Controle de orçamento, desenvolvimento de prazos e metas, acompanhamento de atividades, gestão de suprimentos, mobilização de equipamentos, coordenação de equipes e de terceiros… O processo de gestão de obras envolve tantas questões que pode se transformar em uma estrutura complexa, cheia de burocracias e barreiras que, por sua vez, geram ineficiência, perda de tempo e dinheiro e desmotivação da equipe.
E, infelizmente, vemos esses problemas acontecerem com frequência na gestão de projetos de construção civil.
Na engenharia, cada etapa de um projeto deve ser acompanhada de forma eficiente para que os prazos possam ser cumpridos, para que a logística da obra possa fluir e para que materiais não sejam desperdiçados. Sem falar de outras questões relacionadas a obra que podem gerar custos para a empresa.
Como simplificar a gestão de obras
A verdade é que diversos processos devem ser levados em conta de forma integrada, e isso, grande parte das vezes, não é feito da melhor forma.
Porém, existe uma saída para simplificar toda essa possível complicação e otimizar as tarefas: a colaboração entre os setores e profissionais envolvidos na gestão de cada projeto. Quem garante isso é Yves Morieux, pesquisador na área corporativa e autor do livro Seis regras simples – como gerenciar a complexidade sem se complicar.
No livro, Morieux explica que para eliminar a complexidade empresarial, o melhor caminho é investir em ações para gerar mais interação entre profissionais e processos de diferentes áreas. “Sempre que as pessoas cooperam, menos recursos são utilizados. Quando não cooperamos, precisamos de mais tempo, mais equipamento, mais sistemas, mais equipes”, aponta.
6 regras para simplificar a gestão
Baseando-se em suas pesquisas na área de gestão, Morieux desenvolveu seis regras que ajudam a simplificar a gestão nas empresas. Confira a seguir mais detalhes sobre cada uma delas e inspire-se para aplicá-las na gestão de sua obra e, assim, conseguir maior produtividade e engajamento da equipe.
Regra 1: entenda o que outros profissionais e áreas fazem: Quando todo mundo entende o que cada membro da equipe faz, fica mais fácil colaborar entre si, evitando retrabalhos e desperdício de tempo e dinheiro. É papel do gestor ter esse conhecimento geral das operações que acontecem no projeto e na empresa e refletir esse posicionamento para sua equipe.
Regra 2: Fortaleça os integradores: Os integradores são os gestores das áreas. Muitas vezes, algumas empresas criam novos setores para integrar os profissionais. Mas acontece que os gestores já possuem esse papel. Então, para não complicar, é importante reforçar o poder desses profissionais. Morieux explica que para transformar os gestores em integradores, é importante remover barreiras hierárquicas. “Assim, as pessoas ficam mais próximas e passam se comunicar de forma mais direta”, garante.
Regra 3: Empodere mais pessoas: Quando as pessoas têm mais poder para tomar decisões e para agir, elas têm mais senso de responsabilidade e, assim, sentem-se motivadas para dar o melhor de si. Ao oferecer mais autonomia aos profissionais, você os incentiva a serem mais comprometidos. “É necessário garantir que as pessoas tenham mais acesso, para que possam correr riscos e cooperar, saindo do isolamento. Se não, os funcionários recuam e ficam descomprometidos”, destaca Morieux.
Regra 4: Aponte para o futuro: Apontar para o futuro significa deixar claro aos profissionais as consequências das ações deles. Ou seja, mostrar o que vai acontecer caso eles não realizem o trabalho necessário. Essa é outra forma de dar mais responsabilidade para a equipe, envolvendo-a no desenvolvimento das tarefas e na evolução dos projetos. Assim, os profissionais se tornam responsáveis pelo fracasso, mas também pelo sucesso da operação.
Regra 5: Melhore a reciprocidade: A reciprocidade da equipe melhora quando há menos barreiras entre os profissionais e as áreas. Para colocar isso em prática, é necessário criar formas de um ajudar o outro no projeto. Incentive o trabalho em conjunto, para que eles possam resolver possíveis divergências e unir forças em busca de um objetivo comum! Morieux indica que, quanto menos autossuficientes e individualistas os profissionais forem, mais colaborativos eles serão e, assim, melhores serão os resultados como um todo.
Regra 6: Recompense quem coopera e culpe os que não cooperam: É importante esclarecer que “culpar”, aqui, não aparece como uma punição. O especialista explica que é importante culpar no sentido de reconhecer e entender os erros cometidos e aprender com eles. Quando as pessoas têm essa visão mais colaborativa do erro, elas se sentem menos pressionadas e mais motivadas a serem transparentes e verdadeiras, pois elas sabem que, se errarem, podem pedir ajuda para converter a situação.
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