Não sei se você viu, mas, há alguns dias, a WRI Brasil divulgou um estudo inédito com dados de quase 30 anos sobre a forma urbana das cidades brasileiras. Um dos achados mais importantes foi que as construções estão crescendo mais do que a população.
A pesquisa aponta que, entre 1993 e 2020, o volume de imóveis nas cidades aumentou em um ritmo mais acelerado que o número de habitantes. Isso foi observado principalmente nas grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte – que cresceram verticalmente mesmo enfrentando estagnação ou queda populacional.
Além disso, o estudo revela que, em boa parte das cidades médias e pequenas, o padrão dominante foi o crescimento horizontal – ou seja, com espraiamento urbano, como mostram os infográficos abaixo:
O que isso significa para o seu negócio?
O crescimento urbano em descompasso com a população não é só uma questão de planejamento urbano, também é um alerta para quem investe, constrói ou incorpora. Afinal, quando há construção sem demanda real, surgem riscos como:
- imóveis vazios (frequentemente ligados à especulação ou à financeirização do espaço urbano);
- infraestrutura subutilizada e aumento dos custos fixos da operação;
- pressão por incentivos públicos para viabilizar empreendimentos em áreas com baixa atratividade;
- e, em alguns casos, retração nos valores de venda ou locação.
Esses fatores podem comprometer a rentabilidade de novos projetos – especialmente em cidades onde o crescimento é horizontal e disperso, exigindo maior investimento em mobilidade e infraestrutura.
Por outro lado, o estudo também indica que cidades mais compactas, com adensamento bem planejado, tendem a oferecer:
- maior eficiência no uso do solo e dos recursos públicos;
- valorização imobiliária mais consistente;
- menor impacto ambiental e climático;
- e melhor acesso da população a serviços, transporte e oportunidades econômicas.
Essas são variáveis que cada vez mais entram no radar de bancos, fundos e políticas públicas.
Em um mercado competitivo, compreender as dinâmicas espaciais e demográficas da cidade pode ser o diferencial entre um projeto bem-sucedido e um empreendimento de baixa liquidez.
Como tomar decisões mais seguras nesse cenário?
Se você está avaliando um novo projeto, considerar a dinâmica urbana local, aliada a um bom estudo de demanda e a um orçamento bem fundamentado, pode fazer toda a diferença.
Compreender onde faz sentido construir (e com qual produto) reduz os riscos de sobreoferta, imóveis ociosos ou baixa atratividade comercial. Já um orçamento detalhado, adaptado à realidade de cada cidade, ajuda a antecipar custos com mais precisão e a evitar surpresas durante a execução.
Na Celere, temos apoiado incorporadoras com inteligência de custos e viabilidade financeira desde as primeiras fases do projeto – garantindo mais previsibilidade e segurança para decisões estratégicas.
Está planejando novos empreendimentos para 2025?
Boa semana!
Raphael Chelin
CEO
PS: O estudo completo da WRI está disponível neste link. Vale a leitura.