Saiba quais são as principais notícias que mexeram com o mercado de construção em março de 2023 e fique por dentro de tudo o que pode impactar o seu trabalho – direta ou indiretamente
- Queda no índice de inflação na construção civil;
- Crescimento na criação de novas vagas de emprego de 2021 para 2022;
- Novo modelo de cálculo do Índice Nacional de Custo da Construção;
- Queda no faturamento das indústrias de materiais;
- Resultados de algumas das principais empresas do mercado de construção no quarto trimestre de 2022.
Estes são os assuntos do Giro de Notícias do mercado de construção deste mês. Vamos aos detalhes.
Inflação da construção civil cai para 0,08% em fevereiro
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) registrou inflação de 0,08% em fevereiro. Com isso, o custo nacional da construção por metro quadrado chegou a R$ 1.685,74.
Em janeiro, o Sinapi tinha sido de 0,31%. No mesmo mês do ano passado, o índice estava em 0,56%. Já o acumulado de 12 meses fechou em 9,92% – abaixo dos 10,45% acumulados até janeiro.
Além disso, a parcela dos materiais teve alta de preços de 0,10% no mês e passou a custar R$ 1.001,94 por metro quadrado. O custo da mão de obra, por sua vez, subiu 0,04%, passando a ser de R$ 683,80.
Construção Civil gerou cerca de 195 mil empregos formais em 2022
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, em 2022, houve registro de 2.037.982 novas vagas de trabalho com carteira assinada no Brasil, considerando todos os segmentos.
A Construção foi responsável por quase 10% desse total, com 194.444. Isso representa um crescimento de 8,42% em relação a 2021. A divisão por segmentos ficou assim:
- Construção de Edifícios foi responsável por 84.878 novos empregos;
- Serviços Especializados para a Construção geraram 80.486 postos;
- Obras de Infraestrutura criaram 29.080 vagas.
Os cinco estados com mais novos postos de trabalho formais foram:
- São Paulo – 57.504;
- Rio de Janeiro – 27.950;
- Bahia – 19.567;
- Santa Catarina – 10.376;
- Pernambuco – 8.920.
E as cinco cidades com mais novas vagas no setor foram São Paulo (25.591), Rio de Janeiro (11.759), Salvador (8.011), Brasília (7.033) e Fortaleza (6.192).
Outros setores de destaque na geração de empregos são: Serviços, que contribuiu com 1.176.502 postos formais; Comércio, com 350.110 vagas; e Indústria, com 251.868.
INCC terá novo modelo de cálculo a partir de julho
Ao longo dos últimos dois anos, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) conduziu estudos para reavaliar a forma como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é apurado.
No fim do mês passado, a instituição apresentou o novo formato de apuração, que será oficialmente implementado a partir de julho.
A ponderação será desdobrada em três padrões construtivos: econômico, médio e alto. O resultado do INCC será a média ponderada entre os três subíndices.
Além do INCC, também serão apurados através do novo sistema:
- INCC-10 – que analisa a evolução dos custos na construção civil e corresponde a 10% do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10);
- INCC-M – que capta a evolução de custos de construções residenciais;
- INCC-DI – que representa o índice de correção de todos os valores ainda devidos, até a entrega das chaves;
- Índices de Custo da Construção (ICC) das sete cidades componentes do INCC – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife e Brasília.
Faturamento das indústrias de materiais cai em fevereiro
O faturamento das indústrias de materiais registrou queda de 0,9% em fevereiro deste ano em comparação com o mês anterior, revela a pesquisa elaborada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação anual, a queda foi de 5,5%.
A pesquisa também aponta que a indústria de materiais de construção teve faturamento 3,9% menor em janeiro deste ano do que o observado no mesmo período do ano passado. Porém, é importante notar que os dados de janeiro ainda são os estimados pela FGV, já que a divulgação da Pesquisa da Indústria de março será feita no dia 30.
Apesar da queda no faturamento em fevereiro, a estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) para o ano permanece de crescimento de 2,0% no faturamento total deflacionado dos materiais de construção em relação a 2022.
Principais resultados do mercado de construção no 4T22
Algumas das principais construtoras e incorporadoras do Brasil apresentaram recentemente seus resultados de vendas e lançamentos do quarto trimestre de 2022.
Acompanhar esses indicadores é importante para entender tendências de vendas, número de lançamentos e precificação do mercado de construção civil.
Abaixo, apresentamos alguns destaques.
MRV&Co
Depois de registrar lucro líquido de R$ 300 milhões no quarto trimestre de 2021, a MRV&Co reportou um prejuízo líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 333,4 milhões no mesmo período do ano passado.
Além disso, a receita líquida da incorporadora recuou 12,7%, para R$ 1,66 bilhão; e a margem bruta teve queda de 3,2 pontos percentuais, ficando em 20,2%.
Já a margem bruta de novas vendas foi de 29%, crescimento de 10,3 pontos percentuais ante o quarto trimestre do ano anterior.
➔ Leia o relatório da MRV&Co e saiba mais
JHSF
Registrou lucro líquido de R$ 85,2 milhões, o que representa uma queda de 66,5% na comparação anual. Já as receitas líquidas da líder no setor imobiliário de alta renda somaram R$ 405,4 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, redução de 16,1% sobre o mesmo período do ano anterior.
➔ Leia o relatório da JHSF e saiba mais
EZTec
Reportou lucro líquido de R$ 31,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 56,5% ante o mesmo período de 2021. O lucro antes de juros e imposto de renda (Lajir) foi de R$ 25,2 milhões, queda de 49,9% em relação ao 4T21. Já a receita líquida cresceu 76,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 310,9 milhões.
➔ Leia o relatório da EZTec e saiba mais
Cyrela
O lucro líquido da Cyrela totalizou R$ 208 milhões no quarto trimestre do ano passado. Isso representa uma queda de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2022, o indicador somou R$ 809 milhões, caindo 11,5% na comparação com o 2021.
No entanto, a receita líquida da incorporadora cresceu 4,1% do 4T21 para o 4T22, atingindo R$ 1,37 bilhão. Esse indicador atingiu a marca de R$ 5,4 bilhões, alta de 13%, no acumulado do ano. Já a margem bruta recuou 2 pontos percentuais ante o último trimestre de 2021, chegando a 31,4%. Também houve queda de 2,5 pontos percentuais sobre o terceiro trimestre.
➔ Leia o relatório da Cyrela e saiba mais
Tenda
Registrou prejuízo líquido de R$ 155,1 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma melhora de 42,2% em relação ao resultado do mesmo período do ano anterior (prejuízo de R$ 268,5 milhões).
O Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 69,2 milhões, o que representa um crescimento de 68,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A receita líquida da incorporadora cresceu 22%, para R$ 631,1 milhões. Além disso, a Tenda registrou margem bruta de 10,9%, alta de 23,3 pontos percentuais em um ano (estava negativa no quarto trimestre de 2021). Já a margem bruta de novas vendas terminou o trimestre em 31,1%.
➔ Leia o relatório da Tenda e saiba mais
Estes, é claro, são apenas alguns dos destaques da temporada de relatórios referentes aos resultados do 4T22. Se quiser saber como foram outras empresas do mercado, acompanhe o caderno Construção e Engenharia, do Jornal Valor Econômico.
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