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Museu Oscar Niemeyer

Construção do Museu Oscar Niemeyer (MON): história, detalhes arquitetônicos e curiosidades

Conheça a história da construção do Museu Oscar Niemeyer (MON) e descubra detalhes e curiosidades sobre o projeto do maior museu de arte da América Latina 

O MON é um marco na história da engenharia nacional. O maior museu de Arte da América Latina fica em Curitiba (PR) e leva o nome do seu criador – uma das principais figuras da arquitetura moderna brasileira.

Niemeyer tinha 93 anos (há cerca de duas décadas) quando apresentou o projeto do museu como conhecemos hoje – com a icônica torre em formato similar ao de um olho. Porém, a história desse projeto começou algumas décadas antes…

“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível […]. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar […].”
Oscar Niemeyer

História do MON: de base burocrática a palco para arte

História do MON: de base burocrática a palco para arte
Imagem: Nani Góis

Oscar Niemeyer desenvolveu o projeto para a nova instalação do Instituto de Educação do Paraná (IEP) em 1967. Além do prédio principal, o projeto original contemplava um ginásio e uma sala maternal com jardim de infância. No entanto, esses dois anexos nunca foram construídos. Aliás, o prédio nunca chegou a ser a sede do IEP!

A inauguração desta obra aconteceu em 1978. Na época, o prédio se chamava Edifício Presidente Humberto Castelo Branco e servia como sede das secretarias do Estado do Paraná. No início dos anos 2000, contudo, as negociações para transformar o espaço em um museu começaram.

O convite que Niemeyer recebeu foi para apresentar um projeto de reestruturação do antigo edifício. Com isso em mente, em um primeiro momento, o arquiteto projetou dois espaços cobertos em cima do edifício principal. No entanto, quando soube da grandiosidade do terreno, ele decidiu enviar outro projeto. E foi nesse projeto que surgiu oanexo que se destaca até hoje…

“Era um prédio construído 40 anos atrás, suspenso em pilotis, com vãos de 30 e 60 metros e as fachadas cegas como a iluminação zenital adotada permitia. Era tão leve e atualizado que surgiu a ideia de transformá-lo num museu de arte. E isso explica o grande salão projetado, solto no ar, com 70m de comprimento e 30m de largura. As rampas de acesso indispensáveis, e o novo museu a exibir com sua forma diferente os milagres que o concreto armado oferece à arquitetura contemporânea.”
Oscar Niemeyer, no livro Minha Arquitetura
Estrutura do Museu Oscar Niemeyer
Imagem: Fundação Oscar Niemeyer

Além das adequações ao prédio antigo, Niemeyer e sua equipe projetaram uma torre, construída na frente do edifício, agregando mais de seis mil metros quadrados aos 28 mil m2 de área iniciais.

A torre suspende acima do edifício principal um grande volume ovalado. Oficialmente, sua forma remete à araucária, árvore símbolo do Paraná. Porém, aos olhos do público, o formato se assemelha mais ao de um olho humano. Por isso, em pouco tempo o prédio ganhou o apelido de “Museu do Olho”.

O “NovoMuseu” abriu suas portas em 2002. Contudo, esse nome não pegou. Portanto, um ano depois ele foi rebatizado, e passou a se chamar oficialmente Museu Oscar Niemeyer (MON), em homenagem ao arquiteto que deu vida ao projeto. Apesar disso, o apelido segue mais forte que o próprio nome entre os moradores da cidade.

Detalhes da obra do Museu Oscar Niemeyer

 Construção e detalhes da arquitetura do Museu Oscar Niemeyer

Construção e detalhes da arquitetura do Museu Oscar Niemeyer
Imagem: Nani Góis

Marco Antônio Stavis, engenheiro civil que gerenciou a obra, revela que esse projeto teve dois grandes desafios: 

  • Um técnico, por se tratar de um projeto assinado por Oscar Niemeyer e apresentar o que há de mais sofisticado em arquitetura e construção civil; 
  • E outro de prazo de construção – que ficou limitado a seis meses.

Segundo Stavis, a maioria das estruturas do MON foi moldada “in loco” – com exceção das pré-lajes do teto, que vieram pré-fabricadas para funcionar como fôrmas inferiores. A obra utilizou concretos de várias classes de resistência, variando entre 25,0 a 40,0 MPa.

A torre em formato de olho compreende um pavimento elevado, com 30 x 70m, apoiado em um núcleo central de aproximadamente 20 x 10m, coberto por uma casca curva com apoios apenas nas extremidades do vão de 70m.

Além disso, uma casca inferior invertida que estrutura o pavimento e está apoiada nas duas grandes vigas em duplo balanço complementa a concepção do “olho”.

Detalhes técnicos que tornaram possível a construção da estrutura do Museu Oscar Niemeyer 
Imagens: Avantec Engenharia

Detalhes técnicos que tornaram possível a construção da estrutura do Museu Oscar Niemeyer 

Existem dois grandes pilares vazados de 9,20 x 1,20m interligados por duas paredes ligeiramente curvas para sustentar a torre, fechando o núcleo central. Os pilares se apoiam em dois blocos de coroamento das estacas com 3,70 x 4,80 x 2,50m.

Abaixo deste pavimento, a estrutura da casca inferior conta com vigas protendidas invertidas a cada 2,40m. Na área onde o pé-direito era suficiente, entre as vigas principais, há pavimentos elevados com elementos pré-moldados de concreto.

A casca de cobertura, com 10cm de espessura, tem 13 nervuras de 20 x 70cm em arco, engastadas nas extremidades das vigas do pavimento de exposição.

As rampas curvas, com vãos variáveis de até 27m, foram projetadas com seção caixão de 3 longarinas protendidas com altura de 90cm, nos dois braços, e com 5 longarinas, no trecho entre a bifurcação e a calçada.

Curiosidades da arquitetura do Museu Oscar Niemeyer

Iluminação

Iluminação do Museu Oscar Niemeyer
Imagem: Nelson Kron

No quinto pavimento, o teto arredondado possui 500 mil placas de alumínio para criar uma iluminação difusa no ambiente, que vem das 7.500 lâmpadas instaladas na cúpula. Atualmente, a iluminação atende às necessidades de cada exposição. Portanto, as luzes acendem-se de maneira independente.

As bandeirolas servem para melhorar a difusão acústica do som. Ou seja, o som se espalha naturalmente em todas as direções, devido à forma côncava da construção.

Vão livre

Vão livre do MON
Imagem: Nelson Kron

O MON tem o terceiro maior vão livre do país, com 65 metros entre os pilotis mais distantes um do outro. Em formato de trapézio, os pilotis têm início no subsolo, sendo capazes de dar apoio aos três pavimentos do prédio.

Bastante utilizado por Oscar Niemeyer, é o concreto protendido que permite a construção de estruturas com grandes vãos como as pontes e o prédio do MON. É pelo vão-livre, aliás, que há o acesso à entrada do Museu. Além disso, as pessoas que observam as obras dispostas na área externa ocupam esse grande espaço. 

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Informações: Tese de Doutorado Deborah Alice Bruel Gemin; Site do museu; Instagram MON; Blog Massa Cinzenta; Avantec Engenharia

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