Entenda como a inteligência de dados permite criar quantitativos e escopos detalhados e gere orçamentos muito mais eficientes para suas obras
Nos dois primeiros artigos da cobertura do webinar INCORPOD, promovido pela Celere em parceria com a GD Soluções Integradas, falamos sobre:
- A importância da gestão integrada na engenharia pré-obra
- A relevância do escopo para aumentar a eficiência na gestão de obras
Hoje, para finalizar essa série, trazemos as visões e dicas de Raphael Chelin, fundador da Celere, sobre desafios e boas práticas para desenvolver orçamentos detalhados e precisos com base no escopo.
Acompanhe!
Quais são os principais desafios das incorporadoras na gestão de obras?
Com base em sua experiência na gestão de obras, Raphael lista alguns desafios enfrentados que impedem que as incorporadoras melhorem seus processos de gestão. São dificuldades como:
- Falta de investimento na gestão de projetos. Relaciona-se à tendência de as empresas de incorporação negligenciarem o investimento adequado na gestão de projetos devido à falta de estratégia. Ou seja, enxerga-se a engenharia como “um mal necessário”.
- Complexidade na implementação do BIM (Building Information Modeling). O processo de implementação BIM é complexo e demorado, muitas vezes levando à frustração.
- Integração ineficiente de softwares. Ao tentar incluir todos os aspectos de um projeto em um modelo BIM, há dificuldade de integrar vários softwares de maneira eficiente.
- Alto risco de erros e baixa segurança da informação. Devido à quantidade de trabalho manual e digitação envolvida, existe um risco maior de erros e uma segurança de informação reduzida.
- Necessidade de pessoal altamente capacitado. A complexidade dos processos exige profissionais altamente capacitados, o que pode ser um desafio devido à variação dos processos de cada projeto.
- Dificuldade no treinamento de processos. A complexidade e a variação dos processos tornam o treinamento desafiador, exigindo um esforço maior para capacitar o pessoal adequadamente.
“Para mudar essa realidade, é essencial que a iniciativa parta da alta liderança. Sem o comprometimento e a orientação dos líderes, há poucas chances de sucesso nessas transformações. É fundamental que a empresa, guiada por sua liderança, reconheça e entenda a importância dessas mudanças”, analisa.
Gargalos no desenvolvimento de orçamento de obras
Ainda falando sobre os obstáculos para a adoção de boas práticas de gestão de obras, Raphael detalha algumas condutas que resultam em orçamentos ineficientes e imprecisos.
O processo manual de levantamento de informações e medições no AutoCAD está no topo dessa lista. “Não é possível que em 2023 ainda estejamos fazendo esse tipo de trabalho, digitando dado por dado um volume enorme de informações. A gente não pode se conformar que é assim que se faz. Já existem soluções para resolver esse problema”, declara.
Por outro lado, ele alerta que não dá pra achar que uma ferramenta vai resolver tudo. Inclusive, na visão do fundador da Celere, um dos principais erros nesse sentido é acreditar que o BIM é a solução universal para todos os problemas.
Com tantos fatores envolvidos no negócio da construção, não é possível aguardar a conclusão completa de todos os aspectos para ter números concretos, quantitativos ou orçamentos. Portanto, na prática, as empresas precisam encontrar maneiras de utilizar o BIM de forma mais realista, flexível e adaptável”, destaca o fundador da Celere.
Outra prática comum e que gera resultados ruins é o orçamento baseado em EAP (estrutura analítica de projetos). Raphael explica por quê.
“Você precisa de um quantitativo, de um escopo, muito mais detalhado do que uma EAP tradicional proporciona. Além disso, o orçamento precisa ser muito mais rastreável do que o gerado por esse método. Para que seja possível fazer uma gestão baseada em escopo, é preciso um escopo ultradetalhado – para trazer rastreabilidade e memória de cálculo de tudo que está considerado na EAP tradicional de orçamento.”
Inteligência de dados para criar quantitativos e escopos ultradetalhados
Com o objetivo de resolver esses problemas e ajudar as construtoras a superarem esses desafios, a Celere desenvolveu soluções que são orientadas ao escopo.
A metodologia utiliza inteligência de dados e tecnologias de automação para elevar as análises dos quantitativos e dos custos das obras a um nível de precisão e detalhamento inédito no mercado.
Os processos da Celere funcionam da seguinte maneira:
- Modelamos todos os projetos em BIM 3D, substituindo o uso de AutoCAD. Além disso, aproveitamos o que é possível dos modelos existentes e, quando necessário, fazemos uma remodelagem deles.
- Importamos as informações do modelo 3D para a nossa plataforma, eliminando a necessidade de digitação manual.
- Inserimos memoriais e elementos da cultura empresarial nessa plataforma, adicionando uma camada extra de informação estratégica.
- A plataforma possui uma modelagem (organização) dos dados, além de um algoritmo de cálculo que elimina a necessidade de extenso trabalho manual.
- Nosso sistema permite obter números rapidamente, utilizando tecnologia avançada e integrando todos os dados no mesmo ambiente – mesmo que os projetos ainda não estejam finalizados.
- A plataforma também permite a criação de ‘kits’ de serviços e a aplicação de fórmulas específicas para cada serviço, facilitando a obtenção de quantitativos detalhados e rastreáveis.
- O nível de detalhamento dos quantitativos possibilita a análise de informações por área (torre, pavimento etc.) e até por unidade.
“Dentro da nossa plataforma, modelamos tudo, incluindo memoriais e os critérios de cálculo. Fazemos um match entre os modelos e as informações enriquecidas para criar uma modelagem de dados eficiente. Todo o processo é automatizado, eliminando a necessidade de intervenção humana para realizar cálculos em Excel.
Esta inovação é o que desenvolvemos, e é por meio deste escopo que conseguimos conectar todas as áreas. Assim, adotamos uma gestão baseada em escopo, em que todos utilizam as mesmas informações, evitando a necessidade de retrabalho”, frisa o executivo da Celere.
Dê o play no vídeo abaixo e saiba mais:
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