O penúltimo mês do ano está chegando ao fim. É hora de olharmos para trás para ver quais foram as notícias mais importantes para o mercado da construção neste período. Confira nosso Giro de Notícias e fique por dentro de tudo que pode influenciar os seus resultados daqui pra frente.
Construção civil já gerou mais de 240 mil empregos em 2023
Segundo os dados mais recentes do Novo Caged, a construção civil brasileira gerou 20.941 empregos com carteira assinada em setembro, ocupando o quarto lugar entre os ramos de atividade – atrás de serviços (98.206), comércio (43.465) e indústria (43.214).
A divisão por segmentos mostra que a maior parte das vagas na construção foi destinada a obras de infraestrutura (8.047), seguida por serviços especializados (6.671) e construção de edifícios (6.223).
O Sudeste lidera a criação de empregos, com São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais contribuindo significativamente. O estado de São Paulo aparece na primeira posição com 4.948 novos empregos. Em segundo, vem o Rio de Janeiro, com 3.386. Minas Gerais fecha o pódio, com 2.435.
No acumulado do ano, o setor já gerou 243.410 novos postos de trabalho, aproximando-se do recorde de 2021 (245.157).
Renato Michel, presidente do Sinduscon-MG, prevê um aumento ainda maior de empregos na construção civil em 2024. Ele destaca fatores como as novas condições do programa “Minha Casa, Minha Vida”, o ano eleitoral, a redução da taxa de juros (Selic) e os lançamentos realizados em 2023 como impulsionadores do crescimento.
Já entre os desafios que podem impactar os resultados estão, por exemplo:
- Alta taxa de juros – que impacta o financiamento imobiliário;
- Elevada carga tributária;
- Burocracia excessiva;
- Escassez de mão de obra qualificada.
CBIC lança 4ª edição do e-book sobre normas regulamentadoras na construção
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou no início de novembro a quarta edição do e-book “As Novas NRs e a Indústria da Construção”.
Desenvolvido pela Comissão de Política de Relações Trabalhistas da CBIC, o material aborda 16 Normas Regulamentadoras (NRs) voltadas para o setor. Além disso, destaca as principais atualizações que definem parâmetros e requisitos da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA).
O e-book fornece orientações sobre as normas que visam prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, alinhando o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
A NR 35, que trata do trabalho em altura, é uma das normas destacadas no manual. Criada em 2012 e atualizada em dezembro de 2022, essa norma passou por quatro alterações para garantir maior segurança aos trabalhadores.
A cartilha destaca a importância da implementação de uma gestão de segurança e saúde do trabalho para atividades realizadas em altura com risco de queda. Além disso, também enfatiza a antecipação dos riscos e a implantação de medidas adequadas, utilizando metodologias de análise de risco e instrumentos como as Permissões de Trabalho para garantir a segurança máxima.
Leia também: A importância da CIPA na construção civil
6 dicas para aprimorar a segurança do trabalho na construção civil
Índice Nacional da Construção Civil registra aumento de 0,14% em outubro
O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) registrou uma variação de 0,14% em outubro. Como em setembro o indicador tinha variado 0,2%, houve um aumento de 0,12% de um mês para o outro. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice apresentou uma alta de 2,44% – abaixo dos 2,68% registrados no período imediatamente anterior.
O custo nacional da construção por metro quadrado aumentou de R$ 1.713,87 em setembro para R$ 1.716,30 em outubro. Desse valor, R$ 998,35 são relativos a materiais e R$ 717,95, à mão de obra.
A parcela dos materiais manteve-se próxima da estabilidade, com uma taxa de 0,02%. A mão de obra registrou uma taxa de 0,31% – uma queda de 0,05 ponto percentual em relação a setembro.
Região Norte lidera variação mensal e Rio Grande do Norte registra maior alta entre os estados
A região Norte apresentou a maior variação regional pelo segundo mês consecutivo, com um aumento de 0,78%. De acordo com o gerente do SINAPI, Augusto Oliveira, a influência de reajuste das categorias profissionais contribuiu para esse resultado.
Entre os estados, o Rio Grande do Norte foi o que registrou a maior alta, com uma variação de 1,60% impulsionada por aumentos tanto nos materiais quanto na mão de obra.
Custo Unitário Básico acumula alta no ano
O Custo Unitário Básico (CUB) da indústria da construção no estado de São Paulo, divulgado pelo SindusCon-SP e pela FGV, teve uma variação negativa de 0,05% em outubro de 2023. Contudo, no acumulado do ano, o índice acumula uma alta de 2,19%, e nos últimos 12 meses, apresenta um aumento de 2,51%.
Os custos com administrativo (salário dos engenheiros) variaram 0,21% em outubro, 2,71% no ano e 2,87% em 12 meses.
A variação com mão de obra no período foi nula. Na comparação em 12 meses, a variação foi positiva em +4,88% e no ano, +4,64%.
As variações com custos de materiais foram negativas: -0,14% em outubro; -1,05% no ano e -0,62% em 12 meses.
O CUB é um índice que serve como termômetro para a variação dos custos de mão de obra e serviços na indústria da construção. Além de refletir os custos das construtoras, o CUB desempenha um papel crucial no planejamento e no controle de projetos no setor da construção civil.
Leia também: Custo Unitário Básico (CUB) x orçamentos precisos na construção
CNI revela confiança moderada e expectativas em alta na indústria da construção
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que o Índice de Confiança do Empresário da Indústria (ICEI) na construção atingiu 53,1 pontos em novembro, indicando um otimismo moderado entre os empresários do setor. Embora tenha havido um leve avanço de 0,4 ponto em comparação com outubro, o índice ainda permanece abaixo de sua média histórica.
Segundo a Sondagem da Indústria da Construção da CNI, baseada em dados coletados de 356 empresas em novembro, as expectativas foram os principais impulsionadores do aumento da confiança, com um avanço de 0,6 ponto – totalizando 55,7 pontos. As expectativas em relação à empresa estão ligeiramente mais otimistas, alcançando 58,8 pontos. Já as perspectivas para a economia brasileira estão menos pessimistas, atingindo 49,3 pontos.
Apesar de a avaliação dos empresários sobre as condições atuais ter se mantido praticamente estável em relação a outubro, o índice referente às condições atuais da empresa teve uma leve queda, afastando-se da linha de 50 pontos em direção ao campo negativo.
Em relação à atividade e ao emprego, a evolução do nível de atividade da indústria da construção teve um avanço de 3,5 pontos em outubro, ficando próximo da linha divisória de 50 pontos. Destacam-se melhorias na Construção de Edifícios, enquanto Obras de Infraestrutura e Serviços Especializados ainda estão abaixo da marca de 50 pontos.
A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) avançou 1 ponto percentual em outubro, atingindo 68%, mostrando desempenho favorável em comparação com o mesmo período em anos anteriores.
Brasileiro que ajudou a desenvolver cimento “carbono zero” entra para a TIME100 Climate
Há poucas semanas, a revista TIME apresentou a primeira edição da lista TIME100 Climate, que reconhece os líderes climáticos mais influentes do mundo.
O Brasil tem três representantes nesta lista:
- Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima;
- Sebastião Salgado, fotógrafo e diretor do Instituto Terra e da Empresa Amiga, programa que arrecada fundos corporativos para restauração florestal e de bacias hídricas;
- Marcelo de Oliveira, vice-presidente de Ciência de Materiais e geologia da Brimstone, startup que desenvolveu um cimento “carbono negativo”.
Questionado sobre qual tecnologia climática não está recebendo a atenção ou o financiamento que merece, Marcelo disse:
“A produção de cimento emite quase tantos gases de efeito estufa quanto todos os carros do mundo combinados. No entanto, os esforços para descarbonizar o cimento recebem apenas uma parte do financiamento e atenção destinados a outros desafios climáticos, como transporte e energia. Empresas que trabalham para eliminar emissões prejudiciais do cimento precisam de mais atenção, recursos financeiros e talento para nos ajudar a mudar o mundo. Nosso recurso mais valioso para resolver esse problema são as pessoas; precisamos urgentemente de mais indivíduos dedicados a enfrentá-lo”.
A Celere acredita em uma construção mais sustentável.
Por isso, esse tema está sempre em pauta em nosso blog. Você pode ler todos os artigos sobre o assunto e se informar melhor sobre o que é possível fazer para contribuir para aumentar a sustentabilidade do mercado aqui.
*A Economia B é uma plataforma de conteúdo jornalístico de negócios voltados a ajudar empresas de diversos setores a contribuírem para a construção de um futuro mais justo, equitativo e regenerativo. Na Celere, nós entendemos a importância da construção civil nesse processo. Por isso, convidamos A Economia B para trazer mensalmente para o Giro de Notícias uma informação relacionada ao nosso mercado que ajude a promover reflexões sobre como fazer isso, na prática.