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BIM e dados: uso na prática para um orçamento preciso

BIM e dados: uso na prática para um orçamento preciso

Entenda quais são os grandes obstáculos para o avanço do BIM na construção civil e saiba como a CELERE ajuda as empresas a utilizarem o BIM 5D

Raphael Chelin
Raphael Chelin

Por Raphael Chelin, CEO da Celere

Recentemente, participei de um evento online promovido pela Sienge em parceria com a eCustos para celebrar o Dia do Engenheiro de Custos. O objetivo da ação foi promover o intercâmbio de melhores práticas, métodos, tendências e lições aprendidas na comunidade de Engenharia de Custos.

No encontro, falei sobre a otimização da gestão de obras por meio da tecnologia e do uso de dados, e sobre como o BIM 5D pode melhorar a performance do setor de construção.

Entendendo a relevância do assunto, resolvi escrever este artigo para compartilhar alguns dos pontos que destaquei durante a apresentação.

Começo reforçando algo que sempre digo porque precisa ficar muito claro para evoluirmos nesse debate: 

BIM é muito mais que modelagem 3D! 

Muita gente no setor de construção tem dificuldade de entender a importância do BIM porque ainda predomina a visão de que ele é apenas uma nova forma de visualizar o desenho do projeto ou de modelar.

Mas a verdade é que o BIM é muito mais do que isso. 

BIM é uma nova maneira de gerenciar projetos de construção. Seu uso pode trazer muito mais precisão, agilidade, produtividade e lucro para o mercado.

O BIM é um processo que centraliza todas as informações pertinentes a um projeto. Por meio dele, é possível fazer uma gestão colaborativa, com informações atualizadas em tempo real e acessíveis para todos.

É como se o modelo fosse composto por diversas caixas ou áreas (parâmetros) em que todos os envolvidos no projeto pudessem colocar as informações relacionadas às diferentes áreas e ciclos da obra. Ou seja, o BIM é sobre o modelo 3D, mas não é isso. Por trás do modelo 3D há um grande banco de dados, que pode ser alimentado e acessado por todas as partes interessadas.

Assim, no modelo BIM, o desenho 3D do projeto integra informações e dados sobre a construção – que são alimentados e acessados por diferentes partes.

Além disso, é importante ter em mente que o BIM não funciona de maneira isolada. Esse é um processo que engloba todas as fases de uma obra – do planejamento à manutenção ou demolição – e as pessoas que trabalham nelas.

BIM é muito mais que modelagem 3D! 

Quanto maior é o nível de detalhamento de informações integradas ao modelo 3D, mais dimensões do BIM são utilizadas e mais complexa é a gestão.

Quer entender melhor as dimensões do BIM?
Leia este artigo:
BIM 5D: a revolução que o mercado de construção precisa

A relevância do BIM para a construção civil

O BIM representa um salto na utilização de ferramentas digitais no mercado de construção. Afinal, por meio desse processo de modelagem e gestão colaborativa, é possível potencializar e aproveitar estrategicamente todos os benefícios de tecnologias – especialmente as de coleta e análise de dados.

Em uma análise realizada pela AEC, 28% dos participantes indicaram que a transformação digital teria mais impacto na construção na área de projetos; e 21% responderam planejamento. Ou seja, duas áreas que formam a base do BIM.

Aliás, quando questionados sobre quais as novidades que teriam mais impactos no setor, a maioria dos entrevistados apontou o BIM.

A relevância do BIM para a construção civil

Além disso, outra pesquisa da McKinsey revela a próxima geração do BIM 5D – que consegue integrar informações de custos e planejamento dentro do modelo 3D – como uma das grandes tendências para o futuro da construção.

Pesquisa McKinsey sobre tendências na construção civil

Leia também: Por que o BIM é uma virada para a produtividade na construção civil  

As limitações do uso do BIM no mercado de construção

Como comentei, se utilizado corretamente, o BIM pode trazer mais precisão, agilidade, produtividade e lucro para o mercado de construção. Contudo, a grande dificuldade para atingir todo o potencial do BIM está justamente na falta de conhecimento sobre esse processo e na forma limitada como ele é utilizado.

O que vemos acontecer na prática é que muitas empresas utilizam o BIM pensando apenas na modelagem tridimensional, sem levar em conta todas as outras informações – de custos e cronograma – que é possível inserir no modelo 3D.

Levando em conta, por exemplo, as seguintes dimensões do BIM:

  • O BIM 3D é a base do modelo tridimensional, que representa a geometria e os componentes da construção;
  • O BIM 4D adiciona a dimensão temporal para simular o cronograma da obra e a sequência de atividades;
  • Por fim, o BIM 5D inclui informações de custos para análise financeira do projeto.

Ou seja, muitas construtoras e incorporadoras utilizam o BIM de forma muito limitada e não aproveitam todo o seu potencial. Na nossa base de clientes, por exemplo, a maioria usa apenas o BIM para projetar!

Para garantir que o BIM alcance a dimensão 5D, o projetista precisa levar em conta que serão inseridas informações de custo e cronograma desde a montagem do desenho 3D. Caso contrário, não será possível realizar a parametrização correta do BIM, e ele não alcançará todo o seu potencial de análise de dados.

Obstáculos para o avanço do BIM na construção civil

Obstáculos para o avanço do BIM na construção civil
Imagem criada por DCStudio para Freepik

O grande benefício do BIM é que ele é capaz de transformar projetos em dados. Contudo, para que esse seu uso mais estratégico se torne realidade é preciso superar alguns obstáculos.

Estes são cenários atuais na realidade do mercado brasileiro que impedem que o BIM avance e alcance todo o seu potencial analítico:

#1 Muitos players envolvidos

Para que o modelo BIM seja desenvolvido corretamente, o ideal é que todos os agentes envolvidos na obra estejam alinhados antes mesmo de começar o processo sobre quais informações são necessárias e como elas serão inseridas no modelo. 

Se, por exemplo, o gestor sabe da possibilidade BIM 5D, o projetista precisa inserir as informações de custo no modelo 3D ou criar um espaço disponível para que os dados do orçamento sejam incluídos posteriormente.

Na prática, porém, dificilmente esse alinhamento acontece – por conta do grande volume de informações e variedade de agentes normalmente envolvidos em projetos de construção, mas também pela falta de processos nesse sentido.

#2 Grande volume de informações no modelo (3D) 

Atualmente, o mercado está caminhando para incluir uma grande quantidade de informações dentro do modelo 3D. Pense em toda a cadeia que o BIM engloba (como mostrei na primeira imagem deste artigo). Agora, imagine o volume de informações vindas de todas essas áreas. Em algum momento, o projeto se torna tão pesado que o software até trava.

Precisamos compreender as limitações dos softwares e dos processos para poder inserir essas informações de forma estratégica. Essa, aliás, é uma responsabilidade adicional da figura do BIM manager, que deve conhecer os softwares e os processos de colaboração para evitar essas limitações.

#3 Projetistas/orçamentistas têm conhecimentos diferentes 

Falando especificamente sobre orçamento (BIM 5D), projetistas e orçamentistas têm conhecimentos diferentes. 

Para ter um projeto bem estruturado, é importante que o projetista tenha algum entendimento sobre orçamentação e que, por outro lado, o orçamentista possua um conhecimento básico de projeto.

O orçamentista deve analisar os desenhos e os dois precisam se comunicar para discutir o que é preciso incluir no desenho antecipadamente para poder utilizá-lo no orçamento.

#4 Contratantes assumem pouca responsabilidade 

Algo que eu observo com frequência é que os contratantes ainda não assumem plenamente a responsabilidade nesse processo. 

Eles acreditam que o problema está resolvido ao contratar um projetista, quando na verdade são eles, como contratantes (sejam construtoras ou incorporadoras), que precisam assumir o leme do barco.

Ou seja, cabe ao contratante guiar todo o processo – através de consultoria externa ou por meio de capacitação interna. Se não houver um direcionamento claro nesse sentido, o que acontece é que o projetista estará focado em seu próprio trabalho e entregará um projeto de qualidade, mas que pode não atender às necessidades das outras áreas. 

O orçamentista, por sua vez, também estará concentrado em seu trabalho e deseja que todas as informações venham diretamente do projeto, sem considerar o impacto que isso pode ter nos prazos e no tempo de execução.

Portanto, é fundamental ter alguém que atue como maestro, coordenando todo esse processo. Normalmente, empresas que têm contratantes que entendem essa dinâmica são as que obtêm melhores resultados com o uso do BIM.

Como a CELERE ajuda a trazer o BIM 5D para a construção civil

Com foco em ajudar as empresas a superarem esses obstáculos, desenvolvemos uma plataforma chamada Budget Analytics, que possui um processo detalhado de orçamentação e transforma qualquer projeto em um modelo BIM.

Nossa experiência na CELERE indica que cerca de 90% das empresas ainda projetam em 2D. Então, nós contamos com uma equipe de modeladores especializados. Assim, independentemente do formato em que o projeto está, conseguimos transformá-lo em um modelo BIM 3D.

O grande diferencial é que nós criamos um modelo altamente simplificado, com foco em manter a leveza e agilidade. Esse modelo contém apenas as informações essenciais e utiliza templates padronizados, que não contêm especificações detalhadas.

É possível integrar na nossa plataforma todas as especificações e inputs – como os cálculos, composições e custos unitários.

Temos uma modelagem específica de dados e uma estrutura bem definida, que é aplicável a todos os tipos de projetos. O Budget Analytics utiliza um algoritmo de cálculo que é responsável por gerar as quantidades e análises necessárias. Esse processo automatizado minimiza significativamente os erros.

https://www.youtube.com/watch?v=DrhIIQiVGwo

Funciona assim:

  • Importamos os dados do modelo em nossa plataforma, onde adicionamos memoriais e critérios de contratação específicos de cada empreendimento e cliente.
  • O resultado é um banco de dados com informações com alto nível de detalhamento de tudo que é preciso comprar e contratar. E ainda, de um relatório em BI, para facilitar e simplificar as análises.
  • Em apenas quatro cliques, é possível saber todos os serviços envolvidos na obra, com suas quantidades e custos necessários para cada ambiente.

Ou seja, com o Budget Analytics, seu projeto se transforma em um orçamento analítico e inteligente, com todos os detalhes de cada etapa da sua obra.

Entenda melhor como Budget Analytics pode dar mais precisão e segurança com relação ao custo de construção já no seu próximo empreendimento:

Entenda como a Celere pode implantar BIM-5D no seu próximo projeto de forma simples e barata

E VOCÊ NEM PRECISA TER SEUS PROJETOS EM BIM!

Preencha seus dados e solicite o contato de um consultor especialista Celere para apresentação do Budget Analytics.