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O futuro das construtechs no Brasil

Bruno Loreto, da Terracotta Ventures (investidora focada em startups para os setores Imobiliário e de Construção), fala sobre o potencial de crescimento de construtechs e proptechs no Brasil e revela por que tecnologias como construção modular e data analytics são cruciais para a evolução da construção civil 

Não há dúvida de que estamos vivendo momentos incertos e difíceis. Contudo, por outro lado, a crise atual também está tendo um efeito catalisador para mudanças importantes em diferentes mercados – especialmente no que se refere à transformação digital.

Afinal, a disrupção causada pela pandemia de Covid-19 comprova que uma das capacidades mais importantes para as organizações é a habilidade de se adaptar rapidamente às movimentações do mercado. Para isso, é fundamental não só contar com a tecnologia, como também ter uma cultura aberta à inovação e à colaboração.

E é justamente nesse sentido que a aceleração de mudanças impulsionada pela crise atual pode ser benéfica para a construção civil. Até porque na corrida digital o setor fica bem atrás, sendo um dos mais lentos na adoção de tecnologias e um dos menos adeptos à cultura da inovação… 

É verdade que esse cenário vinha lentamente mudando nos últimos anos. Porém, 2020 promete ser um ano importante para a evolução do mercado de construção, com cada vez mais empresas apostando na digitalização de processos.

Uma prova disso é o crescimento de construtechs e proptechs – startups de tecnologias voltadas ao setor de construção e ao mercado imobiliário.

O momento das construtechs e das proptechs

Um levantamento realizado recentemente pela consultoria Deloitte e pela Terracotta Ventures, empresa de venture capital focada em investimento em construtechs e proptechs, indica que:

– 28% das empresas do segmento construtivo e imobiliário no Brasil demonstram intenção em investir em tecnologia em 2020.
– 25% pretendem inovar fazendo parcerias com startups.
– 53% das grandes empresas do ramo de construção civil e do mercado imobiliário apostam em startups como elemento chave de inovação em suas corporações. 

O Mapa das Construtechs e Proptechs 2020 é outro estudo que mostra o crescimento do mercado tecnológico voltado aos setores imobiliário e de construção.

A análise identificou 702 construtechs e proptechs ativas no Brasil este ano, um crescimento de 23% em relação a 2019 e de 180% em relação ao primeiro levantamento desse tipo, realizado em 2017.

Para entender melhor o potencial de crescimento dessas startups e o impacto da tecnologia na evolução do mercado de construção civil, conversamos com Bruno Loreto, economista e managing partner da Terracotta Ventures. Bruno trabalha há doze anos com tecnologias voltadas aos setores imobiliário e de construção e tem boas dicas e insights sobre transformação digital no setor construtivo.

Acompanhe!

Construtechs e proptechs no Brasil – Entrevista Bruno LoretoComo a Terracotta atua e qual é o objetivo da empresa e quais foram os principais resultados alcançados até o momento? 

Bruno Loreto – A Terracotta Ventures nasceu para ser a primeira empresa de venture capital focada em construtechs e proptechs na América Latina. Nosso propósito é melhorar o ambiente de moradia e infraestrutura no Brasil investindo em empreendedorismo e tecnologia. 

Iniciamos a empresa em 2019 e agora estamos trabalhando na captação de nosso primeiro fundo de investimento. Queremos investir nas melhores startups do mercado, contando com a participação de empresas e investidores que estão alinhados ao nosso propósito de transformar o setor.

Como você enxerga a evolução das construtechs e proptechs no Brasil e o que podemos esperar desses mercados em um futuro próximo e no longo prazo?

O crescimento do setor vem sendo bastante expressivo. Desde 2017, houve um aumento de 180% no número de startups nessa vertical, e apenas ano passado o volume de investimentos em construtechs e proptechs cresceu 274%.

O radar Construtechs e Proptechs 2020 indica que há mais de 700 startups ativas no Brasil atualmente, o que mostra que a vertical de startups de tecnologias voltadas aos mercados imobiliário e de construção é uma das mais relevantes do país.

Começaremos a ver mais startups captando rodadas maiores e se tornando conhecidas do grande público. O fenômeno que aconteceu com Quinto Andar e Loft, por exemplo, será cada vez mais comum. 

Além disso, veremos empresas tradicionais também investindo nesse movimento de transformação digital. Algumas tentarão fazer sozinhas, dentro de casa, outras vão investir em startups e apostar no que vem de fora.

O fato é que, independente do caminho, veremos uma nova forma de atuar no segmento de construção, com empresas apostando em um comportamento empreendedor e com mais investimentos em tecnologia.

Quais são os principais entraves para o avanço dos mercados de proptechs e construtechs no Brasil? E o que é preciso para superar essas questões? 

Empreender é uma jornada desafiadora. Empreender em uma startup é ainda mais, uma vez que você está em busca de um modelo de negócios inovador e escalável. Os desafios podem variar em função do momento.

Na sua visão, quais serão as tecnologias e tendências que mais devem impactar os mercados imobiliário e de construção nos próximos anos?

Na área de construção, minha aposta é que veremos industrialização da construção acelerar. Negócios usando construção modular tornarão a jornada construtiva mais eficiente e o setor, mais sustentável.

Além disso, tecnologias de sensorização do canteiro, captura de dados e digitalização da gestão do ambiente de obra também devem se fortalecer. 

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No setor imobiliário, as principais inovações virão nos modelos de negócios.

Devemos observar o crescimento do Real Estate as a Service, negócios voltados a rentabilizar a locação dos imóveis com experiência e serviços focados no cliente.

Também devemos ver maior uso de soluções baseadas em dados para tomada de decisão. A aplicação de tecnologia ao longo da jornada de compra, venda e locação deve tornar esse processo mais eficiente, reduzir custos e melhorar a experiência do consumidor.

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Quais são os principais problemas e ineficiências do setor de construção que o uso de ferramentas tecnológicas tem o potencial de resolver? 

Os problemas enfrentados pelo setor são inúmeros. Afinal, sendo o segundo mercado com menor nível de digitalização, podemos dizer que todos os processos dentro das empresas do setor de construção podem ser melhorados com tecnologia.

Vejo que, na atividade construtiva, o grande alvo a ser atacado é a produtividade. Portanto, todas as tecnologias que puderem melhorar o nível de produtividade no canteiro, permitindo fazer mais com menos, terão espaço para expandir.

Na frente imobiliária, o principal desafio é enfrentar a ineficiência na jornada de compra e venda do imóvel. O tempo médio para venda de imóvel leva meses, o custo de intermediação é alto e a experiência, horrível.

Se tivesse que citar a tecnologia mais importante para o setor atualmente, qual seria? 

Destaco duas:

Construção modular, por ser transformadora no quesito de produtividade – realmente muda a dinâmica do processo construtivo.

Data analytics, por ser a base para uma tomada de decisão mais inteligente, menos baseada em feeling e mais baseada em dados. Apenas a partir daí podemos imaginar aplicação de inteligência artificial de forma eficaz.

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Concentre-se no que você pode controlar. Deixe o resto para o Budget Analytics!

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Quais são os erros que as empresas dos setores imobiliário e de construção devem evitar ao adotar ferramentas tecnológicas? 

É preciso entender que pessoas, processos e tecnologia andam sempre juntos. Não há inovação sem uma liderança que invista em cultura, capacitação das pessoas e atração de talentos. Tecnologia não é o fim, mas sim o meio para potencializar algo maior.

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Por fim, quais são as dicas que você daria para as pequenas e médias empresas de construção que gostariam de acompanhar as movimentações do mercado (em termos de tendências e tecnologias), mas não sabem por onde começar? 

✓ Minha sugestão é sempre começar pelo problema.
Toda empresa do setor tem inúmeras dificuldades, portanto, escolha aquela que mais incomoda você e comece a procurar soluções. Na medida em que começar a obter pequenas vitórias, verá que os resultados podem ser bastante expressivos, trazendo maior confiança e recursos para fazer apostas maiores.

✓ Outra dica é sair da zona de conforto e se abrir a novas experiências.
Leia conteúdos sobre aquilo que não conhece, frequente eventos sobre temas que não sabe exatamente em que podem ser úteis, converse com pessoas que não estão no seu dia a dia. Essa é a melhor forma de enxergar novas possibilidades.

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A Celere faz parte da revolução das construtechs no Brasil

A Celere também está no Mapa das Construtechs 2020!

Nós desenvolvemos uma forma inovadora de se analisar custos de construção, gerando informações que grandes empresas – construtoras e incorporadoras – estão investindo milhões de reais para extrair do BIM (modelo 3D). E fazemos isso independente se seu projeto está ou não modelado, ou seja, conseguindo fazer isso inclusive em projetos em 2D (AutoCAD).

Esse é o Budget Analytics, uma metodologia que desenvolvemos ao longo dos últimos 5 anos e da participação de mais de 130 projetos.

O Budget Analytics é sustentado por quatro pilares:

  1. BASE ÚNICA DE INFORMAÇÕES
    Em um orçamento, são várias fontes de informações (
    memoriais descritivos, memoriais de cálculo, projetos, metodologias construtivas, estrutura de administração de obras, premissas etc.). Porém, com o B.A., todas essas informações se encontram em um único lugar.
  2. VOLUME DE DADOS
    Conseguimos facilitar o input de informações e, ao mesmo tempo,
    nossos orçamentos possuem mais de 100 vezes a quantidade de dados quando comparado com um orçamento tradicional.
  3. DADOS INTELIGENTES
    Montamos uma estrutura de dados e relatórios dinâmicos (B.I.) que
    permite acesso de forma rápida e simples às informações geradas por esse volume de dados, tornando as decisões descomplicadas.
  4. RASTREABILIDADE
    É possível ter total rastreabilidade dos custos do seu orçamento, sabendo o custo de cada local da sua obra. Sabemos, por exemplo, o custo do banheiro da suíte do apartamento 3 do 15º pavimento. Além de saber tudo o que compõe esse custo numa curva ABC dos itens dentro desse ambiente.

Esses pilares da metodologia proporcionam:

Assista ao vídeo abaixo e entenda como nossa ferramenta de orçamento utiliza a análise de dados para revolucionar a maneira como você planeja e distribui os custos das suas obras!

Quer saber como a Celere pode ajudar sua empresa a acompanhar as movimentações do mercado?
Entre em contato e entenda com detalhes como você pode incorporar essa metodologia em seus projetos sem precisar alterar em nada os seus processos.

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