George Lodygensky, analista de investimentos do Construtech Ventures, fala sobre o panorama do mercado de construtechs no Brasil, analisa quais são os principais desafios dessas empresas e revela o papel do Construtech Ventures no desenvolvimento das startups ligadas ao setor de engenharia e construção
Recentemente, produzimos dois artigos sobre construtechs por aqui:
– O que são construtechs e como elas devem impactar o mercado de engenharia e construção
– 7 construtechs brasileiras para ficar de olho
Porém, ainda assim, não conseguimos “esgotar” o assunto. Afinal, como as startups do mercado de engenharia e construção ainda são muito recentes, há muito o que se descobrir sobre elas.
Além disso, é impossível ignorar o crescimento destas empresas que, querendo ou não, ajudarão a ditar o futuro do nosso segmento. Por isso mesmo, é fundamental entender o panorama das construtechs e o que podemos esperar deste cenário no futuro.
Neste sentido, pensando em aprofundar o debate sobre o tema, hoje apresentamos uma entrevista que fizemos com George Lodygensky, analista de investimentos do Construtech Ventures.
O Construtech Ventures é um veículo de investimento em startups nos setores de construção civil e imobiliário que vem se destacando por promover e celebrar a inovação na cadeia de construção.
Na entrevista, abordamos tópicos como:
– O panorama do mercado de construtechs no Brasil.
– A expectativa para o mercado no ano de 2019.
– Os principais desafios para o crescimento das construtechs no Brasil.
– As vantagens que as construtechs trazem para o mercado.
Acompanhe!
Qual é o panorama do mercado de construtechs no Brasil?
Aqui você encontra dados sobre as 562 startups da cadeia da construção já mapeadas por Construtech Ventures, separadas por segmento e estados do país, inclusive.
Além disso, o Brasil segue em tendência de alta no número de construtechs. Esse crescimento é reflexo da demanda das empresas por novas soluções, já que modelos tradicionais de negócio estão passando por grandes transformações por causa de novos players como Quinto Andar e Loft.
Quais são os principais obstáculos e desafios para o crescimento do mercado de construtechs no Brasil?
O maior desafio é a cultura de baixa tecnologia. A construção é o segundo pior setor em adoção de tecnologia no mundo, e a realidade não é diferente no Brasil. Por isso é importante que as empresas se abram para as novas soluções e os ganhos potenciais que elas podem trazer.
Neste sentido, precisamos que as empresas busquem mais soluções capazes de reduzir custos e ineficiências, e que mais organizações como Construtech Ventures difundam as construtechs pelo Brasil, trazendo capital e conhecimento para os empreendedores.
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Por falar em Construtech Ventures, qual é o propósito desta startup? Em que áreas atua e o que oferece?
O Construtech Ventures nasceu da Softplan, uma empresa de tecnologia líder no setor de construção, justiça e governo, há 28 anos no mercado de tecnologia de informação.
Na área de construção a Softplan possui o Sienge, um ERP (sistema de gestão) focado em construtoras e incorporadoras utilizado por mais de 3 mil empresas em todo o país. Há dois anos a companhia decidiu apostar na inovação por meio de startups. Foi então que surgiu o Construtech Ventures, um veículo de investimentos em construtechs.
Hoje, o Construtech Ventures atua investindo em empresas inovadoras de tecnologia que buscam atacar um problema da cadeia da construção de forma escalável – através de novas tecnologias – e que estejam com sinais de tração e receita.
Além disso, em 2019, o Construtech Ventures criou, em parceria com a Anjos do Brasil, a rede Construtech Angels. Em resumo, esta é uma rede de investidores-anjo que aplicam em construtechs. O objetivo é desenvolver as startups brasileiras da construção e do mercado imobiliário, com dinheiro e conhecimento.
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Quais são os principais impactos e vantagens que as construtechs trazem para o mercado de engenharia e construção?
Destaco:
– Agilidade e economia nos processos.
– Maior conhecimento e informações mais precisas sobre o canteiro de obra para a tomada de decisão.
– Descoberta de novos modelos de negócio.
– Evolução dos métodos tradicionais de construção.
Quais são as principais tecnologias e tendências que têm impulsionado o mercado de construtechs?
Para o canteiro de obra: construção modular e pré-fabricados, sistemas colaborativos na nuvem e visualização em 3D.
Para o mercado imobiliário: plataformas de dados, permitindo tomada de decisão mais assertiva, desintermediação e Fintechs trazendo soluções financeiras, dando mais poder ao consumidor na hora da compra.
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O que podemos esperar do mercado de construtechs nos próximos anos?
Sempre buscamos essa visão do futuro analisando o cenário internacional, e está claro que ainda há espaço para tecnologias mais disruptivas.
O amadurecimento do ecossistema deve vir acompanhado de mais confiança por parte das empresas tradicionais do setor e mais capital por parte dos investidores. Isso, por sua vez, permitirá às startups arriscarem novos modelos de negócio e em escalas maiores.
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Fotos: Manoela Veiga