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Uma conversa franca sobre tecnologia, inovação e eficiência na construção civil

Há algumas semanas, Adriana Bombassaro, diretora de negócios da Teclógica, nos ajudou a inaugurar uma série de entrevistas com profissionais de destaque no setor de construção civil. Na ocasião, ela falou sobre o papel da tecnologia na inovação e na eficiência na gestão de obras e provocou boas reflexões sobre o futuro do nosso mercado.

Hoje, dando continuidade a esse projeto, apresentamos para você Giseli Barbosa Anversa.

Ela é customer success manager do Sienge, plataforma especializada em gestão de empresas da construção.

O Sienge tem como clientes desde empresas líderes de mercado (que contam com a ferramenta para gerenciar e controlar seus processos internos) até construtoras e incorporadoras de pequeno e médio porte (que buscam integrar as diversas áreas da empresa).

Na entrevista, Gisele falou sobre:

– Desafios do setor de construção.
– Como a tecnologia está redesenhando a dinâmica do setor e da operação das empresas.
– Quais são os caminhos para inovar.
– O conceito de eficiência na construção 

Acompanhe!

Quais são os problemas que o Sienge resolve?

O mercado da construção é altamente desafiador. Afinal, os ciclos da economia trazem impactos quase imediatos ao desempenho de construtoras e incorporadoras. Neste cenário, é fundamental ter informações confiáveis e na hora certa para manter-se no mercado.

Assim, quando um gestor busca uma solução de gestão, seu foco está em uma funcionalidade que se adapte à realidade de sua empresa e traga as respostas que ele precisa de forma ágil e confiável. Ou seja, é uma decisão bastante séria e com reflexos no curto e no longo prazo.

O Sienge, portanto, busca tornar a gestão de empresas da indústria da construção integrada, funcional e confiável.

tecnologia, inovação e eficiência na construção civil
Giseli Barbosa Anversa – Sienge

Quais são os principais entraves de gestão que as empresas do setor de construção enfrentam?

A indústria da construção passou por uma transformação intensa nos últimos anos. Saímos de um momento confortável, em que era possível se arriscar em novos segmentos, para um período de operação com risco mínimo. Algumas empresas que surgiram em tempos de fartura encontraram dificuldade para operar em condições tão desfavoráveis.

Além disso, a desaceleração da economia trouxe pontos críticos à gestão. Neste sentido, destaco a dificuldade de crédito e a desaceleração de demandas por novos projetos.

Isso, obviamente, implicou na necessidade de redução dos custos operacionais. Consequentemente, vimos acontecer muitas demissões nas equipes de produção e de apoio. Tudo isso nos permite concluir quão complexa tornou-se a gestão de empresas do setor da construção.

Obviamente, os aspectos particulares de cada segmento – como aumento do número de distratos, dificuldades na fase de repasse bancário, fuga de capital de investidores e retirada de alguns benefícios fiscais ao segmento da construção civil – aumentam as dificuldades em manter um bom desempenho para construtoras e incorporadoras.

Quais são os desafios que o mercado de construção precisa superar para crescer?

Entendo que sai na frente aquele que entende quais serão as novas condições e demandas do mercado. Hoje, mais do que nunca, é fundamental possuir um processo de gestão efetivo. É preciso analisar as informações corretas, com profundidade e agilidade.

Porém, como fazer isso com uma estrutura de back-office enxuta?

É aí que tecnologia e inovação podem auxiliar os gestores. Faz-se necessário revisitar processos internos, rotinas operacionais e ferramentas de monitoramento e controle para monitorar o que efetivamente traz resultado ao projeto.

O intenso período de retração na construção civil modificou os modelos de negócio. Os tradicionais “empreiteiros” mudaram sua forma de atuação, o que pode ser uma oportunidade ou uma ameaça.

É verdade que algumas empresas adquiriram um nível de profissionalismo que pode apoiar os gestores. Porém, também surgiram muitas empresas que não estão preparadas para processos de construção com maior exigência de qualidade. E talvez este seja o maior desafio a ser superado: qualidade nas informações analisadas, que devem ser corretas e tempestivas nos contratos assinados, que devem ser viáveis para ambos os lados. E finalmente, no produto final, que será verificado e inspecionado pelo cliente consumidor.

Quais são as principais tendências que vocês enxergam em nosso mercado?

Pensando na operação, não podemos postergar a entrada de novas tecnologias no canteiro de obras. Construção a seco, tubulações flexíveis e sistemas automatizados, por exemplo, podem ser considerados em obras de portes variados. E isso é uma vantagem para o empresário do setor, que pode contar com projetos executivos desenvolvidos por estas empresas, além do treinamento da mão de obra. Isso trará mais qualidade à produção.

Além disso, vejo com bons olhos a efetivação do BIM – Building Information Model como ferramenta de informação. A compatibilização de projetos é uma tendência obrigatória, antecipando conflitos e possíveis pontos de retrabalho. E quando escalamos o uso do BIM para as etapas de orçamento, planejamento e controle, passamos a trabalhar com informações levantadas de forma mais ágil e com maior qualidade.

Dessa forma, os profissionais passam a dedicar seu esforços na gestão e no monitoramento de indicadores chave ao sucesso de um projeto.

Finalmente, a automatização de rotinas é uma tendência cada vez mais comum.

Não se trata apenas de eliminar processos que não agregam valor ao produto final, mas devemos olhar para aqueles processos repetitivos e encontrar maneiras de automatizá-los, ou eliminá-los.

E aí a tecnologia é uma grande aliada. Afinal, através de algumas configurações, é possível encaminhar a segunda via de um boleto ao cliente, em um processo 100% automatizado, sem intervenção.

Como vocês avaliam o mercado de construção no que diz respeito à inovação? Até que ponto o conservadorismo do setor impede a inovação nas empresas?

Entendemos que a parceria inovação e construção civil se tornará cada vez mais forte. Inovar, a princípio, pode ter um investimento inicial mais alto. No entanto, torna-se viável quando os custos das alternativas tradicionais são esmiuçados e comparados com as novas alternativas.

Alguns gestores têm receio da inovação porque imaginam que postos de trabalho serão fechados e funções, extintas, por causa dela. Eu discordo. Penso que a inovação mudará a expertise esperada dos profissionais, em todos os níveis de operação. Um mestre de obras terá de se familiarizar com ferramentas móveis – como coletores de dados via aplicativos de celular, por exemplo. Esta não é uma realidade tão distante assim, considerando o dia a dia de muitos canteiros de obra.

Além disso, macros, relatórios e planilhas serão automatizados. Portanto, aquele profissional que dedicava dias para “montar relatórios” deverá entender as causas e propor ações para corrigir indicadores.

Porém, as empresas que trazem produtos inovadores precisarão estudar a fundo a realidade da construção. Em um canteiro de obras de mineração, por exemplo, é inviável imaginar que uma funcionalidade online será eficiente em uma frente de serviços remota. É preciso entender o que realmente traz valor para a indústria da construção e investir em produtos que são eficientes na realidade brasileira.

Como você define eficiência na construção civil?

Definir eficiência é um desafio tão grande quanto ser eficiente!

Penso que a base da eficiência na construção está ligada a obter os melhores resultados com os recursos corretos.

Óbvio que, por uma questão de resultados, sempre buscamos fazer “mais” com “menos”. Porém, cortar custos sem uma análise de impactos pode trazer graves consequências. Nesta linha, teremos três camadas de processos:

1 – Aqueles que agregam valor e, portanto, são essenciais;
2 – Aqueles que não agregam valor, mas suportam processos essenciais;
3 – Aqueles que não agregam valor e apoiam outros processos sem valor agregado.

Então, atingir a eficiência na construção passa por entender exatamente quais são os recursos necessários e o que podemos atingir ao usar toda a potencialidade desses recursos. Também é necessário definir claramente qual é o resultado esperado.

Assim, sabemos “o que”, “quem” e “como”. São indicadores tão importantes quanto o custo dos recursos e o preço pelo qual vendemos o produto.

Empresas atingem a eficiência na construção quando dispõem dos recursos corretos para as atividades que realmente agregam valor. Quanto àqueles processos que não agregam, uma gestão com eficiência torna-os mínimos, ou acaba por eliminá-los, sem prejuízo a outras etapas.

Há algo mais que deseja falar a respeito de tecnologia e inovação na construção?

Até pouco tempo, eu atuava diretamente com construção civil, gerenciando equipes de produção na construção e em obras. Ao “virar a chave” e começar a trabalhar em outra área, me surpreendi ao ver tudo o que a tecnologia e a inovação podem fazer pela construção.

O desafio é “pensar fora da caixa” e livre de pré-conceitos. Através de soluções tecnológicas é possível realizar muita coisa e trazer um ganho de produtividade sensacional aos diversos setores de construtoras e incorporadoras.

Porém, tecnologia e inovação não solucionaram problemas de processos equivocados.

A gestão continua sendo fundamental, principalmente com equipes cada vez mais enxutas. Através dessa análise é possível identificar em quais áreas ações de inovação trarão ganhos reais. Assim, antes de inovar é preciso amadurecer. Ou seja: ter processos fluídos e estáveis, dominar o método de produção e possuir indicadores de desempenho. Aí, sim, é hora de dar o próximo passo!

Para saber mais

O Sienge mantém um blog atualizado frequentemente com muito conteúdo relevante. Recomendamos a leitura.

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