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BIM e orçamento na construção – qual é a relação?

BIM e orçamento na construção: qual é a relação?

A modelagem BIM pode tornar o levantamento de custos muito mais preciso e gerar insights estratégicos. Entenda como esse processo funciona e saiba qual é a relação entre BIM e orçamento de obras 

O que vem à sua mente quando se fala em BIM?

Por um lado, o conceito BIM aponta para possibilidades incríveis de ganho de agilidade, precisão e inteligência na gestão da construção. Por outro, a forma como se utiliza o BIM atualmente faz com que muitos o enxerguem como apenas uma ferramenta para modelagem 3D.

A verdade é que o BIM não é uma solução mágica para todos os problemas da construção. Porém, também não se limita à função de desenho e visualização do projeto.

Neste artigo, explicamos melhor a relação entre BIM e orçamento de obras. Além disso, mostramos como é possível alcançar um levantamento de custo com níveis altíssimos de precisão e detalhamento.

Mas, antes, vamos esclarecer algumas questões importantes sobre esse conceito… 

Afinal, o que é BIM?

A sigla BIM significa Modelagem da Informação da Construção (que vem do inglês, Building Information Modeling). 

Trata-se de um processo totalmente integrado, que envolve a criação e gestão de informações digitais em um modelo 3D, abrangendo todas as fases de um projeto de construção – desde a concepção e o planejamento, passando pela obra e chegando até a operação e manutenção.

Raphael Chelin
Raphael Chelin

Como explica Raphael Chelin, CEO da CELERE, BIM é um processo que centraliza todas as informações pertinentes a um projeto de construção em um só lugar.

Por meio do BIM, é possível gerenciar o projeto de forma colaborativa, com informações sendo atualizadas em tempo real e acessíveis para todos. 

“É como se dentro do modelo 3D houvesse diversas caixas ou áreas (parâmetros) em que todos os envolvidos no projeto pudessem colocar as informações relacionadas às diferentes áreas e ciclos da obra. Então, o BIM é sobre o modelo 3D, mas não é isso. Por trás do modelo 3D há um grande banco de dados, que pode ser alimentado e acessado por todas as partes interessadas”, detalha o engenheiro.

A relação entre BIM e orçamento

Funciona assim:

  • O primeiro passo é criar um modelo digital do projeto.
  • Para criar o modelo BIM, os projetistas usam softwares especializados que permitem a criação de elementos 3D, como paredes, lajes, portas, janelas, sistemas hidráulicos etc.
  • Esses elementos se interconectam, possibilitando o compartilhamento suas propriedades e informações entre todos os envolvidos no projeto.
  • Uma vez criado o modelo 3D BIM, os usuários podem extrair informações de diferentes tipos, como quantidades de materiais, estimativas de custos, cálculos estruturais, simulações energéticas e análises de desempenho.

Raphael revela que é possível realizar essa gestão do modelo BIM por meio de diferentes softwares, com diferentes funcionalidades – como para fazer análise estrutural, análise de fundação, análise de sustentabilidade, de consumo de energia, de consumo de água etc. Enfim, são softwares específicos, mas que estão sempre analisando e tendo como base o modelo BIM original.

O CEO da CELERE ressalta que o BIM representa um salto imenso em termos de agilidade, produtividade e precisão no processo de gestão de obras. Afinal, antes do BIM, quando havia alguma revisão no projeto, era preciso refazer todas as informações e análises a partir do projeto original. Se o projetista mudasse algo, era preciso revisar o orçamento, por exemplo.

“Com o BIM, todas as pessoas envolvidas no projeto – de diferentes áreas e em diferentes etapas do empreendimento – têm acesso em tempo real às mudanças feitas no modelo BIM. Além disso, as áreas impactadas pela revisão (orçamento, compras, cronograma etc.) são atualizadas de forma bem mais simples, conforme os ajustes feitos no modelo”, explica.

Leia também: Por que o BIM é uma virada para a produtividade na construção civil 

BIM e orçamento: qual é a relação?

Agora que você tem uma ideia mais clara de como o BIM funciona, fica a pergunta: onde o orçamento entra nessa história?

O BIM e o orçamento de obras são questões diretamente relacionadas. Afinal, o orçamento faz parte do processo BIM. O modelo (BIM-3D) permite obter informações precisas e detalhadas sobre a quantidade e os tipos de materiais, equipamentos e mão de obra necessários para a construção de um edifício – o que impacta na qualidade e na especificidade do levantamento de custos.

É possível utilizar as informações que o modelo BIM extrai para elaborar um orçamento mais preciso e com maior nível de detalhamento, o que reduz o risco de subestimar ou superestimar os custos do projeto.

3 formas de elevar o nível do seu orçamento de obras com o BIM

3 formas de elevar o nível do seu orçamento de obras com o BIM
Imagem criada por DCStudio para Freepik

#1 Estimativa de custo detalhada e precisa

O modelo BIM contém informações sobre a geometria e as características dos elementos de construção, bem como as suas relações espaciais.

É possível utilizar essas informações para extrair automaticamente quantidades de materiais e de serviços, estimar custos e gerar relatórios de orçamento em diferentes formatos.

#2 Simulação de diferentes cenários

Além disso, o BIM permite a simulação de diferentes cenários e opções de projeto, o que facilita a análise de custo-benefício e a escolha da solução mais adequada para o projeto. É possível, por exemplo, simular diferentes opções de materiais e sistemas construtivos e comparar seus custos e desempenho.

#3 Atualização automática = menos retrabalho

Outra vantagem do BIM em relação ao orçamento de obras é que ele é capaz de atualizar quase automaticamente as informações de custo, quando ocorrem modificações ou atualizações do modelo.

Isso significa que é possível atualizar e reajustar facilmente o orçamento à medida que o projeto avança. Ou seja, diminui a necessidade de retrabalho ou de gerar novos documentos, principalmente quanto aos projetos.

A CELERE oferece todas essas vantagens para as construtoras!

A grande dificuldade no processo BIM, incluindo o orçamento, é que os projetistas precisam saber quais parâmetros (dados) devem incluir e como incluí-los para que eles possam ser aproveitados para os usos posteriores, como orçamento. E a Celere já resolveu isso!

Nossa metodologia exclusiva transforma projetos em modelos BIM (inclusive com projetos desenvolvidos em 2D), incluindo todas as informações e dados técnicos sobre a obra. 

A partir daí, utilizamos nossa plataforma para o input das informações do modelo BIM (projeto) e para criar orçamentos precisos e com altíssimo nível de detalhamento. Ou seja, seu projeto se transforma em um orçamento analítico e inteligente, com todos os detalhes de cada etapa e cada área da sua obra.

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Por que o BIM ainda não é uma realidade na construção?

Raphael salienta que as empresas e os profissionais de construção ainda estão se adaptando a essa nova maneira de gerenciar obra.

Ele explica, por exemplo, que muitas empresas utilizam o BIM apenas para desenhar o modelo 3D do projeto, sem levar em conta a integração de todas as informações a esse modelo. Isso acontece principalmente pela dificuldade inerente ao processo com tantos envolvidos e tantas possibilidades de uso. Assim, é necessário clareza dos objetivos da implementação BIM no projeto em questão.

Para entender isso melhor, vale detalhar as dimensões do BIM. 

Como explicamos, no modelo BIM, o desenho 3D integra informações e dados sobre a construção – que são alimentadas e acessadas por diferentes partes. Quanto maior é o nível de detalhamento de informações integradas ao modelo 3D, mais dimensões do BIM são utilizadas e mais complexa é a gestão BIM.

Entenda: 

Contudo, Raphael conta que, por falta de conhecimento sobre todas essas possibilidades, muitas construtoras ainda contratam projetistas para fazer o modelo BIM pensando apenas na visualização do desenho 3D, e sem entender os usos futuros desse modelo. Como resultado, o modelo BIM é projetado sem levar em conta todas as informações que podem ser integradas a ele no futuro.

Segundo o CEO da Celere, o grande desafio é que para obter informações precisas no modelo, como a especificação de uma parede com todas as informações necessárias para o cálculo do orçamento, por exemplo, é preciso que essas informações estejam disponíveis nas fases iniciais de elaboração dos projetos – ou que se deixe um espaço para inclusão posterior. No entanto, quem deve fornecer essas informações ou deixar espaço para elas é o projetista responsável pela elaboração do desenho.

“Às vezes, o projetista pode ter criado um modelo rápido, sem considerar os critérios específicos necessários para a fase de levantamento de custos. É possível modelar uma parede de tal forma que não se extraia as informações do seu tipo, por exemplo. Ou ainda, o projetista pode ter usado uma biblioteca específica, o que dificulta o levantamento preciso das informações necessárias”, esclarece.

É por isso que muitas vezes o BIM não alcança todo o seu potencial de gestão integrada e colaborativa.

Ou seja, a falta de integração no início do projeto impede o correto desenvolvimento do modelo BIM. Assim, evoluir do BIM 3D para o 5D, por exemplo, torna-se uma tarefa extremamente difícil.

Para resolver essa questão, é fundamental que a comunicação entre todas as partes envolvidas nas fases bem iniciais flua bem, para definir qual será o método de modelagem utilizado, permitindo que todos os envolvidos possam reutilizar o mesmo modelo e alimentar a mesma base de dados.

Foi pensando justamente em fechar essa lacuna no desenvolvimento da modelagem BIM, com foco em alcançar todo o potencial desse modelo, que firmamos uma parceria com a TOOLS, empresa de gerenciamento de projetos.

Raphael explica que a TOOLS geralmente entra nas construtoras e incorporadoras já nas primeiras fases do empreendimento, o que garante que o projeto seja desenvolvido com as informações necessárias para a melhor execução do BIM desde o início. 

“O grande benefício desta parceria é a total integração entre projeto e orçamento, graças ao fato de a TOOLS entrar antes e já passar as necessidades de informação aos projetistas dos contratantes (incorporadoras e construtoras). Isso nos permite entregar o custo de construção muito mais preciso e maduro, pois ele foi construído ao longo do desenvolvimento do produto. Além de aumentar a segurança do produto e da margem no lançamento, também aumenta muito a previsibilidade, e elimina o fator surpresa após a entrega dos projetos complementares”, conclui.

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