No artigo em que falamos sobre as tendências do mercado de engenharia e construção, destacamos que 2018 tem tudo para ser um ano importante para o BIM. E isso tem se concretizado na prática! A primeira prova é a criação do Comitê Estratégico de Implementação do Building Information Modelling (sobre o qual falamos no texto citado acima). A segunda é a assinatura do decreto que lança a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM no Brasil (ou Estratégia BIM BR).
Basicamente, a Estratégia BIM BR consiste em uma série de ações que visam promover um ambiente adequado ao investimento em BIM e sua propagação no país.
Quer saber mais sobre essa novidade? Siga a leitura deste artigo!
Objetivos da Estratégia BIM BR
A Estratégia BIM BR tem nove objetivos. Eles devem servir como base para orientar as ações, as iniciativas e os projetos necessários para a disseminação desta tecnologia. Estes são os objetivos:
1) Difundir o BIM e seus benefícios.
Espalhar mais conhecimento sobre as vantagens que essa tecnologia pode trazer ao mercado de construção civil e à sociedade como um todo.
2) Coordenar a estruturação do setor público para a adoção do BIM.
Exigir o BIM nas compras públicas ou utilizá-lo na criação de projetos, no acompanhamento de obras e no gerenciamento das edificações.
3) Criar condições favoráveis para o investimento – público e privado – em BIM.
Promover um ambiente de negócios favorável ao investimento em BIM, ampliando seu uso no Brasil.
4) Estimular a capacitação em BIM.
Estabelecer objetivos de aprendizagem, capacitar gestores e servidores públicos, incentivar a inserção do BIM nas universidades, além de fomentar a certificação em BIM.
5) Propor atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e para as contratações públicas com uso do BIM.
Adequação das alterações da legislação para dar suporte ao uso do BIM nas compras públicas.
6) Desenvolver normas técnicas, guias e protocolos específicos para adoção do BIM.
Desenvolvimento e publicação de documentos e referências técnicas e normativas para padronizar a adoção do BIM no país.
7) Desenvolver a Plataforma e a Biblioteca Nacional BIM.
Criar um acervo de objetos virtuais a serem disponibilizados aos profissionais do setor.
8) Estimular o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias relacionadas ao BIM.
Prospectar, estimular e desenvolver novas aplicações. Além de viabilizar a integração da Estratégia BIM BR com Programas Governamentais correlatos.
9) Incentivar a concorrência no mercado por meio de padrões neutros de interoperabilidade BIM.
Incentivar a utilização de padrões neutros BIM para intercâmbio de dados e promover fluxos de trabalho em formatos abertos para colaboração.
BIM obrigatório a partir de 2021
Um passo importante na disseminação do BIM será a exigência do Governo Federal pela utilização da tecnologia BIM em obras públicas.
De acordo com o documento BIM BR Construção Inteligente, desenvolvido pelo Comitê Estratégico do BIM e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a obrigatoriedade do BIM deve acontecer de forma gradual.
Primeira fase: a partir de janeiro de 2021
Será proposta a exigência do BIM nos seguintes processos:
- Elaboração dos modelos de arquitetura e de engenharia referentes às disciplinas de estrutura, de hidráulica, de AVAC e de elétrica.
- Detecção de interferências.
- Revisão dos modelos de arquitetura e de engenharia.
- Extração de quantitativos.
- Geração de documentação gráfica, a partir desses modelos.
Segunda fase: a partir de janeiro de 2024
Será proposto que o BIM seja aplicado, no mínimo, nas atividades previstas na primeira fase. Além disso, de modo adicional, na orçamentação, no planejamento da execução de obras e na atualização do modelo e de suas informações como construído (“as built”).
Terceira fase: a partir de janeiro de 2028
Nesta fase, o BIM será aplicado nos usos previstos na primeira e na segunda fases. Além disso, nos serviços de gerenciamento e de manutenção do empreendimento após sua conclusão.
Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), atualmente apenas 5% do PIB da Construção Civil no Brasil adota o BIM. A Estratégia BIM BR visa aumentar esse índice em 10 vezes, fazendo com que 50% do PIB deste mercado utilize essa tecnologia.
Com isso, o Governo espera:
- Aumentar a produtividade das empresas deste mercado em 10%.
- Reduzir custos em 9,7%.
- E elevar em 28,9% o PIB da Construção Civil.
Os impactos da Estratégia BIM BR no mercado de construção civil
Segundo Carlos Eduardo Roginski M. Santos, Sócio Diretor da Celere, essa iniciativa é extremamente relevante para o mercado porque gera uma ruptura de cultura, preparando as empresas para um futuro inevitável, focado na utilização de tecnologias interativas e colaborativas no processo de desenvolvimento e gestão de obras.
“Na prática, a Estratégia BIM BR é muito importante para alavancar essa mudança de cultura no mercado de engenharia e construção. O governo tem várias ferramentas que são capazes de viabilizar e agilizar essa transformação cultural – tais como a contratação e gerenciamento de obras públicas ou políticas de incentivo à capacitação e pesquisas nesta área”, destaca.
O executivo aponta ainda que essa transformação pode gerar alguns desconfortos iniciais – como toda grande mudança, aliás. No entanto, é preciso ter foco no futuro e, mais importante, se preparar para participar desse movimento e não ficar para trás.
“Mesmo considerando os impactos e investimentos que essa mudança irá causar, esta é uma transformação inevitável. O BIM veio para ficar e, por isso, é crucial se adaptar. Após toda esta fase de investimentos, imprevistos e eventuais problemas da mudança, já será possível sentir os impactos positivos e muito significativos do BIM”, salienta.
Quer saber mais sobre as vantagens do BIM?
Leia o artigo que abaixo e entenda como essa tecnologia deve ser o principal agente de inovação e mudanças no mercado de construção civil nos próximos anos:
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