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Automação residencial e predial na construção civil

Automação residencial e predial e seus impactos na construção civil

Entenda como funciona a automação residencial e predial e conheça os impactos desses sistemas nos processos de construção civil

Quando se fala da evolução da tecnologia na construção civil, o foco geralmente está no uso de ferramentas digitais envolvidas nos processos de design, gestão e desenvolvimento das obras.

Porém, a digitalização também influencia a maneira como os empreendimentos são pensados e como eles funcionarão depois de prontos. Um exemplo disso é a automação residencial e predial, que está sendo impulsionada pelo avanço de tecnologias como 5G e Internet das Coisas.

O que é e como funciona a automação residencial e predial

O que é e como funciona a automação residencial e predial
Imagem por rawpixel.com

Em resumo, a automação residencial e predial é a integração dos diversos sistemas existentes em um lar ou escritório, com o objetivo de tornar o uso desses sistemas mais simples e eficiente. 

A automação residencial e predial também é conhecida como “domótica”, termo que indica a integração dos mecanismos automáticos de um espaço residencial. Esse conceito nasceu na década de 1980, na França, quando surgiram os primeiros projetos residenciais com integração e controle automático de iluminação, climatização e segurança.

Funciona assim:

💡 Os sistemas da casa ou prédio utilizam tecnologias que possibilitam conexão com a internet e/ou conexão bluetooth e sua integração com softwares de controle.

📲 Por conta disso, usuários/moradores podem controlar e gerenciar tais sistemas por meio de aplicativos móveis.

⚙️ Em uma “casa inteligente”, os diferentes sistemas (eletricidade, iluminação etc.) integram-se em uma mesma plataforma, que permite o gerenciamento remoto.

🕹 Portanto, por meio dos aplicativos de gerenciamento, os moradores/usuários podem ligar e desligar os sistemas do ambiente de qualquer lugar – além de também conseguirem programar ações como, por exemplo, apagar a luz a partir de determinado horário ou agendar a ativação do ar-condicionado.

Dentre as ações possíveis com a automação residencial destacam-se, por exemplo:

  • Monitoramento da iluminação com tomadas inteligentes;
  • Gerenciamento do sistema de ar-condicionado;
  • Automação de cortinas e persianas;
  • Ambientação com um sistema personalizado de som, iluminação e temperatura;
  • Controle de fechaduras eletrônicas;
  • Sensores de vazamento de água;
  • Sensores de fumaça;
  • Controle de consumo de água e energia;
  • Sensores de presença em portas e janelas;
  • Câmeras inteligentes e integradas a outros objetos, como luzes ou campainha.

Eletrodomésticos e dispositivos inteligentes que são projetados para serem integrados a sistemas de gerenciamento remoto também fazem parte do cenário de automação residencial e predial. É o caso, por exemplo, dos aspiradores-robôs e dos assistentes de inteligência artificial – como Google Home e Alexa.

O mercado da automação residencial e predial

Análises da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside) indicam que, atualmente, o número de residências que contam com algum tipo de sistema automatizado varia entre de 1,2 e 2,2 milhões. Para se ter uma ideia do crescimento desse mercado, em 2016, havia cerca de 300 mil lares com algum tipo de automação no país.

Em 2020, o mercado brasileiro de automação residencial registrou um faturamento de US$ 1,1 bilhão – colocando o país na 11ª posição global neste setor. A projeção é que esse mercado cresça cerca de 22% ao ano, devendo movimentar até US$ 3,1 bilhões em 2025.

O que levar em conta em projetos de construção de prédios/casas inteligentes

O mercado da automação residencial e predial
Imagem por rawpixel.com para www.freepik.com

Para construir uma edificação inteligente é preciso levar em conta os sistemas de automação desde os primeiros passos no planejamento da obra.

Por isso, é importante que o design do projeto considere as especificações necessárias para a instalação dos sistemas que possibilitam a automação e integração das diversas áreas e serviços disponíveis nos ambientes.

A seguir, listamos algumas questões que sua construtora ou incorporadora precisa levar em conta na hora de desenvolver empreendimentos com automação residencial e predial.

📚 Conhecimento técnico especializado 

Segundo o engenheiro José Roberto Muratori, diretor executivo da Aureside, um dos principais desafios para o avanço da automação residencial e predial é a falta de qualificação nessa área. “Os projetos de automação, principalmente aqueles que por sua natureza integram diferentes disciplinas, muitas vezes são objeto de discussões carentes de metodologia e entendimento amplo”, destaca.

Além disso, ele ressalta que esse problema é agravado pela falta de conhecimento dos próprios contratantes destes serviços – ou seja, as equipes técnicas das construtoras e incorporadoras. “Raramente o contratante conhece em detalhes o que está sendo adquirido e, principalmente, quais os parâmetros de desempenho que devem solicitar”, comenta.

Portanto, antes de embarcar no desenvolvimento de um empreendimento inteligente, busque qualificação e/ou contrate ajuda especializada para garantir a qualidade da instalação desses sistemas.

💰 Impacto no orçamento x Diferencial de venda 

O custo da automação varia de acordo com o número de sistemas integrados em uma mesma residência/escritório. Quanto mais funcionalidades, mais cara a instalação desses sistemas. 

De acordo com análises da Sienge, estes são alguns valores base:

É possível ter um sistema de iluminação automatizado a partir de R$ 2 mil. Já um sistema mais amplo, que, além da iluminação, inclui, por exemplo, ar-condicionado, cortinas, som, TV e circuito de câmeras, pode custar a partir de R$ 18 mil.

Contudo, o dado a que construtoras e incorporadoras precisam mais se atentar é este: a automação representa entre 3% e 5% do custo total da obra.

É importante entender que, apesar de o investimento nesse tipo de automação aumentar os custos do projeto, esses sistemas também podem gerar valor para a construtora/incorporadora – em termos de posicionamento da marca e potencial de retorno na venda. Afinal, sua empresa poderá vender não apenas residências e escritórios, mas todos os serviços e diferenciais tecnológicos inclusos no projeto.

Leia também: Servitização no mercado de engenharia e construção

📑 Geração de documentação necessária para manutenção dos sistemas de automação 

De acordo com José Roberto Muratori, um dos problemas enfrentados por proprietários de edifícios e gerentes de instalações é que eles não têm uma boa documentação para seus sistemas de controle de automação. 

Ele explica que a falta de documentação gera prejuízos, já que a solução de problemas e as ordens de serviço demoram mais tempo, são mais caras e transferem problemas para seus usuários.

Além disso, “sem a documentação adequada, a manutenção preventiva não é feita, porque o gestor do edifício não conhece o desempenho esperado de um equipamento – o que, possivelmente, também vai encurtar a sua vida útil”, indica o diretor da Aureside.

O engenheiro acrescenta ainda que a falta de documentação é resultado da falta de organização e planejamento na transferência entre as fases de projeto e construção para a etapa das operações da edificação.

Contudo, ele acredita que esse problema deverá ser resolvido com o aumento da adoção do BIM, que facilita a criação e o compartilhamento dessas documentações tão essenciais para todo o ciclo de vida da edificação.

Por fim, Muratori detalha que durante a fase de projeto, a troca de dados entre os sistemas de automação e de controle deve integrar-se a outros elementos de projeto – como o de instalações elétricas, climatização e hidráulica, por exemplo. 

Automação residencial e sustentabilidade

Automação residencial e sustentabilidade
Imagem por freepik – www.freepik.com

Outro fator importante em relação à automação residencial que impacta diretamente na performance do projeto de construção é o fato de que essas tecnologias de gerenciamento dos sistemas geram mais sustentabilidade ao empreendimento.

Em um artigo recente, explicamos como a coleta e a análise de dados podem contribuir para tornar nosso mercado mais verde. A domótica é uma das maneiras pela qual isso acontece. Afinal, os prédios “smart” coletam informações em tempo real e realizam o gerenciamento e a distribuição otimizada de recursos (energia, água, aquecimento e resfriamento) de maneira sustentável e de forma automatizada.

Aliás, um dos prédios mais sustentáveis do mundo é também um exemplo de automação de sistemas com foco em sustentabilidade.

Saiba mais: Como a análise de dados pode impulsionar a sustentabilidade na construção civil

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Informações: Auresides; As mudanças nos projetos de automação em função dos novos processos de modelagem; WEG

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