Recentemente, o jornal Gazeta do Povo publicou uma matéria em que apresenta dados preocupantes sobre o momento da engenharia no Brasil. Dentre os dados levantados pela reportagem, destaca-se negativamente a informação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que aponta que, desde 2014, o número de profissionais demitidos é maior que o de contratados em praticamente todas as áreas da engenharia. Bem por isso, precisamos falar sobre empreender na engenharia.
Hoje vamos compartilhar algumas reflexões com você a respeito desse que pode ser um novo cenário para o mercado de engenharia no pós-crise. “Por conta do momento econômico, o Brasil está sem recursos. Os empresários estão sem confiança para investir e os bancos diminuíram os créditos. Por isso, o país deu uma estagnada com relação a novas obras”, explica Raphael Chelin Pinheiro Machado, sócio da Celere.
Por outro lado, à medida que a economia começa a retomar, novos projetos surgem. No dia 19/10/2017 o Valor Econômico afirmou que “Direcional Engenharia, Even Construtora e Incorporadora, EZTec, Gafisa, MRV Engenharia e Tenda lançaram, em conjunto, Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 3,544 bilhões,com alta de 69% na comparação anual”, um bom termômetro do setor atualmente.
As oportunidades existem para empreender na engenharia
Enquanto engenheiros, temos a missão de solucionar problemas e contribuir para o desenvolvimento do país. O Brasil é ainda um país em construção, bem como explica Machado. “Temos um enorme déficit habitacional, faltam hospitais, faltam creches, a infraestrutura é precária (portos, malha ferroviária e rodoviária para escoamento da produção agropecuária), o transporte das grandes cidades é um caos (existe uma necessidade latente de construção de mais linhas de metrô para transporte urbano), temos um problema de matriz energética (se o Brasil voltar a crescer, precisamos agir rapidamente, para não faltar abastecimento de energia) e o saneamento básico é uma tristeza (metade dos brasileiros ainda não possuem esgoto)”, resume.
Se você atua em segmentos que não foram citados acima, provavelmente consegue pensar em outras carências e oportunidades. Mas a verdade é que, independente das necessidades do Brasil, as exigências do mercado com relação ao profissional de engenharia mudaram. Em parte, isso se deve aos efeitos de um mundo pós-crise. Mas, também, às inovações provocadas pelos avanços tecnológicos. E a tendência é que o futuro ainda nos reserve muitas surpresas. Recentemente, nós falamos aqui sobre as habilidades fundamentais do engenheiro do futuro. Vale a leitura!
Ou seja, independentemente de crises (que vêm e vão) e da tecnologia, enquanto engenheiros precisamos nos reinventar constantemente. E uma das saídas pode ser o empreendedorismo.
O Brasil precisa de engenheiros empreendedores
Se o mercado de trabalho está complicado, precisamos criar oportunidades. “Embora o momento seja bastante difícil, acredito que nós, engenheiros, tenhamos que nos reinventar, talvez como empreendedores. Os empreendedores olham muito a necessidade. E sabendo que ela existe, será que não podemos pensar em formas diferentes de solucionar os gargalos do Brasil ao mesmo tempo em que superamos a crise? Mesmo que exista uma variável importante da equação (governo), será que não podemos, através do empreendedorismo na engenharia, fazer algo inovador (diferente da forma tradicional de se estruturar/viabilizar obras)?”, questiona.
“Nós começamos a fazer nossa parte aqui na CELERE. Diminuímos os desperdícios e conseguimos ajudar nossos clientes a serem mais eficientes, podendo executar mais obras com a mesma estrutura”, finaliza Machado.
E você, o que pode fazer?
Fontes:
Gazeta do Povo: A crise virou do avesso a carreira de engenharia, mas nem tudo está perdido
Valor Econômico: Construção civil dá sinais de uma nova fase