Em alguns de nossos artigos mais recentes, nós revelamos como a internet das coisas (ou IoT, do inglês, internet of things) tem o potencial de impactar as estruturas dos projetos de construção civil, gerando cidades e prédios mais conectados e “inteligentes”.
O que não falamos ainda é que essa tecnologia também pode ser aproveitada nos “bastidores” do desenvolvimento de projetos de construção civil, tornando processos mais produtivos e lucrativos.
Este é o assunto deste artigo!
A seguir, entenda como a IoT contribui para uma gestão de obras mais precisa, segura e eficiente, e anime-se a refletir sobre como utilizar esta ferramenta a favor de suas obras.
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Internet das coisas é a tecnologia que permite que objetos se conectem a uma rede online, coletando e transmitindo dados em tempo real.
Como o nome diz, por meio da internet das coisas, objetos físicos “utilizam” a internet para gerar informações. Essa comunicação das “coisas” acontece por meio de sensores que monitoram o desempenho e as atividades de tais objetos.
Sensores no sistema de iluminação de um prédio, que podem medir o uso da energia e a temperatura dos ambientes, são um exemplo claro de aplicação da internet das coisas.
A partir da leitura dessas informações, é possível controlar a luz e o clima, direcionando a aplicação dos recursos de maneira mais eficiente e sustentável, de acordo com a demanda de utilização.
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Internet das coisas na gestão de obras
A internet das coisas pode ser usada para medir uma série de informações. Por isso, ela tem o potencial de ser aplicada em diversas áreas – desde na medicina até no auxílio de tarefas domésticas.
Na construção civil, por meio de dados que informam o desempenho de equipamentos, monitoram a evolução do projeto, controlam o uso de recursos e ajudam os profissionais a gerarem e terem acesso a informações estratégicas em tempo real, a tecnologia tem contribuído para o aumento da eficiência na gestão de obras. Acompanhe os exemplos abaixo.
5 áreas da engenharia que podem se beneficiar do uso da internet das coisas
1 – Gerenciamento dos equipamentos
O gestor de obras precisa garantir que todos os equipamentos estejam em dia para que a obra possa se desenvolver continuamente e de acordo com o planejado. Isso porque pausas por conta de manutenção resultam em atrasos e gastos extras; e aparelhos com defeito podem causar desperdício de recursos e ameaçar a segurança dos profissionais.
Mas esse monitoramento não é fácil de ser realizado. Muitas vezes, o problema só é identificado quando já está causando atrasos, riscos e danos financeiros em grande escala. É aí que a internet das coisas entra como uma solução eficiente.
Por meio de sensores acoplados aos equipamentos, o gestor pode acompanhar de perto o desempenho das máquinas, identificando defeitos e necessidades de ajustes antes que eles se tornem um problema maior. É como se fosse possível fazer um “check-up” constante dos equipamentos.
Um exemplo de tecnologia nesse sentido é o sistema Sitewatch, da fabricante de máquinas de construção Case. Por meio de sensores dentro dos equipamentos, os gestores das obras podem monitorar remotamente informações como: localização, uso de combustível, desempenho das máquinas para verificar a “saúde” dos aparelhos e sinais que indicam necessidade de manutenção.
2 – Gestão de estoque
Outra vantagem de conectar objetos em projetos de construção civil é que, assim, o gestor poderá acompanhar de perto a utilização dos recursos dentro da obra.
Por meio de sensores como etiquetas de RFID (sigla para Radio-Frequency Identification, em tradução livre “Identificação por Radiofrequência”) é possível fazer a contagem dos materiais e a localização dos mesmos.
Esse monitoramento é interessante porque, por exemplo, o sistema pode identificar quando determinado material atinge um certo nível de utilização, analisar a necessidade de utilização (de acordo com o previsto no planejamento) e fazer automaticamente uma solicitação de compra quando necessário.
Esse monitoramento também pode ser útil para controlar a utilização dos recursos em diferentes áreas das obras ou projetos, ajudando a identificar possíveis desperdícios ou furtos e também evitar que materiais sejam perdidos.
3 – Segurança dos profissionais
A IoT também pode contribuir para diminuir acidentes dentro da obra, evitando que os profissionais sejam expostos a situações ou áreas de riscos. Isso porque com equipamentos conectados a internet, é possível controlar as máquinas remotamente quando necessário.
Os óculos de realidade virtual Oculus Rift, desenvolvidos em parceria com a Ericsson e a Volvo, são um exemplo de aplicação neste sentido. O dispositivo permite que o profissional controle escavadeiras à distância, tornando a operação muito mais segura em terrenos que poderiam oferecer riscos à segurança dos trabalhadores.
4 – Leitura de dados em tempo real
Imagine se os equipamentos da obra pudessem falar e o profissionais conseguissem entender o que eles estão comunicando. Com a internet das coisas, isso é possível! Ao conectar os aparelhos e materiais e disponibilizar à equipe maneiras de ler os dados gerados por esses objetos é possível aumentar significativamente a eficiência das operações.
O capacete inteligente DAQRI é um exemplo de tecnologia nesse sentido. Por meio de um óculos de realidade virtual, o usuário poder ler informações relacionadas aos equipamentos, tais como temperatura, pressão etc. Além disso, o dispositivo também disponibiliza instruções de uso diretamente nos equipamentos – visíveis com a utilização do capacete.
Entenda:
5- Integração com o BIM
Os dados gerados pelos objetos e equipamentos dentro da obra podem ser integrados ao BIM, contribuindo ainda mais para uma comunicação alinhada e transparente. Por meio desse processo, todos os envolvidos no projeto terão acesso a informações atualizadas e até mesmo em tempo real.
Nesse sentido, é possível, por exemplo, utilizar drones para fazer a leitura da obra e, com isso, identificar questões como como anomalias de temperatura ou outras informações enviadas por sensores localizados na estrutura. Além disso, a leitura do terreno e do projeto feita pelo drone pode ser automaticamente enviada para o BIM, oferecendo dados atualizados sobre o desenvolvimento da obra.
E ainda, outra forma de usar objetos conectados ao BIM para tornar a gestão da obra mais eficiente é trazendo informações estratégicas para dentro do terreno de obra. Mais uma vez, o capacete inteligente DAQRI é um exemplo de tecnologia de internet das coisas que atua nesse sentido.
Por meio de óculos de realidade aumentada, os profissionais podem visualizar, dentro da atual estrutura da obra, desenhos em 3D da planta – comparando o projeto salvo no BIM com a estrutura construída até o momento. Assim, é possível prever a evolução da obra e identificar possíveis necessidades de ajustes com maior precisão – e fazer as devidas atualizações em tempo real.
Como você pode perceber, a internet das coisas oferece diversas possibilidades para tornar a gestão de obras cada vez mais eficiente e lucrativa!
– Você conhece algum exemplo dessa tecnologia que está sendo aplicada na construção civil?
– Já utiliza algum tipo de sensor ou dispositivo conectado em suas obras?
– Como você acredita que a internet das coisas deve impactar o seu trabalho no futuro?
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