Entenda como utilizar o método PERT na gestão de obras para criar cronogramas mais precisos e aumentar a eficiência do planejamento de projetos
Você está em busca de uma ferramenta que ajude a identificar as principais tarefas e o tempo necessário para realizar seus projetos de construção? Então, precisa conhecer o método PERT.
Para isso, basta seguir a leitura deste artigo. Nele, revelaremos os detalhes sobre essa técnica de gestão de projetos e explicaremos como é possível aplicá-la no gerenciamento de obras na construção civil.
O que é o método PERT?
A Técnica de Revisão de Avaliação de Programa (ou, em inglês, Program Evaluation Review Technique – PERT) é uma representação gráfica da linha do tempo de um projeto que exibe todas as tarefas individuais necessárias para concluir um projeto.
Essa metodologia foi desenvolvida na década de 1950, pelo Escritório de Projetos Especiais da Marinha dos EUA. Por conta de sua eficácia na gestão de projetos, até hoje empresas de diferentes segmentos a utilizam.
O método PERT permite que os gestores avaliem o tempo e os recursos cruciais para gerenciar um projeto. Por meio dele, é possível identificar, por exemplo:
- Datas de início e término do projeto.
- Tempo de conclusão total previsto.
- Todas as atividades que afetam o tempo de conclusão – representadas como eventos no gráfico.
- A sequência necessária de eventos.
- A probabilidade de conclusão em uma determinada data.
Leia também: Diagrama de Ishikawa na gestão da construção civil
Como funciona o método PERT?
O método PERT ajuda a visualizar um cronograma ou linha do tempo do projeto como um fluxograma.
Essa técnica usa círculos ou retângulos numerados (chamados de nós) para representar eventos ou marcos específicos do projeto. Esses nós são ligados por vetores, ou linhas com setas, que representam várias tarefas e suas dependências.
A direção das setas e os números indicam a sequência necessária. Normalmente, os números aumentam em 10 a cada marco. Assim, é possível adicionar tarefas ao longo do caminho sem precisar criar um novo gráfico.
Tarefas dependentes devem ser executadas respeitando a ordem estabelecida pelas linhas e setas.
Por exemplo: se uma seta apontar da Tarefa nº 1 para a Tarefa nº 2, será preciso concluir a Tarefa nº 1 antes de iniciar o trabalho da Tarefa nº 2.
Na prática, um projeto com oito atividades principais e uma duração total de 14 dias pode ter um gráfico parecido com este:
Os números ajudam a identificar as tarefas. As linhas mostram a ordem, a duração e as dependências.
No exemplo acima, você não pode iniciar a atividade 6 até que conclua as tarefas 2 e 4. Ou seja, a equipe responsável pela atividade 6 atividade não precisa começar a trabalhar até o oitavo dia do projeto (já que foram estabelecidos 2 dias para a Tarefa 1 mais 6 dias para a Tarefa 2).
Também é possível utilizar a estrutura PERT para projetos de grande escala – como é o caso da construção civil.
Em projetos mais longos e complexos, os dias são substituídos por semanas ou meses, e as atividades são divididas em grupos maiores. Além disso, o foco nas entregas – em vez das tarefas necessárias – garantirá que o fluxograma não se torne um pesadelo de linhas e bolhas.
4 passos da aplicação do método PERT
Passo 1: Identifique todas as atividades do projeto
A primeira etapa da criação de um bom gráfico PERT é identificar e reunir as informações e as tarefas necessárias para a realização de um projeto.
Passo 2: Determine dependências
Depois, é importante determinar quais são as tarefas dependentes, ou seja, quais atividades devem acontecer em uma sequência específica – uma dependendo da finalização da outra para acontecer.
Passo 3: Conecte as tarefas
Então, é preciso conectar as tarefas. Essas conexões são feitas com flechas, que representam as tarefas, e nós, que representam eventos ou marcos.
Passo 4: Estime o tempo de execução das tarefas
A última etapa é a definição do período em que a equipe precisará concluir as tarefas. Para isso, utiliza-se um cálculo que analisa diferentes cenários – como indicamos a seguir.
Baixe gratuitamente: Guia de estudo pré-obra
Previsão de tempo para execução do projeto com o método PERT
Gráficos PERT são muito úteis na criação de cronogramas, afinal, a partir desse método, o gestor de obras pode identificar as três estimativas de tempo para a finalização de um projeto.
- Estimativa otimista (O): É a estimativa de tempo mínimo possível para a realização de cada atividade, indicando o menor tempo para a conclusão do projeto. Ou seja, esse seria o cenário ideal, sem imprevistos ou atrasos.
- Estimativa pessimista (P): É a estimativa de tempo máximo possível para a conclusão de uma tarefa ou de todo o projeto, levando em conta os potenciais riscos. É, portanto, o período necessário para finalizar o projeto se vários problemas acontecerem.
- Estimativa mais provável (M): Aqui, leva-se em conta o cenário mais realista e prevê-se a quantidade de tempo mais provável necessária para a execução do projeto. Pense em um projeto mediano, em que sempre acontecem alguns imprevistos.
Cálculo da estimativa PERT
A estimativa PERT é feita a partir da combinação dessas três previsões, e se baseia na seguinte fórmula: (O + P + 4M) / 6
O cálculo funciona assim: some o tempo otimista (O) e o tempo pessimista (P) e 4x o tempo mais provável (M) e divida por 6.
Por exemplo: Se O é 15, P é 30 e M é 20, a estimativa PERT é (15 + 30 + 4(20))/6 = 20,833.
A previsão de tempo resultante também é chamada de “a estimativa mais esperada”.
Também é possível usar diferentes estimativas de tempo para entregar uma série de análises com diferentes tempos possíveis para a conclusão do projeto. No entanto, esse método geralmente requer um software de simulação avançado.
Leia também: Cronograma físico-financeiro de obras: o que é e como fazer
3 benefícios do uso do método PERT na construção civil
#1 Desenvolvimento de cronogramas mais precisos
A estimativa média alcançada pelo cálculo PERT é muito útil na criação de cronogramas para projetos de construção civil. Afinal, com ela é possível prever de maneira o tempo necessário para a execução de cada tarefa de maneira específica.
Assim, com base nessa previsão, o gestor de obras pode planejar os prazos de entrega com mais precisão. Além de contribuir para guiar o trabalho das equipes envolvidas, isso ajuda na gestão de compras de materiais e insumos e na gestão financeira do projeto.
#2 Identificação de dependências e alocação de equipes
Como citamos anteriormente, uma dependência é quando uma tarefa do projeto não pode acontecer sem que outra inicie primeiro. Por exemplo, você não pode começar a fundação sem antes preparar o terreno.
Na prática, porém, nem sempre as dependências acontecem de forma estritamente linear – especialmente em projetos de construção, em que diversas áreas estão envolvidas na execução de uma obra ao mesmo tempo, mas que uma depende da outra.
Vamos pegar o caso da fundação: depois que o terreno estiver pronto, a equipe do canteiro de obra pode dar andamento ao projeto, mas os times de eletricistas e encanadores precisam esperar mais etapas serem concluídas para iniciar as suas tarefas.
Então, desenvolver o método PERT vai ajudá-lo a identificar as principais tarefas dependentes e os possíveis intervalos que uma equipe terá que esperar pela outra. Assim, será possível criar um cronograma mais eficiente, alocando equipes estrategicamente.
#3 Melhoria na comunicação e mais responsabilidade
O gráfico PERT identifica as tarefas dependentes e também indica o tempo previsto para a realização de cada atividade.
Sendo assim, essa ferramenta ajuda as áreas e os profissionais envolvidos no projeto a estarem alinhados quanto às obrigações de cada um e também às expectativas em relação aos prazos de entrega de cada fase do projeto.
Leia também: Guia PMBOK®: o que é e como utilizar na construção civil
O método PERT e a elaboração do orçamento de obras
Ainda que o método PERT esteja mais focado nos prazos de entregas e de execução de atividades, também pode ser útil no desenvolvimento de orçamentos em projetos de construção civil.
Afinal, depois de finalizar o gráfico PERT, você terá uma representação visual do andamento do projeto. Ou seja, terá uma lista das principais atividades necessárias para o desenvolvimento da obra – inclusive com a especificação da sequência em que se deve realizá-las.
A partir dessa lista, é possível identificar os recursos necessários para a execução de cada atividade.
Indo além, como essa ferramenta ajuda a tornar o cronograma mais preciso – por meio de estimativas que levam em conta possíveis riscos e imprevistos –, isso também impacta diretamente na eficácia do orçamento. Afinal, menos atrasos se traduzem também em menos potenciais prejuízos e custos inesperados.
Como a CELERE ajuda na elaboração de cronogramas e orçamentos mais precisos
Uma questão importante a se levar em conta ao aplicar o método PERT e outras metodologias de gestão de projetos é a qualidade das informações.
Isso porque cálculos e previsões são feitos com base nas informações que o gestor de obras apresenta. Portanto, quanto mais precisos forem esses dados, mais eficiente e realista será o planejamento.
A CELERE ajuda a tornar sua gestão de obras mais efetiva por meio de dados qualificados, com base na análise de referências do mercado e de informações específicas relacionadas à sua construtora ou incorporadora.
Nossas tecnologias de gestão de orçamento utilizam inteligência artificial para identificar potenciais caminhos de melhorias e inovações para tornar o planejamento da sua obra mais estratégico e eficiente.
Temos metodologias voltadas também para:
- A fase preliminar dos projetos;
- O planejamento de obras;
- O desenvolvimento de orçamentos executivos;
- E o controle e execução das obras.
Entre em contato e saiba mais!
Informações: Investopedia; Monday; Asana