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A importância da gestão integrada na engenharia pré-obra

A importância da gestão integrada na engenharia pré-obra

Entenda por que a gestão integrada é crucial para o sucesso na construção civil e conheça uma metodologia que facilita esse processo

Engenharia pré-obra com foco em melhorar a eficiência operacional, evitar imprevistos e garantir lucro acima da média. Esse foi o tema central do 2º INCORPOD, webinar promovido pela Celere em parceria com a GD Soluções Integradas. 

O evento online, que aconteceu no dia 29 de novembro, contou com a presença de Raphael Chelin, engenheiro civil e fundador da Celere, e Guilherme David, construtor, consultor e palestrante.

Durante o encontro, que debateu as melhores práticas de engenharia pré-obra utilizadas em grandes projetos de incorporação, os especialistas falaram sobre:

  • Os desafios para se adotar boas práticas de gestão pré-obra.
  • A importância da gestão integrada na engenharia pré-obra.
  • A relevância do escopo para garantir mais eficiência na gestão da obra.
  • As melhores práticas e soluções da Celere para garantir um planejamento eficaz.

Nossa equipe acompanhou o webinar e preparou uma cobertura especial para compartilhar as principais reflexões. 

Abrimos esta série de artigos destacando o que os especialistas falaram sobre a gestão integrada e como ela se relaciona a uma gestão de obras eficaz.

O cenário da construção civil

Guilherme David, que é engenheiro civil especialista em engenharia de produção, abriu a conversa enumerando os desafios que impedem que empresas de construção aumentem a eficiência na gestão de obras. Entre eles, destacamos:

  • Falta de alinhamento e direcionamento, inclusive no que diz respeito aos objetivos estratégicos.
  • Pessoal inexperiente ou mal instruído, com atribuição de responsabilidades excessivas a pessoas recém-formadas ou com pouca experiência.
  • Processos ineficientes ou inexistentes, resultando em ações desorganizadas e ineficiências operacionais.
  • Pouco uso de tecnologia e ferramentas – o que leva a retrabalho e erros.
  • Falta de rotinas estabelecidas, afetando a eficácia do planejamento.
  • Falta de colaboração entre departamentos, o que prejudica a sinergia e eficiência geral da organização.
  • Sobrecarga de funcionários e despesas elevadas.
  • Dependência excessiva da liderança.
  • Falta de controle e análise crítica, afetando a qualidade dos resultados.
  • Projetos inacabados.
  • Falta de sinergia na cadeia de operações – a baixa integração e colaboração entre os diferentes departamentos impacta negativamente a qualidade e eficácia dos orçamentos e projetos.

O cenário da construção civil

Guilherme salienta que tudo isso tem a ver com gestão de obras e com o desenvolvimento de um orçamento eficiente.

“Apresento este panorama pois reflete a realidade da maioria das construtoras que tive a oportunidade de conhecer e trabalhar. Mesmo que você queira aprender só sobre orçamento, é essencial  compreender todas essas questões. É importante entender que existem coisas maiores por trás do orçamento, que precisam ser olhadas e priorizadas. É como se estivéssemos pavimentando o caminho para o sucesso, incluindo o desenvolvimento de um bom orçamento”, aponta.

Níveis de influência e o que você pode controlar

Ainda falando sobre fatores importantes que impactam a gestão de obras, Guilherme ressalta que os gestores precisam entender o que está sob seu controle e o que não está. 

Neste sentido, o especialista critica a tendência de justificar falhas com base em fatores externos, ressaltando que isso é pouco eficaz para resolver problemas reais da empresa.

“Eu só posso atuar em cima do que tenho controle. Por exemplo, como dono de uma construtora, sua influência sobre questões como taxa de juros, preço dos materiais e confiança do mercado é praticamente nula. E quando questionamos as empresas, geralmente elas usam justificativas baseadas nessas questões”, analisa.

O engenheiro acrescenta que, embora reais, esses fatores não se relacionam com os problemas internos da construtora. “É inútil focar apenas nesses aspectos externos, pois eles estão além do controle da empresa. A estratégia mais eficaz é ajustar o foco para áreas sobre as quais se tem controle – como a criação de processos otimizados –, e agir nesse sentido”, comenta.

No que diz respeito a aspectos possíveis de se controlar, Guilherme recomenda que as construtoras se concentrem em melhorar processos internos, utilizar tecnologia eficientemente e estabelecer objetivos estratégicos claros.

“Eu tenho como criar processos otimizados e como melhorar as ferramentas e a tecnologia que eu tenho dentro da minha empresa. Eu não consigo determinar o preço do aço, mas consigo fazer um bom planejamento de compras e ajustar volume e prazo de entrega para ganhar escala de negociação, por exemplo”, enfatiza.

Nessa linha, ele defende uma mudança de mentalidade e cultura dentro das empresas, e aconselha investir tempo, energia e recursos em áreas controláveis da empresa para garantir um retorno sobre o investimento (ROI) eficaz.

“Quando a gente tiver tudo 100% pronto dentro da nossa operação, aí sim a gente vai falar mal do governo, vai falar mal da taxa de juros. Mas, antes disso, tem muita coisa que deve ser feita internamente”, reflete.

Leia também: A relação entre o orçamento e o ROI na construção civil

A gestão integrada como base para uma gestão de obras eficiente

A gestão integrada como base para uma gestão de obras eficiente
Foto de Gustavo Fring

Depois de apresentar os principais desafios das empresas de construção e ressaltar a importância da adoção de uma mentalidade focada na melhoria dos processos internos, Guilherme explicou como uma gestão integrada pode ajudar as construtoras nesse sentido.

De acordo com o engenheiro, estas são algumas das questões importantes para fundamentar um base que vai proporcionar bons resultados:

1) Otimização não significa apenas reduzir custos ou enxugar a equipe

Guilherme explica que otimizar significa ter tudo adequadamente ajustado para atender às necessidades da empresa. Se o objetivo é expandir a operação, por exemplo, ao invés de diminuir, é preciso aumentar o time para dar conta da demanda.

2) Digitalizar processos e utilizar softwares e ferramentas inteligentes pode aumentar a produtividade

“Quando digitalizamos, quando usamos ferramentas inteligentes a nosso favor, conseguimos produzir e processar um volume de informações muito maior”, frisa. 

3) A colaboração entre diferentes áreas é fundamental para aumentar a eficiência e melhorar os resultados

O palestrante reforça que uma abordagem colaborativa supera a ineficiência da gestão em silos, onde a falta de comunicação e entendimento completo entre os departamentos leva a orçamentos imprecisos e operações desorganizadas.

4) Uma operação integrada é o caminho para otimizar de forma eficiente os processos

Segundo Guilherme, uma integração eficiente diz respeito a unir todas as áreas da empresa, incorporando todos os aspectos da cadeia operacional com a estratégia da organização.

As quatro esferas da gestão integrada

Ciente dos benefícios da gestão integrada para a construção civil, Guilherme desenvolveu sua própria metodologia de soluções integradas.

Ao apresentá-la durante o INCORPOD, ele destacou que, para funcionar, uma gestão integrada precisa englobar quatro principais esferas dentro da empresa: 

  • Estratégia: Refere-se à direção e aos objetivos da empresa.
  • Tática: Envolve o planejamento e a implementação de ações para alcançar objetivos estratégicos.
  • Operação: Foca na otimização de pessoas, processos e tecnologia para realizar estratégias e táticas de forma eficiente.
  • Cultura: Envolve liderança, gestão de pessoas, valores da empresa e o ambiente de trabalho.

De acordo com o especialista, em um cenário onde não há integração dessas áreas, há um desalinhamento enorme, que gera falhas na comunicação, retrabalhos e muitos outros problemas.

Pode acontecer, por exemplo, de o gestor ter em sua mente uma estratégia ambiciosa de revolucionar o mercado. No entanto, na operação ninguém está ciente dessas ambições. Ou, então, o proprietário quer triplicar o volume, mas as operações continuam com as mesmas pessoas, enfrentando os mesmos problemas.

Além disso, o engenheiro ressalta que a baixa integração entre os departamentos – cada um operando isoladamente e sem uma comunicação eficaz – compromete a qualidade das informações e do conhecimento gerado dentro da empresa, prejudicando a operação como um todo.

“Nesse cenário, você até entrega a obra, mas de uma forma muito ineficiente, gastando um nível de energia, de trabalho, de esforço e de dinheiro para fazer as coisas acontecerem que poderia ser muito melhor se essas esferas estivessem integradas. A gestão integrada é sobre aumentar a lucratividade, utilizando de forma inteligente todo o potencial da sua empresa”, comenta. 

Por outro lado, a gestão integrada oferece um cenário em que tudo é muito mais organizado e claro para todos os envolvidos. 

Eu tenho um objetivo claro, uma operação totalmente estruturada para me dar esse suporte e alinhada com a estratégia. Eu tenho departamentos que se falam, que têm reuniões de alinhamento rotineiras. Cada um sabe exatamente o que tem que fazer e todos colaboram uns com os outros. Com essa integração, a probabilidade de sucesso é muito maior”, indica.

Gestão integrada na engenharia pré-obra 

Gestão integrada na engenharia pré-obra 

Para ilustrar como a gestão integrada é a base para o sucesso na gestão de obras, Guilherme detalhou como a integração das áreas impacta os processos de engenharia pré-obra.

Para isso, apresentou dois cenários: o que acontece quando não há integração das quatro esferas (estratégia, tática, operação e cultura); e como a gestão integrada pode tornar o projeto mais eficaz e lucrativo, muito antes de a obra começar.

Na gestão pré-obra sem integração das áreas:

  • O projeto é desenvolvido de maneira apressada e sem cuidado adequado, levando a um planejamento precário.
  • O orçamento é estimado superficialmente, baseando-se no custo por metro quadrado de projetos anteriores, sem considerar particularidades.
  • No departamento de suprimentos não há planejamento prévio; espera-se a demanda do engenheiro para iniciar as compras.

Neste cenário, as diferentes áreas da empresa não estão alinhadas, não há foco estratégico e há muitos problemas de comunicação. Com isso, há uma tendência de surgirem custos adicionais e problemas durante a execução da obra, que deveriam ter sido resolvidos na fase de pré-obra.

Na engenharia pré-obra potencializada pela gestão integrada:

  • O projeto inicia com antecedência, permitindo organização e planejamento adequados.
  • O orçamento é elaborado com tempo suficiente para definir bem os escopos e levantar as quantidades necessárias, com a participação e discussão entre as áreas envolvidas.
  • Há um planejamento de compras detalhado no departamento de suprimentos e realizam-se reuniões semanais para planejar os próximos três meses, sempre antecipando necessidades futuras.

Neste cenário, com maior organização e integração, a probabilidade de sucesso da obra é muito maior. Afinal, a colaboração contínua minimiza atrasos e problemas, especialmente relacionados a suprimentos, que são uma das principais causas de atraso nas obras.

Gestão integrada e orçamento de obras

Todas essas questões levantadas por Guilherme foram a base de muitas das boas práticas recomendadas pelos especialistas durante o 2º INCORPOD

Na segunda parte do webinar, Raphael Chelin, fundador da Celere, mostrou como essa integração é fundamental para a obtenção e compartilhamento de informações-chave, que podem fazer toda a diferença para melhorar a eficiência e os resultados dos projetos de construção.

Esse é o tema do nosso próximo artigo. Não perca!

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