Conheça as principais tendências na gestão de pessoas na construção civil e entenda como elas estão moldando o futuro do nosso mercado.
Se você acompanha nosso blog, já deve estar por dentro das principais tecnologias e tendências que estão transformando o setor de engenharia e construção. Afinal, elas já foram pautas de alguns artigos – caso, por exemplo, destes três:
– 7 grandes movimentos que estão moldando o futuro da engenharia e construção
– 20 sistemas que mostram a evolução da inteligência artificial no setor de construção
– Como a tecnologia está transformando o trabalho e as habilidades do gestor de obras
No entanto, além de mudar a forma como as empresas se relacionam com seus parceiros de negócios e clientes e impulsionar alterações nos processos das diversas fases e áreas da construção, esses movimentos também impactam a maneira de gerenciar o capital humano em nosso mercado. E nós precisamos falar sobre isso!
Este, então, é o tema do artigo de hoje!
Siga a leitura, conheça as principais tendências na gestão de pessoas na construção civil e entenda como elas estão moldando o futuro da gestão de pessoas (e das empresas como um todo) em nosso mercado.
4 tendências na gestão de pessoas que devem impactar o setor de construção
O relatório 2019 Deloitte Global Human Capital Trends aponta algumas das principais tendências na área de Recursos Humanos, identificadas em uma pesquisa global com mais de 10 mil participantes, em 100 países. Entre os entrevistados estão 396 empresas e profissionais da área de Produtos Industriais e Construção, de mais de 60 países.
Com base nesta análise segmentada da consultoria, apresentamos a seguir as principais movimentações na área de gestão de pessoas que estão transformando a forma de gerenciar capital humano nas empresas de construção.
Tendências na gestão de pessoas na construção civil:
#1 Fortalecimento da força de trabalho alternativa
A chamada “força de trabalho alternativa” deve se tornar cada vez mais comum. Formada por freelancers, autônomos, trabalhadores temporários e profissionais contratados por projetos, essa modalidade de emprego vem crescendo a passos largos no Brasil e no mundo.
Estudos apontam que o valor da gig economy, movimento formado pela contratação informal e temporária de profissionais, já ultrapassa US$ 200 bilhões de dólares – e deve alcançar US$ 455 bilhões até 2023.
Inclusive, o relatório da Deloitte aponta que mais do que uma forma de complementar o time, esses tipos de contratações irão se tornar uma das principais bases da força de trabalho em empresas ao redor do globo.
“Dada a crescente escassez de habilidades e a baixa taxa de natalidade em muitos países, o gerenciamento de forças de trabalho alternativas será essencial para o crescimento dos negócios nos próximos anos”, indicam os responsáveis pelo estudo.
Aliás, essa modalidade “alternativa” já é bastante forte no mercado de construção civil. Segundo o Datasebrae, empresas deste mercado são as que mais têm interesse em terceirizar mão de obra.
O que vemos atualmente é o seguinte:
– Por um lado, a informalidade é bastante alta no setor. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, a informalidade na construção civil gira em torno de 40% na média nacional, chegando até 60% em alguns estados.
– Por outro lado, a mais recente reforma trabalhista possibilitou a terceirização de todas as atividades do setor e facilitou a contratação de autônomos. Isso, por sua vez, impulsionou o número de trabalhadores deste mercado que atuam como Microempreendedores Individuais (MEI) em projetos temporários.
Então, o desafio para os gestores da construção nos próximos anos será entender como utilizar e gerenciar essa força de trabalho alternativa de maneira estratégica, e não ver essa modalidade de contratação apenas como um complemento ou como forma de suprir necessidades pontuais.
Com esse tipo de relação de trabalho se tornando cada vez mais comum, estabelecer processos para acompanhar a performance e o desenvolvimento dos trabalhadores não-fixos será essencial para não prejudicar a produtividade e a eficiência dos projetos.
Aprenda mais!
– Como atrair profissionais de alta performance na construção civil
Tendências na gestão de pessoas na construção civil:
#2 Liderança do século XXI – a união entre o tradicional e o novo
Na pesquisa da Deloitte, três quartos dos participantes do setor Industrial e de Construção indicaram que os líderes em seus mercados enfrentam demandas únicas e inéditas neste século.
“Eles devem adotar uma abordagem diferenciada para alcançar objetivos de negócios tradicionais e aproveitar novas competências críticas, incluindo liderar através de mudanças, abraçar ambiguidades e incertezas e entender tecnologias digitais, cognitivas e orientadas por inteligência artificial”, aponta o documento.
Ou seja, cada vez mais os gestores de construção precisam entender como alinhar demandas tradicionais do negócio – como geração de lucro e aumento da produtividade e eficiência, por exemplo – com as possibilidades geradas pelo avanço tecnológico e pelas capacidades da nova geração de profissionais.
Neste sentido, entre as principais forças que estão impulsionando mudanças no perfil dos líderes de construção, destacaram-se, no estudo:
– Surgimento de novas tecnologias (75%);
– Velocidade das mudanças (66%);
– Mudanças nas expectativas dos profissionais (57%);
– Mudanças nas expectativas dos clientes (53%).
Contudo, apenas 37% dos respondentes acreditam estar preparados para enfrentar as demandas contemporâneas e futuras.
Para desenvolver esse novo líder do século XXI, as empresas do mercado de construção precisam agir em duas esferas:
➔ Ajudar os gestores atuais a acompanharem as mudanças de mercado, capacitando-os para entender as principais tecnologias e tendências que afetam seus trabalhos e suas equipes.
➔ Investir na capacitação dos líderes do futuro, desenvolvendo habilidades cruciais nos profissionais de hoje, que poderão ser os gestores de amanhã.
Aprenda mais!
– O perfil do profissional de construção civil do futuro
– Como a tecnologia está transformando o trabalho e as habilidades do gestor de obras
Tendências na gestão de pessoas na construção civil:
#3 Foco na experiência dos colaboradores
Você já ouviu falar em employee experience?
“Experiência do colaborador” (em tradução livre) é o conceito que diz respeito à percepção que os funcionários têm do seu relacionamento com a empresa.
Essa experiência é formada pela interação com as pessoas e os processos dentro da organização – desde o momento da entrevista até a fase de desligamento. Quanto mais positivo for o sentimento do profissional nesse sentido, mais satisfeito com seu trabalho ele estará e, assim, melhor será sua performance.
Um estudo da Accenture indica que:
✔︎ Em empresas em que a experiência dos colaboradores é trabalhada de maneira estratégica, a produtividade é 122% maior em comparação com as organizações que não prestam atenção a esse fator.
✔︎ Além disso, negócios que possuem profissionais altamente engajados lucram 21% mais do que os que não possuem uma força de trabalho engajada.
Segundo o relatório a Deloitte, esse deve ser um fator relevante para as empresas nos próximos anos – especialmente no mercado de construção. Entre respondentes deste mercado que participaram da pesquisa:
– 82% classificaram a experiência dos colaboradores como “importante”.
– Metade acredita que a experiência dos colaboradores e o nível de produtividade estão diretamente relacionados.
– Contudo, apenas 39% acreditam que suas organizações estão preparadas para entender e investir neste conceito.
Se o mercado de engenharia e construção deseja superar os baixos níveis de produtividade registrados nos últimos anos, é crucial que as empresas estejam atentas à essa tendência, investindo na satisfação, na capacitação e na valorização dos profissionais para impulsionar suas performances e resultados.
Aprenda mais!
– Como reter talentos na construção civil
– A ciência explica por que você está motivando sua equipe de forma errada
Tendências na gestão de pessoas na construção civil:
#4 Processos de aprendizado constante
Uma das tendências de gestão de pessoas mais importantes indicadas pelo levantamento da Deloitte é a demanda e a necessidade por aprendizado contínuo ao longo da carreira.
“As pessoas agora classificam a ‘oportunidade de aprender’ como uma das principais razões para conseguir um emprego; e os líderes sabem que a evolução tecnológica, as transformações no perfil dos profissionais e o surgimento de novas práticas de trabalho e modelos de negócios estão criando uma grande demanda por desenvolvimento contínuo e ao longo da vida”, aponta o estudo global.
Entre os participantes do estudo que fazem parte do mercado de construção:
– 85% classificaram a tendência de “aprendizado constante” como um dos fatores mais importantes para os próximos anos.
– Porém, menos da metade (42%) acredita que suas empresas estão aptas para adotar esse movimento.
– Além disso, apenas 5% afirmaram que há uma excelente cultura de aprendizado em suas organizações.
Essa é uma das tendências de maior relevância porque está diretamente relacionada a outros movimentos importantes na área de gestão de pessoas no setor de construção – e que citamos nos itens anteriores.
Ou seja, ter uma cultura de aprendizado contínuo ajuda as empresas a:
– Atrair profissionais qualificados;
– Preparar a liderança do futuro;
– Promover uma excelente experiência dos colaboradores.
Aprenda mais!
– Gestão na engenharia: como conduzir mudanças com sucesso
– Os alicerces de uma empresa inovadora na construção civil
Esperamos que essas informações o ajudem a gerenciar o seu capital humano de maneira mais estratégica e alinhada às principais movimentações do mercado.
Sucesso!
