Entenda o que é gestão orientada ao escopo e saiba como sua implementação pode ajudar a aumentar a produtividade, a eficiência e a lucratividade de seus projetos
Em uma gestão integrada, todas as esferas-chave da organização (estratégia, tática, operações e cultura) comunicam-se de maneira natural e contínua. Dessa forma, a comunicação flui melhor, todos ficam na mesma página e há muito menos erros e retrabalhos.
Essa é uma questão fundamental para o sucesso na construção civil, como contamos no primeiro artigo da cobertura do INCORPOD, webinar promovido pela Celere em parceria com a GD Soluções Integradas.
Dando continuidade a essa série, a seguir, explicamos como a gestão integrada proporciona coleta de informações fundamentais para o desenvolvimento de um escopo eficiente. Acompanhe!
Leia também: A importância da gestão integrada na engenharia pré-obra
A relação entre o escopo e o orçamento de obras
“Em alguns projetos, ajustes são feitos nos primeiros meses de construção, o que é normal. No entanto, ter um escopo muito bem definido desde o início faz uma diferença significativa na gestão do projeto ao longo do tempo”, detalha.
O engenheiro esclarece que a definição do escopo e o desenvolvimento de um orçamento eficiente estão diretamente relacionados. Ele ressalta que uma orçamentação eficaz traduz projetos e memoriais em dados concretos. Sendo assim, quanto melhor for o escopo (com informações atualizadas e completas), mais claro e preciso será o orçamento.
Nesse sentido, Raphael indica que o orçamento deve trazer todas as composições unitárias, os índices de consumo de materiais e os custos unitários envolvidos, além dos custos indiretos. Por fim, um escopo completo e preciso contempla outro elemento importante: a cultura da empresa.
“Um aspecto crucial, que muitas vezes é negligenciado, é a cultura de execução de obras por parte das empresas; ou seja, como elas realizam contratações, medem avanços e administram a mão de obra. Isso tudo é parte integrante do escopo. Além disso, é preciso incluir também o entendimento dos critérios de medição e se a empresa possui sua própria mão de obra ou se depende de terceiros”, salienta.
Gestão baseada em escopo – ou Gestão por camadas
O fundador da Celere conta que é raro encontrar empresas que de fato valorizam o escopo. Para ele, as empresas tendem a priorizar questões como orçamento, custo total, planejamento, contratações e compras. No entanto, todos esses aspectos – desde as tarefas de gestão até a programação financeira e a governança do negócio – são intrinsecamente dependentes do escopo.
“Esse escopo é usado para orçar, planejar, contratar, comprar, fazer administração contratual. Todas as tarefas de gestão de obras e até sua programação financeira vêm do escopo. Inclusive, quando a empresa busca captar recursos, a governança do negócio também depende de um escopo eficiente”, aponta Raphael.
O executivo explica que, por entender a relevância dessa etapa para a eficiência do orçamento e da gestão de obras como um todo, a Celere desenvolveu produtos e soluções de planejamento de obras que são orientadas para o escopo.
À base formada pelo escopo são adicionados diferentes níveis de informações – o que ele chama de gestão por camadas.
“Começamos definindo o custo pré-obra, o prazo e o orçamento. Adicionamos ainda mais camadas no pré-obra, incluindo planejamento de compras, contratações, segurança do trabalho, meio ambiente e logística do canteiro.
Todos esses elementos dependem do escopo. Durante a obra, essa abordagem de camadas facilita a organização e o controle, garantindo que tudo seja orientado ao escopo, que é integral e vinculado ao projeto. Ele se torna o pilar central para a integração de todas as áreas”, explica.
Nessa linha, o especialista reforça o que outro palestrante do INCORPOD, o engenheiro Guilherme David, disse sobre a importância de se ter uma gestão integrada para garantir um bom fluxo de informações e comunicação clara.
“Quando pensamos em uma obra que envolve compras, medições, contratações, controle de prazos, custos, qualidade e segurança do trabalho, a organização em torno desses elementos reflete o quanto a ‘lição de casa’ foi feita antes. Se essa preparação não ocorrer, a obra pode até funcionar, mas a um custo de retrabalho significativo. Portanto, uma obra bem organizada em todos esses aspectos indica planejamento e preparação eficazes, com base em um escopo bem definido”, frisa Raphael.
Somente com essa colaboração entre todas as áreas e profissionais envolvidos é possível desenvolver um escopo realmente eficaz.
Os pilares da engenharia pré-obra
Raphael reforça, então, que o escopo é o alicerce da engenharia pré-obra.
Ele detalha que as seguintes áreas/atividades formam os pilares dessa fase:
1) Escopo
2) Orçamento – Planejamento físico e de gestão da qualidade
3) Planejamento de suprimentos – Planejamento de contratação e de SSTMA; Planilha de banco; Previsão de fluxo de caixa
“Com essa lição de casa feita, todas as outras etapas da obra – incluindo compras, medição, contratação, controle de prazo, controle de custos, controle de caixa, controle de qualidade e segurança do trabalho – acontecem de maneira muito mais tranquila e eficiente”, aponta.
Benefícios de uma gestão orientada ao escopo
Por fim, o fundador da Celere explica que uma gestão integrada e baseada no escopo pode gerar como benefícios para as construtoras:
- Aumento da segurança
- Redução de custos operacionais
- Aumento de margens de lucro
- Antecipação de problemas
- Integração entre áreas
- Desenvolvimento profissional dos envolvidos
- Foco em trabalho estratégico e analítico
- Otimização do projeto
Mas como desenvolver um escopo eficiente, traduzindo com eficácia e precisão as informações dos projetos, memoriais e cultura da construtora?
Raphael mergulhou neste tema na terceira parte do INCORPOD. Durante o evento, ele apresentou as soluções desenvolvidas pela Celere justamente pensando nesse desafio.
Falaremos sobre isso no último artigo desta série. Não perca!