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Tendências e transformações que moldarão a construção até 2030

Tendências e transformações que moldarão a construção até 2030

Conheça os movimentos que devem transformar a construção civil até o final da década, tornando o setor mais colaborativo, sustentável e inovador 

A baixa produtividade ainda é um problema significativo no setor de engenharia e construção. Mesmo com o crescimento de investimentos em tecnologia e ferramentas de gestão, projetos que estouram orçamento e cronograma continuam muito comuns. É isso, aliás, que aponta uma análise da consultoria KPMG sobre o futuro da construção civil…

O documento revela que, entre 1997 e 2021, houve uma queda de 7% na produtividade na construção civil. Em comparação, a produtividade no setor de manufatura cresceu cerca de 126% no mesmo período.

O relatório aponta ainda que, embora tecnologias como automação, IA, machine learning (ML), robótica e drones estejam ganhando mais espaço, o setor de construção está atrasado em comparação a outros, muito devido à sua cultura conservadora.

Contudo, esse cenário está mudando rapidamente, e há previsões de transformações profundas na construção. 

Segundo o estudo da KPMG, até 2030, a expectativa é que o setor tenha avanços significativos em produtividade, inovação e colaboração, com uma adoção maior de tecnologias e um foco ampliado em sustentabilidade e inovação.

Tendências emergentes no setor de infraestrutura 

Tendências emergentes no setor de infraestrutura 
Foto: BAM Infra

O relatório Emerging Trends in Construction alerta que o mundo está passando por mudanças profundas e interconectadas em várias áreas e que a construção civil pode cumprir um papel crucial nessa transformação.

“O sucesso ou fracasso da humanidade dependerá muito da infraestrutura, que será crucial para a transição energética, o alcance das metas de adaptação climática, o crescimento econômico e a renovação urbana. Quando feita corretamente, a infraestrutura também pode promover a equidade social”, diz o documento.

Porém, de acordo com a análise, para que possa apoiar essa transição global, o setor de infraestrutura precisa de uma reestruturação interna, com foco em mais colaboração, inovação, tecnologia e flexibilidade.

Alguns movimentos já estão impactando o mercado de construção e precisam avançar ainda mais para que a infraestrutura possa impulsionar a transformação global para um cenário mais justo e sustentável. Entre eles, destacam-se:

1) Transição justa

A transição para energias limpas não é mais apenas uma questão de busca por sustentabilidade, mas também passa por garantir que os benefícios sejam distribuídos de forma justa entre países ricos e em desenvolvimento, com investimentos em energias renováveis e adaptação climática.

2) Impactos geopolíticos

No cenário geopolítico, as tensões entre nações complicam o avanço de grandes projetos. Porém, a urgência das mudanças climáticas está forçando colaborações, mesmo em meio a conflitos econômicos e políticos.

3) Investimentos filantrópicos

Investimentos filantrópicos estão ganhando espaço, com grandes organizações assumindo riscos para atrair capital privado em mercados emergentes, especialmente em projetos sustentáveis.

4) Descentralização da infraestrutura

A tendência é sair de grandes redes centralizadas e apostar em infraestruturas menores e locais, como minirredes elétricas e painéis solares, tornando as cidades mais resilientes e acessíveis.

5) Tecnologia na construção

No campo da tecnologia, o setor de construção está começando a adotar ferramentas como gêmeos digitais e Inteligência Artificial (IA) para melhorar a eficiência e reduzir custos, embora a inovação ainda enfrente resistência.

6) Transição energética acelerada

A meta é triplicar a capacidade de energia renovável e melhorar a eficiência até 2030. Isso exigirá muito mais investimento, e a colaboração entre governos e empresas será essencial para atingir esses objetivos.            

5 características da construção civil em 2030

5 características da construção civil em 2030

As tendências acima indicam um foco crescente na sustentabilidade, descentralização e inovação tecnológica no setor construtivo.

De acordo com as análises da KPMG, o avanço desses movimentos vai transformar radicalmente o setor. 

Segundo as previsões do relatório Construction in 2030, até o final da década, a construção civil será mais eficiente, colaborativa e sustentável, tendo adotado plenamente tecnologias inovadoras e práticas ESG.

Conheça a projeção desse relatório sobre o futuro da construção e entenda como o setor pode evoluir até 2030.

#1 Melhoria na produtividade e desempenho

A produtividade será significativamente melhorada, com projetos entregues dentro do prazo, orçamento e com qualidade superior. Tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e automação terão papel crucial na identificação rápida de problemas, evitando atrasos e aumentando a eficiência.

O compartilhamento de dados e a interoperabilidade serão práticas comuns, proporcionando mais transparência em toda a cadeia de valor e permitindo que gestores de projetos tomem decisões mais ágeis.

Leia também: 5 tecnologias emergentes e como elas afetam o setor de construção

#2 Adoção ampla de inovação

A inovação também será amplamente adotada, com laboratórios e hubs de inovação acelerando o desenvolvimento de novas ideias. O setor estará cada vez mais digitalizado, dominando o uso de dados, ao ponto de ser descrito como “empresas de dados que constroem coisas”. 

E ainda, técnicas como modularização, padronização e impressão 3D serão amplamente utilizadas, reduzindo o trabalho em campo e tornando o processo de construção mais rápido, sustentável – e com menor pegada de carbono.

Leia também: A era dos dados na construção civil  

#3 Colaboração e ecossistemas de construção

A colaboração será um pilar fundamental, com um ecossistema de construção mais integrado. Neste sentido, construtoras, fornecedores e proprietários trabalharão de forma conjunta, compartilhando melhores práticas e garantindo melhores resultados.

As cadeias de suprimentos se tornarão mais transparentes e resilientes. Além disso, fornecedores serão tratados como parceiros estratégicos, participando desde as fases iniciais dos projetos e compartilhando riscos e lucros.

Leia também: A importância da colaboração em projetos de construção – e como integrar melhor seus processos

#4 Sustentabilidade e ESG

Sustentabilidade e ESG na construção civil

O compromisso com a sustentabilidade será central em 2030, com a construção voltada para infraestrutura de baixo carbono, eficiência energética e design circular, reduzindo o uso de recursos escassos e o impacto ambiental.

O setor será fundamental na criação de uma nova geração de infraestrutura sustentável, incluindo edifícios resilientes a mudanças climáticas e sistemas de energia renovável. Neste contexto, empresas que não abraçarem as práticas de ESG terão dificuldades em atrair investimentos. 

Leia também: ESG na construção civil

#5 Transformação do mercado de trabalho

No mercado de trabalho, o setor terá superado o desafio da escassez de talentos. Assim, se tornará um ambiente atrativo para novos profissionais, incluindo mulheres e pessoas de diversas formações e culturas. 

O trabalho remoto e a flexibilidade serão mais comuns, com uma ênfase maior no equilíbrio entre vida pessoal e profissional. E ainda, com o aumento da diversidade e o uso de tecnologia, o setor ganhará uma imagem mais moderna e inovadora, oferecendo carreiras empolgantes em áreas como tecnologia, design e engenharia. 

Leia também: Como atrair profissionais de alta performance na construção civil

 Como tornar essa visão uma realidade

Levando em conta todos os desafios e obstáculos que muitas empresas do setor de construção enfrentam atualmente – tal como a resistência à mudança, lenta adoção de tecnologia, falta de colaboração e fragmentação –, essa previsão sobre o setor em 2030 pode parecer conto de fadas… 

Mas a verdade é que já existem caminhos para as empresas viverem essa realidade hoje mesmo.

Nossa missão aqui na Celere é justamente apoiar essa transição rumo a um mercado de construção mais eficiente e inovador, onde alta produtividade e precisão no desenvolvimento dos projetos seja a regra – e não a exceção.

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