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5 notícias que marcaram junho na construção

Foto de SevenStorm JUHASZIMRUS para Pexels

Recorde nas vendas de imóveis e crescimento na confiança na construção estão entre as principais notícias do mercado em junho

Seguindo a toada de maio, junho também trouxe boas notícias para o setor de construção. Neste Giro de Notícias, destacamos:

Além disso, A Economia B traz os destaques de um novo estudo do Fórum Econômico Mundial que propõe 11 alavancas estratégicas para transformar as cadeias de valor do setor de construção e promover uma transição verde.

Boa leitura!

Confiança na construção sobe, mas setor ainda enfrenta desafios

Após dois meses de queda, em maio, o Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), subiu 1,2 ponto, alcançando 96,4 pontos.

Confiança na construção sobe, mas setor ainda enfrenta desafios

A retomada da confiança foi observada nos segmentos de Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados. Apesar da melhora, a confiança abaixo de 100 pontos ainda indica desafios significativos para o setor.

Além disso, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 1,2 ponto, atingindo 95,3 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 1,3 ponto, chegando a 97,8 pontos.

O aumento do ISA-CST foi impulsionado por avanços nos indicadores de situação atual dos negócios e volume de carteira de contratos. No IE-CST, a demanda prevista para os próximos três meses e a tendência dos negócios para os próximos seis meses também apresentaram crescimento.

Por fim, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da construção manteve-se estável em 79,9%. O NUCI de Mão de Obra teve uma ligeira queda de 0,1 ponto percentual (para 81,2%), enquanto o NUCI de Máquinas e Equipamentos subiu 0,7 ponto percentual, alcançando 75,3%. 

Programa Minha Casa, Minha Vida impulsiona recorde de vendas de imóveis, aponta indicador Abrainc

As vendas de unidades residenciais novas alcançaram um recorde nos 12 meses encerrados em março de 2024, segundo o indicador ABRAINC-Fipe, elaborado com dados de 20 empresas pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. 

Neste período, foram vendidas 177.350 unidades, um aumento de 43,1% em relação ao período anterior. Esse volume supera o recorde anterior – de 163,1 mil unidades –, registrado em dezembro de 2023.

O valor das vendas também apresentou crescimento expressivo (de 47,4%), totalizando R$ 54,3 bilhões.

No primeiro trimestre de 2024, a venda de imóveis novos cresceu 43,9% em comparação ao mesmo período de 2023. O setor de média e alta renda registrou um aumento significativo nos lançamentos, com alta de 145,7% no volume lançado e de 151,4% no valor dos lançamentos. As vendas nesse segmento cresceram 20,5% em unidades e 45,6% em valor. O MCMV também apresentou crescimento, com alta de 35% no volume de lançamentos.

O presidente da ABRAINC, Luiz França, destacou a necessidade de ampliar a oferta de financiamento para a classe média para acompanhar o crescimento do mercado imobiliário. Ele sugeriu a liberação de 5% do compulsório bancário sobre depósitos de poupança para aumentar a oferta de crédito. 

Nos 12 meses encerrados em abril de 2024, o volume de financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caiu 15,6%, e o número de unidades financiadas diminuiu 29,8%. França também defendeu o avanço do programa Acredita para estimular a securitização de créditos e permitir a emissão de financiamentos pelas incorporadoras.

Abramat eleva projeção de faturamento para o setor de material de construção em 2024

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Material de Construção (Abramat) aumentou a projeção de faturamento para 2024, passando de 2% para 3%. 

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção do FGV-Ibre, o setor apresentou um crescimento de 4,1% no faturamento de janeiro a maio de 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior.

Em maio de 2024, o setor registrou um aumento de 2,9% no faturamento em comparação ao mesmo mês do ano passado, embora tenha havido uma queda de 3,6% em relação a abril de 2024 devido a ajustes sazonais. O crescimento contínuo ao longo dos últimos 12 meses, com um incremento tímido de 0,8%, reforça a resiliência do setor e sustenta a projeção mais otimista para o ano.

O presidente da Abramat, Rodrigo Navarro, destacou que a indústria de materiais de construção está operando com 70% da capacidade instalada, mas pode chegar a 90% se a demanda aumentar. Navarro apontou a retomada de investimentos em infraestrutura, construção civil e políticas governamentais, como o programa Minha Casa, Minha Vida, como fatores que podem impulsionar ainda mais as vendas.

A diferença de desempenho entre materiais básicos e de acabamento também foi notável. Enquanto os materiais básicos cresceram 1,0% em relação a maio de 2023, os materiais de acabamento tiveram um crescimento robusto de 6,2%. 

Enquanto a inflação da construção civil reduziu ritmo em maio…

A inflação da construção civil desacelerou para 0,17% em maio, de acordo com o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo IBGE.

Este valor representa uma queda significativa em relação aos 0,41% registrados em abril. No acumulado de 12 meses, o índice subiu 2,31%, ligeiramente abaixo dos 2,51% registrados até abril. Em maio de 2023, a inflação mensal foi de 0,36%.

O custo nacional da construção por metro quadrado aumentou para R$ 1.739,26 em maio, em comparação com R$ 1.736,37 em abril. Este valor inclui R$ 1.006,80 referentes aos materiais e R$ 732,46 à mão de obra. A parcela dos materiais teve uma ligeira queda de 0,05% no mês, a menor variação do ano, enquanto a mão de obra apresentou um aumento de 0,46%, embora inferior aos 0,83% de abril.

O estado do Acre registrou a maior alta mensal, com 2,16%, seguido por Maranhão e Distrito Federal, com 1,88% e 1,60%, respectivamente. Essas regiões tiveram suas taxas influenciadas principalmente pelos acordos coletivos de trabalho. A região Norte teve a maior variação regional em maio, com alta de 0,34%, enquanto as demais regiões variaram entre -0,03% e 0,32%.

Segundo Augusto Oliveira, gerente do Sinapi, a queda na inflação dos materiais e a estabilidade relativa na mão de obra, mesmo com os dissídios coletivos, são indicativos de um mercado de construção civil que enfrenta desafios, mas continua a mostrar resiliência. A expectativa é de que as políticas governamentais e os investimentos em infraestrutura continuem a influenciar o setor nos próximos meses.

… o custo da construção aumentou 0,93% em junho

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) aumentou de 0,59% em maio para 0,93% em junho, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Esse resultado elevou o acumulado em 12 meses para 3,77%. 

O aumento foi impulsionado tanto pelos custos de Materiais, Equipamentos e Serviços (que subiram de 0,27% para 0,46%) quanto pela Mão de Obra (que saltou de 1,05% para 1,61%).

Os principais itens que contribuíram para a alta do INCC-M em junho foram os serviços de pedreiro (1,45%), armador ou ferreiro (2,14%) e eletricista (1,61%). Além disso, os preços de condutores elétricos e operadores de máquina também tiveram aumentos significativos. 

Por outro lado, itens como vergalhões e arames de aço ao carbono, tela alambrado/gradil metálico e tela de proteção para fachada registraram quedas, ajudando a conter um aumento ainda maior do índice.

Entre as capitais pesquisadas pela FGV, Brasília (DF), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP) registraram aceleração nos custos da construção. Em contrapartida, Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) tiveram desaceleração, indicando variações regionais nos custos de construção ao longo do mês.

Construindo um futuro verde: A transformação dos edifícios

Por A Economia B*

Os edifícios são responsáveis por uma parcela significativa das emissões globais de CO2 e pela perda de habitat das espécies. Sabendo disso e pensando em ajudar o setor de construção civil a lidar melhor com suas emissões, na semana passada, o Fórum Econômico Mundial lançou o estudo “Towards Green Building Value Chains: China and Beyond”, que destaca a importância de uma transição verde na construção civil, com foco em toda a cadeia de valor. 

O relatório aponta que o desenvolvimento de edifícios sustentáveis requer uma abordagem holística que abranja desde o planejamento inicial até o fim de vida dos edifícios, integrando esforços de diversos atores para minimizar o impacto ambiental.

A partir disso, o material identifica 11 alavancas principais para reduzir até 80% das emissões na construção:

Segundo as especialistas que assinam o relatório, a implementação dessas alavancas, com a colaboração de 25 funções distintas na cadeia de valor, pode gerar um valor estimado de US$ 1,8 trilhão até 2030.

Para enfrentar as barreiras na descarbonização dos edifícios, o estudo propõe soluções como:

Essas ações visam mobilizar uma comunidade unificada de stakeholders na construção civil, impulsionando avanços tecnológicos e transformando a visão de edifícios verdes e sustentáveis em realidade.

O relatório na íntegra (em inglês) está disponível aqui. Leia para entender como podemos construir juntos um futuro mais verde e sustentável.

*A Economia B é uma plataforma de conteúdo jornalístico de negócios voltados a ajudar empresas de diversos setores a contribuírem para a construção de um futuro mais justo, equitativo e regenerativo. Na Celere, entendemos a importância da construção civil nesse processo. Por isso, convidamos A Economia B para trazer uma informação relacionada ao nosso mercado que ajude a promover reflexões sobre como fazer isso.

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