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Ponte de Oresund

Ponte de Oresund: A ‘ponte impossível’ que conecta Dinamarca e Suécia

Conheça os detalhes da construção dessa obra impressionante, entenda os desafios encontrados pelos engenheiros e descubra as lições de gestão que a construção da ponte de Oresund deixa

Uma imensa ponte sobre o mar, que se conecta a uma ilha artificial para então se transformar em um túnel subaquático. Parece coisa de ficção científica?

Mas assim é a ponte de Oresund, uma verdadeira obra de arte e uma prova do poder da engenharia moderna de superar os mais incríveis obstáculos para expandir limites e horizontes.

O que você precisa saber sobre a ponte de Oresund

Essa obra contempla um misto de soluções encontradas para conectar os municípios de Copenhague, na Dinamarca, e Malmö, na Suécia.

A ponte de Oresund tem 16 km de comprimento, que compreendem: 

  • 7,8 km de ponte; 
  • A ilha artificial Peberholm (de 4 km);
  • Um túnel subterrâneo de 3,5 km; 
  • Uma península artificial (de 0,5 km) no aeroporto de Copenhague.

A estrutura atende ao fluxo de veículos e de trens. A parte superior é uma autoestrada, pavimentada com concreto e destinada ao tráfego rodoviário. São seis pistas: quatro para a circulação de carros, motocicletas e caminhões, e duas que só são liberadas em situações de emergência. A parte inferior da ponte atende duas vias férreas.

Com 7.845 metros de comprimento, a ponte de Oresund é a maior ponte rodoferroviária da Europa. 

O que você precisa saber sobre a ponte de Oresund

A história da ponte de Oresund

A intenção de criar uma conexão fixa entre a Dinamarca e a Suécia por meio do estreito de Oresund já existia há bastante tempo.

Em 1910, surgiram as primeiras propostas para a criação de um túnel ferroviário e, em 1936, surgiu a ideia de construir uma ponte na região para ligar os dois países.

Depois de décadas de estudos, debates e alinhamentos sobre a melhor opção de conexão, em 1991 os governos dinamarquês e sueco assinaram um acordo para construir uma ligação fixa.

Os pontos escolhidos foram Copenhague, na Dinamarca, e Malmö, na Suécia, tanto por serem as duas maiores cidades na região de Oresund, quanto pelo fato de que uma ponte perto do aeroporto de Copenhague beneficiaria também os viajantes aéreos.

Por que construir uma ponte que vira um túnel? 

Os desafios para a construção de uma estrutura sobre as águas do mar Báltico, na região de Oresund, eram tantos – e tão grandes – que o projeto já começou com um apelido que refletia tamanhas dificuldades: a Ponte Impossível.

Um dos principais obstáculos estava justamente relacionado à distância entre o lado sueco e o dinamarquês. Além disso, o fato de haver trânsito marítimo e aéreo na região também era um complicador.

Havia também uma grande preocupação em relação à altura da ponte – que não poderia ser tão alta (a ponto de prejudicar o tráfego de aviões que saem e chegam ao aeroporto de Copenhague), nem muito baixa (porque assim atrapalharia o trânsito de navios, que também acontece no local).

Daí a ideia de construir uma parte do projeto com uma ponte alta e larga o suficiente para permitir o tráfego marítimo pelo estreito de Oresund, e outra parte em formato de túnel, evitando uma possível colisão de aviões na estrutura.

O principal problema no desenvolvimento do projeto foi descobrir como fazer a transição da estrutura de uma ponte para um túnel. Afinal, não havia nenhuma terra ou ponto onde isso pudesse ser feito facilmente. Portanto, os engenheiros tiveram que dragar o fundo do mar para construir uma enorme ilha artificial onde o túnel pudesse começar. 

Aliás, esta ilha foi feita inteiramente de material dragado do fundo do mar! Inclusive, por conta disso o túnel não poderia ser perfurado, precisava ser pré-construído na própria ilha. Então, os engenheiros criaram um total de 55 milhões de quilos de segmentos de túnel que foram selados usando navios especialmente projetados.

A maior ponte rodoferroviária da Europa 

A maior ponte rodoferroviária da Europa
Imagem criada por wirestock – www.freepik.com

Outro desafio na construção da Ponte de Oresund era o suporte à linha de trem que funcionaria sobre ela. Isso porque a necessidade de dar suporte à uma linha ferroviária impediu que os engenheiros usassem uma tradicional ponte suspensa de cabos, que seria muito instável para trens.

Portanto, para apoiar o trânsito dos vagões, optou-se por um projeto de ponte estaiada, que transfere peso de volta às torres principais por meio de vários cabos.

A Ponte de Oresund e suas lições de gestão de projetos

A gestão da construção da ponte de Oresund pode ser considerada, por si só, uma maravilha da engenharia. Afinal, o projeto era parte ponte rodoviária, parte ponte ferroviária, parte túnel, parte linha férrea – sem contar a construção de uma ilha artificial. O número de desafios, restrições de design e partes móveis do projeto foi absolutamente impressionante.

Contudo, com todos esses obstáculos – muitos deles sem precedentes –, a ponte de Oresund foi concluída seis meses antes do previsto (e dentro do orçamento).

Em 2003, a ponte Oresund recebeu o Prêmio IABSE (International Association for Bridge and Structural Engineering). Os juízes elogiaram o projeto por seu planejamento inovador, design e gerenciamento de construção, bem como sua conformidade com o cronograma, orçamento e rígidos requisitos ambientais.

Segundo Petter Stänkelström, engenheiro da Skanska, uma das empresas responsáveis pelo projeto, o sucesso deveu-se à excelente cooperação entre clientes e empreiteiros. “Todas as partes foram muito claras em suas comunicações e trabalharam em prol de objetivos comuns”, ressalta.

Além da comunicação clara, outra questão importante em relação ao gerenciamento do projeto que contribuiu para o seu sucesso foi a ênfase na gestão de riscos.

Desde o início, a equipe de gerenciamento de projetos trabalhou para identificar incertezas e quantificar seu possível impacto sobre as metas, priorizar riscos como base para o planejamento de ações e estabelecer planos de contingência em caso de um resultado desfavorável.

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Por fim, durante a implementação dos processos de gerenciamento de risco, a equipe do projeto descobriu algumas lições valiosas:

  • O comprometimento da administração com o processo e sua disposição para implementar as ações são essenciais para o sucesso de um projeto como este.
  • O processo deve se concentrar em um conjunto priorizado de objetivos principais – no caso da ponte de Oresund, o objetivo central era o cumprimento da data de abertura.
  • Os processos de gerenciamento de riscos devem ser separados dos processos de planejamento detalhado – afinal, este exercício testa as estratégias do projeto.
  • O tamanho de um modelo para um processo de gerenciamento de risco estratégico do projeto é limitado a 50 a 100 atividades ou questões.
  • A gestão de riscos deve começar cedo, quando as incertezas são maiores e há muito a ser ganho.
  • É essencial dedicar tempo ao processo de planejamento de ações antes de iniciar a execução.

Leia também: O que analisar em um estudo de viabilidade econômica

Quer conhecer as lições de outras grandes obras? Leia o artigo que reúne histórias de alguns dos maiores marcos da engenharia:

Curiosidades e detalhes sobre a construção de 7 grandes obras da engenharia 

Informações: Øresundsbron; Skanska; Portal Itambé; Road Traffic Technology; PMI

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