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Como gerenciar resíduos de forma responsável na construção civil

Como gerenciar resíduos de forma responsável na construção civil

Entenda as vantagens de desenvolver um plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil – o PGRSCC – e saiba o que esse documento deve contemplar 

A construção civil vem passando por muitas mudanças. Além da inclusão de novas tecnologias e materiais, cada vez mais nosso mercado valoriza a sustentabilidade das obras.

Portanto, não dá mais para desenvolver um empreendimento sem pensar no impacto ambiental que ele terá – não só na área em que foi construído, mas no planeta como um todo.

Porém, para criar projetos mais sustentáveis é preciso colocar em prática uma série de mudanças na forma de pensar obras, selecionar materiais e também em relação à maneira de lidar com os resíduos. 

Para se ter uma ideia, estima-se que o setor de construção seja responsável por um terço do lixo global gerado no mundo – e por pelo menos 40% das emissões mundiais de dióxido de carbono.

Um dos caminhos para tornar o mercado de construção civil mais sustentável passa por criar sistemas mais ambientalmente responsáveis para o descarte de resíduos.

A boa notícia é que já existem leis que estabelecem diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Entre elas, estão a resolução n° 307/2002, estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída na Lei nº 12.305/2010.

Entre os critérios para o correto descarte dos materiais na construção civil, essa legislação determina que os geradores dos resíduos devem criar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil (PGRSCC).

Leia também: A economia circular e o mercado de construção

O que é o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil – PGRSCC

O que é o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil – PGRSCC
Imagem criada por Kevin Woblick para Unsplash

O plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil é um documento técnico que indica a quantidade de resíduos gerados em construções, reformas, reparos e demolições de obras, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos.

O objetivo do PGRSCC é estabelecer procedimentos necessários para o manejo e descarte ambientalmente responsáveis desses resíduos.

Inclusive, é importante ter em mente que processos de licenciamento ambiental municipal podem exigir esse documento. Além disso, é um item obrigatório para a aprovação dos projetos e emissão de alvará de construção.

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Tipos de resíduos na construção civil

Ao desenvolver um plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil, é preciso listar os resíduos oriundos da construção, separados por tipos de resíduos.

Conforme a resolução n° 307/2002 do Conama, esta é a classificação dos resíduos na construção civil:

Classe A. São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis – como, por exemplo:

  1. De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação. Além disso, encaixam-se aqui resíduos de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
  2. De edificações, componentes cerâmicos (como tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; 
  3. De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto produzidas no canteiro de obras (blocos, tubos, meio fio etc.).

Classe B. São os resíduos recicláveis para outras destinações – tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso.

Classe C. São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação – como, por exemplo, gesso ou isopor.

Classe D. São resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros. Também entram nessa categoria resíduos contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros. Por fim, telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde também são resíduos “classe D”.

Leia também: Dicas de limpeza pós-obra 

O PGRSCC e a destinação dos resíduos na construção civil

O PGRSCC e a destinação dos resíduos na construção civil
Imagem criada por pisauikan para Unsplash

Ao elaborar o PGRSCC, é importante estabelecer como acontecerá o descarte dos resíduos. A resolução do Conama indica que a destinação dos resíduos varia de acordo com sua classificação. Após triagem, o descarte dos resíduos deve ser feito da seguinte maneira: 

  • Resíduos da classe A:
    Devem ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos classe A. Dessa forma, é possível preservar o material para usos futuros.
  • Resíduos da classe B:
    Devem ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário. Além disso, é preciso dispô-los de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.
  • Resíduos da classe C:
    Devem ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.
  • Resíduos da classe D:
    Devem ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

Etapas do PGRSCC

O plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil precisa deixar claro as atividades que o gerador (empresas de construção) realizará em diferentes etapas.

1) Caracterização: nesta etapa, o gerador deve identificar e quantificar os resíduos.

2) Triagem: deve ser realizada, preferencialmente, pelo gerador, na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitando as classes de resíduos de construção civil.

3) Acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando, em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem.

4) Transporte: deve acontecer em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos.

5) Destinação: deve ser prevista de acordo com o estabelecido na resolução n° 307/2002 do Conama.

Vantagens de desenvolver um plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil

Vantagens de desenvolver um plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil
Imagem criada por ArthurHidden – www.freepik.com

Ao desenvolver esse documento, além de atender as exigências para licenciamento ambiental e alvará, sua construtora ou incorporadora estará alinhada às demandas do mercado, cuidando do meio ambiente e fortalecendo a imagem da empresa. Além disso, entre as vantagens do PGRSCC, destacamos, por exemplo:

Redução do impacto ambiental

A correta destinação dos resíduos gerados na construção civil, levando em conta seus diferentes tipos, contribui diretamente para a diminuição do impacto ambiental de suas obras. Portanto, seguir essas diretrizes evita problemas como poluição do ar e contaminação de corpos de água e de solo, por exemplo.

Leia também: Sustentabilidade: um fator crucial para a construção civil

Maior organização

Entulhos de resíduos de construção civil são visualmente desagradáveis e geram uma mensagem negativa em relação à gestão da construção. 

O PGRSCC pode ajudar nesse sentido. Afinal, esse documento estabelece o melhor local para armazenamento dos resíduos, meios de descarte e também as formas adequadas para a coleta dos mesmos. Ou seja, esse processo contribui também para a liberação de espaço e para a organização do canteiro de obras.

Leia também: Como aumentar a eficiência do canteiro de obras     

Fortalecimento da marca

Ter um posicionamento mais sustentável, destinando de forma adequada os resíduos, conta pontos a favor de sua marca. Com clientes e investidores cada vez mais atentos às práticas ESG, ser um empresa ambientalmente responsável se traduz em uma vantagem competitiva importante. Ou seja, é bom para o planeta e para sua estratégia de crescimento.

Leia também: ESG na construção civil

O que gestão tem a ver com sustentabilidade?

O PGRSCC pode ser visto como uma ferramenta de controle, que ajuda a dar o direcionamento correto aos resíduos, evitando que eles causem problemas na obra e para o meio ambiente.

Inclusive, é possível aplicar a mesma lógica à gestão da obra como um todo!

Se sua empresa conta com ferramentas e metodologias que garantem a execução do planejamento e que os processos aconteçam corretamente, isso evitará atrasos, desvios de recursos e prejuízos inesperados.

Por fim, um gerenciamento mais eficiente garante um melhor aproveitamento dos recursos e também torna os processos mais eficientes e rápidos. Isso, por si só, já ajudará a diminuir o desperdício de materiais e a geração de resíduos.

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Informações: Resolução n° 307/2002; Projeta Sustentável

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