Por trás de bons projetos e grandes obras há sempre uma equipe eficiente. Por isso mesmo, gestão de pessoas é um tema que deveria ser debatido com mais frequência dentro de ambientes de engenharia. Essa é uma das missões do nosso blog, inclusive.
Hoje, por exemplo, queremos fazê-lo pensar sobre a forma como você motiva a sua equipe. Vamos lá?
A cenoura e o chicote
Você conhece a teoria da cenoura e do chicote? Esse conceito tem ligação com a seguinte simbologia:
A cenoura pendurada na varinha é utilizada como incentivo para fazer o cavalo continuar indo em frente. Ao mesmo tempo, o animal é condicionado a fugir do chicote que está na parte de trás, fazendo com que vá cada vez mais rápido.
No meio político e organizacional, essa imagem foi traduzida na seguinte mensagem: “As pessoas são motivadas tanto por recompensas como por punições.”
Há registros do uso dessa expressão desde meados de 1830 e, quase 200 anos depois, muitas empresas ainda seguem esse raciocínio para incentivar seus colaboradores.
No ambiente corporativo fica claro o que são cenouras e o que são chicotes:
– As cenouras (os incentivos) geralmente vêm em forma de recompensa financeira: bônus, aumento salarial, comissão etc.
– Já os chicotes (as punições) mais comuns são: aumento no volume de trabalho, ser deixado de lado de um grande projeto ou perder uma promoção.
Mas será que essa é a maneira mais forma eficiente de motivar pessoas?
Não necessariamente!
Estudos mostram que não há ligação clara entre o uso de recompensas e punições e a melhoria na performance. Aliás, pesquisas realizadas por instituições como Massachusetts Institute of Technology (MIT) e London School of Economics (LSE) indicam que, dependendo do tipo de trabalho, recompensas financeiras podem resultar até em um desempenho pior.
Você concorda que de nada adianta conseguir fazer com que um trabalho seja executado, se ele não estiver sendo feito da melhor forma, não?
Pois é, por isso está na hora de repensar esse formato de motivação de pessoas.
O que funciona para motivar pessoas?
Daniel Pink, pesquisador na área de motivação e autor do livro Drive, a surpreendente verdade sobre aquilo que nos motiva, destaca que os seguintes parâmetros foram identificados em um experimento realizado pelo MIT:
– As recompensas financeiras funcionam como motivação, gerando uma melhor performance, no caso de atividades em que há regras específicas e as soluções para os problemas são claras, e em trabalhos que exigem pouco ou nenhum pensamento criativo (como atividades mecânicas e operacionais).
– No entanto, o sistema de recompensa financeira não contribui para um melhor resultado e, muitas vezes, pode até prejudicar a performance, quando as tarefas em questão exigem habilidades cognitivas e não têm regras nem soluções específicas.
Isso acontece, segundo Pink, porque o sistema de motivação baseado na recompensa nos faz focar em um objetivo final específico, deixando de levar em conta outras possibilidades. Esse esquema restringe a visão e, por consequência, a capacidade criativa e o pensamento estratégico.
Mas, vamos com calma…
Isso não quer dizer que seus profissionais não estejam interessados em receber recompensas financeiras. Tudo depende da forma como o incentivo for utilizado. “Se você pagar às pessoas o suficiente para tirar o problema financeiro do cenário, elas não estarão mais preocupadas com o dinheiro e ficarão mais motivadas a pensar no trabalho”, analisa Pink.
Uma vez que você paga os profissionais de forma justa, o autor complementa, há três questões que contribuem para motivá-los de maneira eficiente, resultando em uma melhor performance e em mais satisfação:
– Autonomia: o desejo de se autogerenciar.
– Maestria: a vontade de se aperfeiçoar e desenvolver habilidades.
– Propósito: a necessidade de trabalhar em torno de um objetivo mais amplo.
Assista à palestra de Dan Pink e entenda como dar mais liberdade aos seus colaboradores, ajudá-los a se desenvolver e oferecer um propósito ao trabalho deles pode resultar em uma performance muito melhor do que qualquer bônus poderia promover:
Queremos saber:
- O que você tem feito para motivar os profissionais da sua equipe?
- Além de recompensas financeiras, quais são os outros incentivadores que impulsionam o desempenho dos seus colaboradores?
- Quais são suas dificuldades nesse sentido?
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E lembre-se: ter uma gestão adequada também é um fator crucial para manter os profissionais motivados!