O uso da inteligência artificial no mercado de engenharia e construção civil ainda é tímido. No entanto, um estudo realizado pela consultoria McKinsey indica que esse cenário deve mudar no futuro, com essa tecnologia tendo um papel cada vez mais importante no desenvolvimento e no gerenciamento de obras.
Neste artigo, você vai entender como a IA está sendo utilizada por empresas e profissionais de engenharia e construção e saber como ela deve moldar o futuro do nosso mercado.
O que é inteligência artificial
Quando se fala em inteligência artificial, é fácil pensar em exemplos como robôs superinteligentes e carros autônomos. Mas é muito provável que você já tenha interagido com a IA no seu dia a dia – muitas vezes, sem se dar conta disso.
Navegar na Netflix, traduzir uma frase no Google Translate e perguntar a previsão do tempo para o seu telefone são apenas alguns exemplos de tarefas que consideramos simples e naturais, mas que utilizam uma tecnologia que até alguns anos parecia fazer parte apenas de filmes de ficção científica.
Em resumo, podemos dizer que a IA é uma área da ciência da computação formada por sistemas que simulam a capacidade humana de pensar de forma racional e inteligente. É quando uma máquina imita funções do cérebro humano, como aprender e resolver problemas.
O conceito de inteligência artificial é bastante amplo e também não é nenhuma novidade. Para você ter uma ideia, em 1950, antes mesmo do surgimento da web, o matemático Allan Turing publicou o artigo Computing Machinery and Intelligence, em que levantava a hipótese de que as máquinas poderiam pensar e agir como os humanos.
O que mudou de lá para cá? O volume de dados e a capacidade dos computadores de interpretar informações digitais!
Uma das subáreas da inteligência artificial que tem possibilitado a expansão dessa tecnologia chama-se machine learning – campo da ciência da computação que usa algoritmos e estatísticas para “ensinar” os computadores.
O crescimento da disponibilidade de dados digitais e da capacidade computacional de armazenar e processar esses dados são algumas das razões que explicam por que ficou mais fácil para os computadores aprender a “pensar” como nós pensamos. O surgimento de tantas plataformas e sistemas baseados em inteligência artificial nos últimos anos é consequência disso.
A inteligência artificial no mercado de engenharia e construção civil
O McKinsey Global Institute realizou um levantamento com mais de mil startups de softwares de engenharia e construção em todo o mundo para identificar como empresas deste mercado têm adotado as tecnologias digitais em seus processos.
Para saber mais sobre essa pesquisa, leia o artigo:
Este estudo revelou, também, como a inteligência artificial tem sido incorporada na construção civil. Segundo a análise da consultoria, a adoção dessa tecnologia ainda é tímida e poucas empresas possuem os profissionais, as ferramentas e os processos necessários para a implementação da IA.
No que se refere ao uso atual da IA, o estudo indica que ela começa a fazer diferença e trazer resultados práticos no mercado das seguintes formas:
– Sistemas que otimizam os cronogramas do projeto podem considerar milhares de alternativas para a entrega da obra e aprimorar continuamente o planejamento geral do projeto.
– O reconhecimento e a classificação de imagens permitem avaliar dados em vídeo, coletados no campo de obra, para identificar possíveis comportamentos dos profissionais que oferecem riscos e usar essas informações para treinar a força de trabalho.
– Plataformas analíticas podem coletar e analisar dados de sensores, permitindo criar e direcionar soluções em tempo real para cortar custos, priorizar a manutenção preventiva e evitar períodos de inatividade não planejados.
Já falamos sobre algumas dessas possibilidades de usos da inteligência artificial no mercado de engenharia e construção civil em outros artigos. Não deixe de ler!
De acordo com a pesquisa, em comparação com outros 12 mercados, o setor de construção está entre os mais atrasados em relação à aplicação da inteligência artificial em seus processos e, nos próximos três anos, será o mais lento na adoção dessa tecnologia.
É preciso levar em consideração que o desenvolvimento da inteligência artificial no mercado de engenharia e construção civil depende de dados. Ou seja, quanto mais sistemas de inteligência artificial forem utilizados, quanto mais eles tiverem acesso a dados sobre projetos, melhor eles conseguirão “aprender”, e mais eficientes se tornarão. Então, a evolução da inteligência artificial no mercado de engenharia e construção depende diretamente do crescimento do seu uso.
Neste sentido, quanto mais cedo uma empresa começar a investir nessa tecnologia, maior vantagem competitiva ela irá adquirir. Como o setor de construção civil ainda é prematuro no uso de IA, isso pode significar um diferencial estratégico importante para as empresas atentas a essa tendência.
Possibilidades para o futuro
A pesquisa do instituto McKinsey indica que este cenário tímido do uso da inteligência artificial no mercado engenharia e construção civil deve mudar nos próximos anos, graças à expansão da tecnologia no setor e em áreas complementares. Conheça algumas possibilidades citadas no estudo:
1 – Refinamento da qualidade dos projetos
Sistemas de inteligência artificial poderão analisar dados de imagens coletadas por drones no campo de obra para comparar o estado atual da construção com os desenhos do projeto, identificando possíveis falhas de design. Dessa forma, será possível corrigir ou adequar os trabalhos o quanto antes.
2 – Aumento da eficiência da gestão de projetos
Em breve, aplicações de inteligência artificial poderão ser utilizadas para “copiar” processos e projetos com base em modelos 3D gerados no BIM. Essa duplicação automatizaria questões como o desenvolvimento do cronograma e do orçamento, diminuindo consideravelmente o ciclo de tomada de decisão do projeto.
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3 – Retenção e desenvolvimento de talentos
Líderes poderão utilizar machine learning para segmentar diferentes perfis de profissionais e criar ações personalizadas de desenvolvimento e retenção de talentos.
Além disso, sistemas de inteligência artificial poderão ajudar a identificar os melhores candidatos no processo de recrutamento e seleção e indicar as melhores práticas para atrair os talentos de alta performance.
Essa tecnologia ainda poderá prever necessidades de contratação em determinado período, de acordo com a análise do desenvolvimento do projeto e do desempenho dos profissionais.
4 – Otimização constante do design
Sistemas de inteligência artificial poderão recomendar a arquitetos e engenheiros o uso de determinada solução estrutural ou acabamento arquitetônico, de acordo com a análise de critérios como custo total da propriedade, cronograma para completar a execução e probabilidade de erros durante a execução.
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Para pensar:
Uma reflexão importante lançada pelo estudo é que a evolução da inteligência artificial no mercado de engenharia e construção civil passa, prioritariamente, pela digitalização dos processos como um todo.
“Atualmente, o mercado de engenharia e construção investe cerca de 1% em tecnologia – uma proporção significativamente menor do que outras indústrias, como serviços financeiros e manufatura. Como o impacto da IA depende diretamente do acesso a dados estratégicos, as empresas deste setor não poderão tirar proveito da IA sem primeiro investir na digitalização dos processos – que, por consequência, irá gerar os dados necessários para a IA florescer. Isso inclui investir nas ferramentas e recursos certos para coleta e processamento de dados. Pesquisas do McKinsey Global Institute indicam que empresas com um forte histórico de digitalização são 50% mais propensas a gerar lucro com o uso da IA”, destacam os autores do estudo.
Sua empresa está preparada para a revolução digital?
O primeiro passo nessa jornada é desenvolver metodologias de gestão direcionadas à eficiência e à produtividade – e geração de informações estratégicas para guiar as decisões e processos. Ter uma abordagem focada na excelência vai ajudar sua empresa a acompanhar as transformações que o avanço tecnológico irá causar nos próximos anos.
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Informações: McKinsey