Assim como o clima na maior parte do país, as notícias do mercado de construção também variaram durante o mês de setembro.
A seguir, apresentamos alguns dos principais destaques dessa agenda, que inclui:
- Resultado do PIB da construção;
- Preços de imóveis residenciais;
- Novo Fundo de Investimento Imobiliário para projetos de alta renda;
- Índice de Confiança na Construção;
- Faturamento da indústria de materiais de construção;
- Relatório de tendências de tecnologias ESG para o mercado imobiliário.
Acompanhe!
PIB da construção cresce 0,7% no segundo trimestre
O Produto Interno Bruto (PIB) da construção no Brasil cresceu 0,7% no segundo trimestre de 2023 em comparação ao trimestre anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE.
Em um comunicado oficial, Ieda Vasconcelos, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), destacou a retomada do crescimento no setor, apesar dos desafios econômicos, e enfatizou a importância da construção para um crescimento sustentado do país.
“Sem dúvidas essa é uma notícia positiva. Mas para que o país alcance um crescimento sustentado, necessariamente a construção civil precisa acelerar o seu ritmo de crescimento. O país não cresce de forma sustentada sem passar pela construção”, enfatizou a economista.
O PIB nacional, por sua vez, cresceu 0,9%, marcando a oitava alta consecutiva nessa comparação.
No entanto, esse resultado é menor do que o registrado no primeiro trimestre (+1,8%). O PIB brasileiro totalizou R$ 2,651 trilhões em valores correntes no trimestre encerrado em junho. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve um avanço de 3,4%. No primeiro semestre do ano, o crescimento do PIB foi de 3,7% em comparação ao mesmo período de 2022.
O desempenho positivo do segundo trimestre é atribuído principalmente ao setor industrial (0,9%) e aos serviços (0,6%). Dentre os serviços, o destaque foi para os serviços financeiros, especialmente os seguros. O setor industrial apresentou resultados positivos nas indústrias extrativas (1,8%) e na construção (0,7%).
Por outro lado, o setor agropecuário foi o único dos três grandes setores da economia a apresentar recuo no trimestre (-0,9%), após um avanço expressivo no primeiro trimestre.
O gráfico abaixo mostra a evolução dos índices de volume com ajuste sazonal, na comparação do PIB da Construção Civil e do PIB do Brasil.
Preços de imóveis residenciais têm ligeira alta em agosto
Os preços dos imóveis residenciais aumentaram em média 0,70% em agosto em dez capitais brasileiras, superando ligeiramente o aumento de 0,63% em julho. No acumulado de 12 meses até agosto, porém, a variação de 10,81% representa uma desaceleração em relação aos 11,49% do acumulado de 12 meses até julho.
Esses dados foram obtidos pela pesquisa mensal do IGMI-R (Índice Geral de Preços do Mercado Imobiliário Residencial), realizada pela Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
A desaceleração no acumulado de 12 meses está ocorrendo desde o início de 2023. As principais cidades brasileiras, incluindo São Paulo, registraram aumentos de preços em agosto, mas sem fugir da desaceleração acumulada de 12 meses. Segundo a análise da Abecip, essa desaceleração não foi acompanhada por um comportamento equivalente no IPCA.
A tendência de desaceleração do IGMI-R pode implicar em redução nas variações acumuladas dos imóveis residenciais até o final do ano. No entanto, a entidade acredita que essa redução não será substancial.
JHSF e EB Capital criam FII para projetos residenciais de alta renda
A JHSF e a EB Capital se uniram para criar um Fundo de Investimento Imobiliário voltado para projetos residenciais de alta renda.
Com início previsto para o quarto trimestre deste ano, o objetivo do fundo é captar até R$ 500 milhões para desenvolver projetos no estado de São Paulo.
A subsidiária JHSF Capital utilizará sua expertise em projetos imobiliários de alta qualidade, enquanto a EB Capital contribuirá com a gestão de investimentos.
O momento é visto como propício para investimentos imobiliários, especialmente no segmento de alta renda, considerado resiliente e menos influenciado pelos ciclos econômicos. Em 2022, as vendas de imóveis de alto padrão aumentaram 67,8% em relação ao ano anterior.
Confiança na construção cai em setembro
De acordo com a sondagem feita pela Confederação Nacional da Indústria junto a 353 empresas – sendo 125 pequenas, 150 médias e 78 grandes –, de 1º a 13 de setembro, empresários e executivos da indústria da construção relataram uma confiança menor e menos disseminada em setembro, na comparação com agosto.
O Índice de Confiança do Empresário (Icei) recuou 3,3 pontos, passando para 53,1 pontos.
Apesar da queda, todos os índices de expectativas da indústria da construção para os próximos seis meses permaneceram acima dos 50 pontos. Ou seja, estão em patamar de expectativas positivas e otimistas, como mostra o gráfico abaixo:
Além disso, a intenção de investimento também teve uma leve queda – embora ainda permaneça em um patamar elevado (43,8 pontos) em comparação com a média histórica (de 37 pontos).
Já a utilização da capacidade operacional permaneceu estável em 68%, seguindo um desempenho semelhante ao do ano anterior.
Por fim, é importante destacar que a evolução do nível de atividade e do número de empregados na indústria da construção tem se mantido abaixo da linha divisória dos 50 pontos, indicando desafios no setor.
Faturamento da indústria de materiais de construção sobe 0,9% em agosto
A edição de setembro da pesquisa Índice da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) – elaborada pela FGV com dados do IBGE – revela que o faturamento deflacionado das indústrias de materiais subiu 0,9% em agosto, na comparação com o mês anterior. Porém, na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve retração de 1%
Para este ano, a estimativa do faturamento aponta contração de 1,0% (o acumulado no ano está em -2,3%).
A pesquisa aponta também os dados consolidados de julho de 2023. No período, a indústria de materiais de construção teve faturamento 1,1% menor que o observado em julho do ano passado. Os materiais básicos tiveram aumento de 2,0% e os materiais de acabamento queda de 6,0% na base de comparação interanual.
Rodrigo Navarro, presidente da Abramat, destaca que apesar da queda em relação a 2022, é possível notar que a retração no ano vem diminuindo mês a mês.
“Fatores específicos relacionados ao setor – como avanços no Projeto Construa Brasil, o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a efetiva implementação do Minha Casa Minha Vida, e a retomada de obras paradas – e aspectos mais amplos, como o início da redução progressiva das taxas de juros, inflação sob controle, e o avanço na aprovação de reformas estruturantes no Congresso poderão contribuir para amenizar a queda no faturamento em 2023”, analisa.
Como novas tecnologias têm impulsionado a agenda ESG no setor construtivo e no mercado imobiliário
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*A Economia B é uma plataforma de conteúdo jornalístico de negócios voltados a ajudar empresas de diversos setores a contribuírem para a construção de um futuro mais justo, equitativo e regenerativo. Na Celere, nós entendemos a importância da construção civil nesse processo. Por isso, convidamos A Economia B para trazer mensalmente para o Giro de Notícias uma informação relacionada ao nosso mercado que ajude a promover reflexões sobre como fazer isso, na prática.