Entenda o impacto da taxa Selic na construção civil e saiba como essa taxa movimenta a economia, condicionando níveis de consumo e investimentos
Realizar uma gestão estratégica, adequando-se às transformações do mercado, é um fator fundamental para o sucesso no mercado de construção civil.
Acompanhar o mercado significa, como já comentamos aqui no blog, entender as principais tendências e novas tecnologias que impactam os processos de construção.
Além disso, para se posicionar estrategicamente, também é crucial acompanhar as movimentações da economia. Afinal, entender os momentos mais adequados para investir, crescer e aumentar sua oferta pode ajudá-lo a utilizar o capital de sua construtora ou incorporadora de maneira mais inteligente e eficiente.
Neste sentido, uma das informações a que você precisa ficar atento é a taxa Selic. Isso porque ela condiciona o nível dos juros em empréstimos e investimentos e, portanto, está diretamente relacionada ao aquecimento do mercado imobiliário.
O que é a taxa Selic e como ela interfere na economia?
Selic é a taxa básica de juros da economia. Ela influencia todas as taxas de juros brasileiras – como, por exemplo, as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
Ou seja, a taxa Selic serve como uma espécie sinalização da situação econômica do momento. Esse, aliás, é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.
Funciona assim:
Quando a taxa Selic está alta, os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e cartões de crédito sobem. Esse cenário desestimula o consumo e favorece a queda na inflação (afinal, os preços tendem a cair quando há menos demanda).
Por outro lado, quando a taxa Selic está baixa, empréstimos e financiamentos ficam mais acessíveis, já que os juros cobrados nessas operações também caem. Assim, há maior estímulo para o consumo.
Por fim, há também uma relação entre a taxa Selic e o incentivo às aplicações financeiras. Afinal, quando a taxa sobe, os juros ficam mais altos, favorecendo a queda da inflação e aumentando os lucros de investimentos.
Como a taxa Selic é definida
A cada 45 dias o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne para definir uma meta para a taxa Selic. A decisão sobre essa meta é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos associados.
Depois que a meta é definida, o Banco Central atua como regulador, impedindo que os juros fiquem muito altos e garantindo que a taxa Selic esteja de acordo com o limite estabelecido pelo Copom.
O impacto da taxa Selic na construção civil
A taxa Selic tem o poder de impulsionar ou desacelerar os financiamentos imobiliários e empréstimos, tanto para as construtoras quanto para os compradores.
Com juros mais baixos, torna-se mais atrativo pedir crédito emprestado para construir ou para comprar imóveis. Além disso, quando a taxa Selic está baixa os investidores mais conservadores tendem a buscar imóveis. Então, quando ela se mantém baixa, há uma tendência de aquecimento no mercado, com mais empreendimentos sendo construídos. Nesse cenário, as vendas aumentam – inclusive de programas habitacionais, como o Programa Casa Fácil.
Por fim, outro impacto da taxa Selic na construção civil diz respeito aos custos envolvidos nos projetos. Isso porque a elevação dessa taxa também resulta em aumento dos custos da construção civil. Com insumos mais caros, o preço dos imóveis aumenta, o que pode frear as vendas.
Inflação e a taxa Selic na construção civil no contexto atual
A taxa Selic sofreu uma queda histórica durante a pandemia de Covid-19, atingindo 2%. É por isso que, mesmo em meio à crise global, o setor se manteve aquecido.
“É preciso destacar o ciclo de negócios iniciado ainda em 2020, primeiro ano da pandemia, que foi especialmente impulsionado pelo baixo patamar das taxas de juros. Com isso, o setor ganhou força mesmo diante das dificuldades vivenciadas com o forte incremento no custo dos seus insumos”, destaca Ieda Vasconcelos, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Contudo, o momento pós-pandemia não se mostra tão favorável. Em agosto de 2022, a taxa Selic registrou sua 12ª elevação consecutiva, somando um aumento de 11,75 pontos percentuais e atingindo a marca de 13,75%.
Em nota, a CBIC se posicionou contra a elevação da Selic para controlar a inflação no cenário atual. “Não concordamos com aumentos de Selic, que somente prejudicam a economia e o emprego e não adiantam nada perante uma inflação gerada por preços administrados”, afirmou José Carlos Martins, presidente da entidade.
Segundo análises da CBIC, a elevação da taxa Selic neste momento não é tão efetiva para controlar a inflação porque o aumento dos preços está relacionado a outros fatores externos.
A câmara frisa que acontecimentos internacionais (como, por exemplo, o conflito Rússia x Ucrânia, o desarranjo nas cadeias globais de insumos e o aumento do preço do petróleo e do gás) exercem influência direta na oferta de vários produtos e, portanto, na inflação.
“O aumento de preços acontece no cenário global. Com o início da pandemia, as cadeias produtivas globais foram impactadas e sofreram forte desestruturação. Com o avanço da vacinação, elas iniciaram um processo de readequação. Entretanto, sofreram novo impacto em fevereiro deste ano, com o início dos conflitos entre Rússia e Ucrânia. Dessa forma, a elevação de preços é um fenômeno mundial, e questiona-se até onde vai a eficiência dessa forte elevação nos juros”, frisa Ieda.
Gestão de custos na construção civil
Em meio às flutuações de juros e preços do mercado, muitas vezes pode parecer que você não tem controle sobre os custos dos seus empreendimentos. Em cenários de incerteza, muitos empresários questionam até a eficácia de planejar o orçamento.
Contudo, é justamente em momentos assim que ter uma gestão efetiva de custos pode ajudá-lo a se programar financeiramente de forma mais eficiente e estratégica.
Uma gestão de custos eficiente pode trazer mais previsibilidade, maior preparo para mudanças e mais controle sobre os gastos atuais e futuros.
Para realizar uma boa gestão de custos na construção civil são necessários dados qualificados sobre o projeto. Quanto mais informações, melhor você consegue:
- Gerenciar os gastos envolvidos em cada área;
- Direcionar estrategicamente seus investimentos;
- Identificar potenciais pontos de redução de custos;
- Prever os custos envolvidos na obra com maior precisão.
A CELERE pode ajudá-lo a elevar o patamar de seus orçamentos de obras por meio de uma gestão de custos altamente qualificada.
Fazemos isso por meio do Budget Analytics, nossa plataforma de orçamento executivo, que gera até 400 vezes mais dados e permite a análise de custos (curva ABC) por ambiente.
Com o Budget Analytics é possível, por exemplo:
- Entender a necessidade do cliente e realizar um orçamento adequado à sua realidade.
- Destrinchar dados para facilitar a tomada de decisão com o objetivo de reduzir custos de diferentes serviços.
- Criar diferentes cenários e simular a troca de algum acabamento ou até de alguma metodologia construtiva, visando reduções ou otimizações.
- Elaborar indicadores de projetos e indicadores de custos para cada disciplina, detalhados no último nível de abertura. Assim, cria-se um banco de indicadores comparativos que permite a avaliação da eficiência de cada projeto.
- Rastrear 100% dos serviços levantados e segurança da consistência orçamentária.
- Identificar e alterar custos, com uma média de redução de R$100/m2. Além da economia com custos de gestão de obra durante a execução do projeto, com todos os quantitativos detalhados, também é possível economizar com suprimentos, contratações e medição.
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Informações: Banco Central; Mobuss; Sienge