O impacto da tecnologia na construção civil já foi tema de diversos artigos por aqui. E não poderia ser diferente. Afinal, o futuro da nossa área está conectado com o desenvolvimento tecnológico.
Neste sentido, não dá para ignorar a crescente importância da realidade virtual e da realidade aumentada. Essas duas tecnologias, que já deixaram de ser tendência e estão ocupando cada vez mais espaço em diferentes mercados, também têm potencial de agregar positivamente ao mercado de engenharia e construção civil.
Por isso mesmo, hoje as trazemos para o centro do debate. Acompanhe!
O que é realidade aumentada?
Trata-se de uma visão aprimorada de um ambiente físico, cujos elementos são aumentados por informações sensoriais e imagens são geradas e projetadas por um computador. Ou seja, por meio da realidade aumentada, uma pessoa consegue ter uma visão do mundo real de forma ampliada, dando assim a percepção de realidade.
O jogo Pokémon Go é um exemplo de aplicação da realidade aumentada. O game permite que os usuários encontrem personagens virtualmente espalhados por diversos lugares.
O que é realidade virtual?
Também chamada de VR – sigla para Virtual Reality, em inglês –, refere-se a ambientes gerados ou realidades projetadas por computador, simulando a presença física de uma pessoa em determinado ambiente, que é projetado para parecer real.
O objetivo da realidade virtual é permitir que um indivíduo experimente um lugar como se estivesse inserido no mundo real.
Um estudo organizado pela VR Intelligence e VRX Europe e divulgado pela eMarketer mostrou que as áreas de arquitetura, engenharia e construção civil aparecem na terceira colocação entre as indústrias que terão maior impacto com a realidade virtual.
De acordo com Victoria Petrock, da própria eMarketer, “as indústrias estão experimentando essas tecnologias para aumentar a eficiência, obter economias de escala e melhorar o desempenho”.
Benefícios do uso da realidade virtual e da realidade aumentada na construção civil
1) Redução de erros e de necessidade de retrabalho
Uma reportagem da revista AEC, publicada em 2016, descreveu um caso interessante e que mostra como a utilização da realidade virtual na construção civil ajuda a diminuir erros e, consequentemente, a necessidade de retrabalho.
Segundo a revista, no Japão, a taxa de natalidade baixa tem feito com que haja uma queda no número de profissionais capacitados para serviços de construção civil.
Para resolver este problema, a Komatsu (indústria fabricante de máquinas pesadas destinadas principalmente à construção civil) criou a divisão Smart Construction e passou a desenvolver escavadeiras e tratores automatizados.
Porém, depois que o primeiro problema foi resolvido, surgiu outro: os equipamentos robotizados eram tão rápidos e precisos que os métodos de levantamento de dados existentes não conseguiam acompanhar…
A companhia, então, uniu-se à startup norte-americana Skycatch, que é especialista no uso industrial de drones, para buscar formas de melhorar a coleta e o processamento de dados.
Agora, sempre que um veículo da Komatsu está em ação, ele é guiado por um ou mais drones. Esses aparelhos fotografam a área, capturam imagens e automaticamente geram dados em 3D que podem ser facilmente aplicados em desenhos ou modelos para, assim, calcular a área e o volume de terra que precisa ser movido.
Em um cliente da empresa, o drone que fornecia uma simulação de realidade virtual em tempo real do projeto ajudou a detectar um desalinhamento entre o ponto em que o solo estava quebrado para a fundação e onde o plano deveria ser colocado. Tal descoberta rendeu uma economia de R$ 400 mil dólares – valor que seria gasto para refazer o projeto.
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2) Reforço da segurança
O capacete inteligente DAQRI, que apresentamos neste post, ilustra bem a ideia. Ele mostra condições do ambiente em tempo real ao usuário, como temperatura, pressão e diversos outros dados que podem indicar algum perigo ou alerta.
Além disso, ele possui um recurso que permite ao colaborador enviar informações sobre o local para seus superiores e colegas, o que ajuda a evitar incidentes.
3) Redução de custo e de tempo
Além de tudo isso, essas tecnologias podem ainda ajudar a reduzir custos de mão de obra. A realidade aumentada, por exemplo, permite a elaboração de modelos de arquitetura e a alteração de modelos 3D no interior de um prédio sem qualquer intervenção no design externo do edifício.
Com apenas alguns toques, um indivíduo move e remove paredes e simula ambientes da maneira que desejar. Ganha-se em produtividade e eficiência na obra.
4) Aumento da qualidade
Por último, mas não menos importante, estas tecnologias geram ganho de qualidade. Afinal, elas proporcionam melhorias no layout, instalação intuitiva e rápida na construção, descrevendo em detalhes qual a intenção do projeto.
Na prática:
Em 2011, um terremoto deixou 181 mortos e mais de 70 mil desabrigados em Christchurch (Nova Zelândia). Em meio à tragédia, a Universidade de Canterbury lançou o CityViewAR, aplicativo de realidade aumentada que permitiu aos urbanistas e engenheiros visualizarem as construções antes das demolições, bem como a cidade antes dos terremotos.
Para os planejadores, isso serviu como referência para a reconstrução da cidade e realização das novas obras – que seguiram os moldes das anteriores. Desde então, a tecnologia tem sido usado como ferramenta em toda o país para a construção e investigação de terremotos.
O futuro vem aí
É inegável que a realidade virtual e a realidade aumentada se tornarão elementos cada vez mais presentes nas obras. Porém, enquanto a tecnologia avança, a indústria dá apenas os primeiros passos nesse sentido. Como você e sua empresa têm reagido a essas inovações?
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