaginar, a construção do maior prédio do mundo trouxe desafios tão grandes e significativos quanto o tamanho dessa obra.
Dentre os principais obstáculos enfrentados pelos responsáveis deste projeto, destacam-se, por exemplo:
- Como enfrentar a força do vento em uma torre tão alta;
- Como criar uma fundação forte o suficiente para a dimensão dessa obra;
- Por fim: como resolver a refrigeração dos ambientes em um prédio no meio do deserto.
Quer saber quais foram as soluções de design e de tecnologia utilizadas para superar esses desafios?
➔ Leia o artigo com os detalhes da construção do Burj Khalifa
Ponte Rio-Niterói: uma das maiores pontes do mundo e um orgulho da engenharia brasileira
Com aproximadamente 13 quilômetros de extensão, essa é a maior ponte sobre águas da América Latina. Além disso, ocupa o 11º lugar no ranking internacional nesse quesito. E ainda, a ponte Rio-Niterói é considerada a maior do mundo em viga reta contínua (o vão principal da ponte, em viga metálica soldada, possui 300 metros de comprimento).
A ideia de criar uma ponte para unir Rio de Janeiro e Niterói existia desde 1875. Contudo, o projeto foi lançado somente em 1968 – e levou cinco anos para ser concluído.
O desenvolvimento desse magnífico projeto trouxe grandes desafios. Com destaque para os seguintes obstáculos:
- Concretagem submersa de elementos delgados (tubulões de 1,8m de diâmetro) em meio agressivo (água do mar);
- Substituição do processo de montagem da superestrutura metálica (comum na época) por um esquema ousado que consistia na montagem das vigas através de segmentos pré-fabricados de até 5 mil tf.
Para superar esses desafios, a construção desse marco brasileiro aconteceu em diferentes etapas.
➔ Leia o artigo para conhecer os detalhes de cada fase da construção da Ponte Rio-Niterói
Museu Oscar Niemeyer (MON): o maior museu de arte da América Latina e a visão do gênio da arquitetura brasileira
A história de Oscar Niemeyer com o prédio em que hoje fica o MON começou em 1967, quando ele planejou a construção do Instituto de Educação do Paraná (IEP). Porém, o projeto não foi concluído, e o prédio acabou virando sede das secretarias do Estado do Paraná.
Cerca de três décadas depois, no início dos anos 2000, o famoso arquiteto foi convidado a apresentar um projeto de reestruturação do antigo edifício e transformá-lo em um museu de arte.
Ali, já se apresentava o primeiro desafio: adequar o prédio antigo à nova demanda.
Além das adaptações à estrutura anterior, Niemeyer e sua equipe projetaram uma torre, construída na frente do edifício, agregando mais de seis mil metros quadrados aos 28 mil m2 de áreas iniciais.
Segundo Marco Antônio Stavis, engenheiro civil que gerenciou a obra, o projeto do MON teve dois grandes desafios:
- Um técnico, por se tratar de um projeto assinado por Oscar Niemeyer e apresentar o que há de mais sofisticado em arquitetura e construção civil;
- E outro de prazo de construção – que ficou limitado a seis meses.
➔ Saiba mais sobre as soluções de engenharia encontradas para concretizar as obras do MON lendo o artigo completo.
Usina Hidrelétrica de Itaipu: uma das grandes obras com o melhor planejamento
A Usina Hidrelétrica de Itaipu é a maior do mundo em produção de energia. O projeto da Itaipu consiste em uma série de barragens que, ao todo, somam 7.919 m de extensão. Para se ter uma ideia, a altura da barragem principal (196 metros) equivale ao tamanho de um prédio de 65 andares.
Para construir essa grandiosa obra foram necessários esforços fenomenais e uma quantidade impressionante de materiais – além de um planejamento muito detalhado.
Aliás, o planejamento dessa obra gigante foi, inclusive, um dos principais obstáculos encontrados pelos responsáveis pelo projeto.
Criar um planejamento para a construção de um edifício residencial, por exemplo, já é um desafio e tanto – levando em conta as variáveis que podem interferir no andamento do projeto. Agora, imagine garantir o cumprimento das ações planejadas em uma obra tão gigante como a da Usina Hidrelétrica de Itaipu…
No livro Obras de Concreto de Itaipu, os engenheiros envolvidos no projeto revelaram algumas das principais preocupações em relação ao cumprimento do planejamento e à qualidade da obra – como, por exemplo:
- Garantir que todos os materiais, fornecidos em tempo, atendessem às Especificações Técnicas estabelecidas para Itaipu.
- Assegurar que os detalhes do projeto seriam obedecidos durante a construção.
- Verificar as propriedades dos materiais e concretos, evitando impedimentos cronológicos.
- Ter certeza da funcionalidade do instrumental de auscultação.
- Garantir, às nações envolvidas, o nível de Qualidade e Segurança desejados.
➔ Saiba como o desafio do planejamento foi superado e quais foram as etapas de construção da Usina de Itaipu.
Museu do Amanhã: referência em tecnologia, inovação e sustentabilidade na engenharia
O Museu do Amanhã faz parte de um projeto de renovação da região portuária da cidade do Rio de Janeiro (fica no Píer Mauá) e seu prédio é reconhecido globalmente como um dos mais sustentáveis do mundo.
Inclusive, o projeto recebeu o selo Ouro na certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações.
Tal reconhecimento é resultado de uma série de soluções sustentáveis presentes no edifício, que levou em conta o impacto da construção do prédio e também como ele afeta o seu entorno.
Dentre os destaques de sustentabilidade da obra do Museu do Amanhã estão, por exemplo:
- A tecnologia empregada na captação da energia solar – painéis fotovoltaicos instalados na cobertura metálica do prédio se movem de acordo com a trajetória do sol;
- O uso das águas da Baía de Guanabara como trocador de calor no sistema de ar-condicionado. Inclusive, estima-se que 9,6 milhões de litros de água e 2.400 mega watt/hora (MWh) de energia elétrica sejam economizados anualmente por causa dessa solução – o que seria suficiente para energizar quase 600 residências.
➔ Entenda melhor quais foram as tecnologias e inovações sustentáveis aplicadas nessa obra e conheça os desafios encontrados no desenvolvimento desse projeto único.
Eurotúnel: uma das grandes obras da engenharia moderna
Maior túnel submerso do planeta e uma das sete maravilhas do mundo moderno, o Eurotúnel (também chamado de Túnel da Mancha) é um exemplo de como o avanço da engenharia pode expandir horizontes e contribuir para o desenvolvimento econômico da sociedade.
Com 50,5 km de extensão – sendo 38 km abaixo do mar, o túnel liga Folkestone (no sul da Inglaterra) a Coquelles (no norte da França). Aliás, mais do que conectar os dois países, essa megaobra agiliza o transporte de bens dentro do continente europeu e impulsiona o turismo – permitindo viagens em qualquer condição de clima.
A construção desse projeto apresentou grandes obstáculos e demandou uma enorme mão de obra, além de grandes máquinas e equipamentos de alta tecnologia.
Para se ter uma ideia, foram usadas nada menos que 11 tuneladoras – máquinas de perfuração de túneis, conhecidas no Brasil como ‘tatuzão’.
As escavações começaram em 1988, com cinco tuneladoras no lado francês e seis no lado britânico. Os tatuzões começaram a trabalhar primeiro no túnel de serviço, para que os engenheiros pudessem ver como eram as reais condições do solo.
Aliás, um dos principais desafios do projeto era garantir que tanto o lado britânico do túnel quanto o lado francês realmente se encontrassem. Sonares e radares analisaram o trajeto para definir o ponto do subsolo onde os túneis seriam construídos.
Curioso para saber mais sobre como as escavações do Eurotúnel aconteceram?
➔ Clique aqui e saiba quais foram as técnicas e equipamentos utilizados e também conheça algumas curiosidades sobre esse projeto.
Viaduto 13: a construção do maior viaduto ferroviário das Américas contou com técnicas pioneiras na época
Com 143 metros de altura e 509 metros de extensão, o Viaduto do Exército – também conhecido como Viaduto 13 – é o maior viaduto ferroviário das Américas e o quarto maior do mundo.
Essa obra foi construída pelo Exército Brasileiro no período da ditadura militar. Oficialmente, a construção iniciou em julho de 1975. Além do viaduto férreo, também foram construídos 32 túneis no trecho.
Um dos principais desafios dessa obra foi justamente sua magnitude e o fato de não haver outro tipo de projeto parecido no Brasil naquela época.
Como a altura do viaduto era inédita no país, foram necessários estudos prévios para analisar como lidar com a força do vento e calcular a necessidade de largura das colunas.
Para isso, foram feitos ensaios em modelos reduzidos dentro de túneis do vento, como detalha o Exército em um artigo sobre a comemoração dos 40 anos da obra:
“A construção de viadutos ferroviários dessa envergadura ainda era novidade no Brasil. Tecnologias tiveram que ser buscadas ao redor do mundo para que a execução dessa magnífica obra fosse possível. Após a conclusão do projeto, que passou por experimentos com maquetes em túneis de vento no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e outros diversos testes de resistência, em meados de 1974, teve início a sua construção.”
➔ Clique aqui para entender melhor a história da construção do Viaduto 13 e conhecer os detalhes de construção dos pilares utilizados nesse projeto.
Nossa série sobre grandes obras não termina aqui!
Deixe um comentário dizendo qual obra você gostaria de conhecer em detalhes, que em breve ela pode fazer parte desta série sobre grandes obras.