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Governança durante o ciclo de incorporação 

Governança corporativa na construção civil: por que você deveria se preocupar com isso

Entenda a importância da governança corporativa na construção civil e saiba como a transformação tecnológica impacta as boas práticas de governança nas organizações

A exigência do público por um posicionamento mais transparente das empresas é crescente em todos os mercados. Clientes e investidores esperam que as organizações prestem contas em relação às suas operações e processos, mostrando que seguem as legislações, aplicam boas práticas e estão alinhadas às demandas do contexto social e cultural.

No setor de construção não poderia ser diferente – especialmente se levarmos em conta episódios de corrupção que aconteceram em nosso mercado.

Indo além, a indústria da construção é responsável por grande parte das emissões globais de gases que aceleram as mudanças climáticas. Por isso, há uma expectativa elevada de que as empresas desse mercado sejam transparentes e assumam a responsabilidade por seus impactos socioambientais.

Nesse cenário, a governança na construção civil se faz cada vez mais necessária! Afinal, seguindo boas práticas de governança, construtoras e incorporadoras ficam melhor preparadas para se posicionar de maneira mais transparente e responsável, atendendo às demandas e aos interesses dos clientes, investidores e outras partes interessadas.

Mas o que é governança corporativa?

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC):

“Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.”

Ou seja, a governança corporativa refere-se a como as empresas são administradas. Portanto, a governança define estruturas e processos fundamentais para a gestão da empresa, levando em conta objetivos, responsabilidades e riscos, além de também considerar contextos sociais, regulatórios e de mercado.

O objetivo da boa governança é garantir que as empresas tenham processos de tomada de decisão e controles adequados para garantir que todos os interesses dos stakeholders (acionistas, funcionários, fornecedores, clientes e comunidade) sejam equilibrados.

Em outras palavras, esse conceito se refere a práticas e procedimentos para garantir que uma empresa funcione de maneira a atingir seus objetivos, assegurando a confiança de seus stakeholders.

Nesse sentido, o ISO 37000:2021 Governance of organizations, destaca que:

“A boa governança corporativa não apenas promove um ambiente de confiança, transparência e responsabilidade, mas também ajuda a alinhar o propósito de uma organização com os interesses da sociedade, construindo fortes relacionamentos com as partes interessadas e gerenciando e mantendo seus recursos de forma eficaz. Desta forma, a boa governança estabelece as bases para o sucesso a longo prazo das organizações. Isso garante que elas contribuam para proteger e restaurar os sistemas ambientais sociais, econômicos e naturais.”  

4 princípios da governança corporativa

4 princípios da governança corporativa
Imagem criada por pressfoto para Freepik

Segundo o IBGC, estes são os quatro princípios que devem guiar a governança corporativa nas empresas:

1) Transparência 

A empresa deve estar preparada para disponibilizar aos stakeholders todas as informações que sejam de seu interesse – e não apenas aquelas impostas por leis ou regulamentos.  

A transparência das informações não deve se restringir ao desempenho econômico-financeiro, precisa contemplar também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a gestão da empresa e que conduzem à preservação e à otimização do valor da organização.

2) Equidade 

Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.

3) Prestação de contas (accountability) 

Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e de fácil acesso, assumindo as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.

4) Responsabilidade corporativa 

Por fim, os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzindo os riscos e aproveitando ao máximo as oportunidades. Para isso, devem levar em consideração os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional etc.) no curto, médio e longo prazo.

A importância da governança corporativa na construção civil

A importância da governança corporativa na construção civil
Imagem criada por standret para Freepik

A governança corporativa na construção civil é fundamental porque impacta diretamente nos resultados das construtoras e incorporadoras, além de ser crucial para fortalecer a imagem e a credibilidade das empresas.

Aplicar boas práticas de governança em projetos de construção pode trazer benefícios como:

1) Mais controle e eficiência 

Segundo análises da KPMG sobre o mercado de construção global, as principais razões de ineficiências na gestão de obras são:

a) Excesso de confiança

b) Falta de consistência

c) O ‘fator humano’, abrangendo questões como falta de controle e gestão de talentos inadequada. 

Esses são os grandes responsáveis por atrasos, retrabalhos e estouros de orçamentos.

De acordo com o levantamento da KPMG, 66% das empresas que terminam seus projetos dentro do prazo possuem bons sistemas de controle, integrados aos processos de governança. Por outro lado, entre as empresas com piores desempenho, nenhuma se preocupa com a governança.

Ou seja, aplicar boas práticas de governança é o caminho para eliminar alguns dos problemas mais comuns na construção e proporcionar mais eficiência e controle às obras.

2) Menos riscos e mais foco

Boas práticas de governança corporativa na construção também garantem que os processos da empresa estejam em conformidade com as normas e leis vigentes – o que, consequentemente, diminui os riscos de multas e entraves legais que geram perda de tempo e prejuízos financeiros.

Além disso, ao adotar um conjunto de regras para guiar suas ações, a empresa passa a atuar de forma mais padronizada, aumentando a eficiência e a produtividade. E ainda, a governança também é importante para estabelecer as responsabilidades de cada um, trazendo mais clareza e foco para as operações.

3) Alinhamento aos critérios ESG 

Tanto clientes quanto investidores demandam cada vez mais que as empresas sigam critérios ESG – boas práticas sociais, de sustentabilidade e de governança que visam tornar as empresas mais responsáveis.

Nesse sentido, a governança ajuda a direcionar as empresas em relação aos processos de impacto socioambiental, indicando as melhores maneiras de se relacionar e lidar com o meio ambiente, colaboradores, clientes, comunidade e acionistas. 

Saiba mais: ESG na construção civil

Boas práticas de governança corporativa

A estrutura da governança corporativa nas empresas é formada por diferentes grupos que atuam para garantir que os processos e as estratégias em todos os níveis na organização estejam dentro da lei, sigam princípios éticos e estejam alinhados aos interesses da empresa e dos stakeholders.

Essa estrutura pode variar de empresa para empresa, porém, o importante é definir os agentes de governança que vão garantir a transparência e a ética nas operações e estratégias da organização. Abaixo, destacamos alguns grupos que podem compor essa estrutura:

  • Sócios
  • Conselho de Administração
  • Auditoria Independente
  • Auditoria Interna
  • CEO e diretores
  • Comitês
  • Conselho Fiscal
  • Ouvidoria e Corregedoria
  • Secretário do Conselho

Para entender o papel de cada um dos agentes de governança, recomendamos que leia o guia do IBGC: Código das melhores práticas de governança corporativa

Outras referências relevantes nesse sentido são os seguintes documentos (em inglês):

O avanço da tecnologia e a governança corporativa na construção civil

O impacto da tecnologia 5G na construção civil
Imagem criada por rawpixel.com – www.freepik.com

Na medida em que as empresas passam por um processo de transformação digital, a governança corporativa precisa acompanhar esse movimento.

Afinal, ao passo em que processos baseados em plataformas digitais são implementados nas organizações, eles também precisam ser incluídos nos critérios de governança. Isso garante que as ações da empresa desenvolvidas com o apoio de ferramentas digitais estejam de acordo com a lei e sigam princípios éticos.

Além disso, ferramentas digitais podem ajudar os negócios a obter mais informações sobre suas operações. Por meio da análise de dados estratégicos, a tecnologia permite que a empresa monitore e controle com mais agilidade e eficiência seus processos, identificando potenciais riscos com antecedência e garantindo a integridade das estratégias e decisões tomadas pela organização.

A governança corporativa na construção civil é um bom exemplo do potencial da tecnologia nesse sentido.

Por meio de sistemas como o BIM, por exemplo, todas as partes interessadas em um empreendimento podem acessar as informações sobre o projeto de forma instantânea e facilitada. Isso, por sua vez, traz mais transparência e controle para a gestão da obra.

A CELERE faz parte desse movimento de transformação tecnológica que ajuda a trazer mais controle e aprimora os processos de governança na construção civil.

Uma das maneiras pelas quais fazemos isso é por meio do nosso sistema de orçamento de obras, o Budget Analytics. Nossa metodologia identifica custos específicos envolvidos em cada área do projeto.

Com as informações obtidas com o Budget Analytics, sua construtora ou incorporadora tem mais controle sobre os custos da obra. Além disso, consegue prestar contas de forma detalhada e precisa. Ou seja, o Budget Analytics gera mais controle e transparência à gestão do orçamento de obras. Saiba mais!

Informações: IBGC; Corporate Governance Institute; Código das melhores práticas de governança corporativa.

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