Em abril, estas foram algumas das notícias mais importantes para o setor de construção:
- Vendas de imóveis têm alta de 39,8% em um ano
- Prévias operacionais do 1º trimestre revelam bons resultados para incorporadoras
- Pesquisa aponta insatisfação dos empresários da construção com condições financeiras
- Abramat revela crescimento interanual no faturamento da indústria de materiais de construção
- CUB registra aumento de 0,20% em 2024
- Construção de casa sustentáveis cresce 40% no Brasil
Chegou a hora de ficar por dentro dos detalhes sobre cada uma delas.
Boa leitura!
Vendas de imóveis têm alta de 39,8% em um ano
Um estudo elaborado com dados de 20 empresas do setor pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou que as vendas de novos imóveis registraram alta de 39,8% no acumulado de 12 meses encerrado em janeiro deste ano.
Segundo o indicador Abrainc-Fipe, 171.627 unidades foram vendidas nesse período.
O desempenho positivo das vendas reflete medidas para ampliar o acesso à moradia. Aqui, falamos sobre regras estáveis para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), além de iniciativas como a regulamentação do RET de 1% e o FGTS Futuro.
Tanto o segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) impulsionaram esse crescimento. Além disso, estabeleceu-se um novo recorde para o índice.
O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) continua apresentando bom desempenho. Houve aumento de 15% no volume de unidades vendidas e 22,1% no valor de vendas. Apesar de uma redução no valor total lançado, indicando uma readequação nos níveis de estoque, a duração da oferta diminuiu para 15 meses.
Já o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) registrou aumentos expressivos tanto no volume de unidades vendidas (52,6%) quanto no valor total de vendas (65,3%). Isso reflete os esforços para facilitar o acesso à moradia para famílias de baixa renda.
A eficácia do marco legal estabelecido em 2018 é evidente na baixa relação de distratos sobre vendas no segmento MAP (11,5%).
O presidente da Abrainc ressalta que a continuidade da redução da taxa Selic em 2024 será crucial para o setor imobiliário, tornando os financiamentos habitacionais mais acessíveis e impulsionando o progresso econômico e social do Brasil.
A expectativa é de aumento nas vendas de imóveis para investimento, especialmente com o recente aumento nos preços dos aluguéis, fortalecendo a demanda por ativos imobiliários.
Prévias operacionais do 1º trimestre revelam bons resultados para incorporadoras
De acordo com o jornal Valor Econômico, as prévias operacionais do primeiro trimestre revelaram um cenário otimista para o mercado imobiliário, destacando o impacto das mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e o entusiasmo dos clientes de média e alta renda diante da queda dos juros.
Dados de 17 incorporadoras indicaram um aumento significativo nas vendas e lançamentos, com uma elevação de 44% no Valor Geral de Vendas (VGV) para as empresas atuantes no MCMV e de 49% para aquelas voltadas ao segmento de média e alta renda.
Pesquisa revela insatisfação dos empresários da construção com condições financeiras
A mais recente edição da pesquisa Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelou que os empresários do setor estão insatisfeitos com as condições financeiras.
Segundo o levantamento, no primeiro trimestre de 2024, houve uma queda de 3 pontos no índice de satisfação com a situação financeira. A queda é atribuída principalmente às taxas de juros ainda consideradas altas pelos empresários.
Além disso, tanto o índice de satisfação com a margem de lucro operacional quanto o de facilidade de acesso ao crédito também apresentaram declínio, indicando dificuldades financeiras contínuas.
Ainda assim, para o futuro, os empresários demonstram expectativas positivas em relação a novos empreendimentos, empregos e compra de insumos e matérias-primas.
Além disso, o índice de intenção de investimento na indústria da construção apresentou um aumento significativo em abril. Isso indica um otimismo renovado em relação aos investimentos no setor.
Abramat revela crescimento interanual no faturamento da indústria de materiais de construção
A nova edição da pesquisa Índice, divulgada pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), apontou um crescimento de 2,8% no faturamento deflacionado das indústrias do setor até março em comparação com o mesmo período do ano passado.
Entretanto, em relação a março de 2023, houve uma queda de 0,7%, além de uma redução de 1,6% em comparação com fevereiro de 2024. Dessa forma, uma sequência de três meses de crescimento foi interrompida.
Apesar dessa leve retração em março, os dados indicam um faturamento 5,2% maior em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Este é o terceiro mês consecutivo de alta nessa comparação, indicando uma tendência de crescimento sustentável.
Segundo o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro, apesar dos desafios macroeconômicos – como crédito caro e endividamento das famílias –, a expectativa é de crescimento de 2,0% no faturamento total deflacionado dos materiais de construção este ano, impulsionado pela retomada de obras e outros desenvolvimentos setoriais.
CUB registra aumento de 0,20% em 2024
O Custo Unitário Básico (CUB) global da indústria da construção do Estado de São Paulo mostrou uma variação positiva de +0,10% em março de 2024, acumulando uma alta de +2,76% em 12 meses e de 0,20% no ano corrente.
Divulgados pelo SindusCon-SP e pela FGV, esses dados revelam uma tendência de aumento nos custos das construtoras, sendo o CUB um índice fundamental para os registros de incorporação dos empreendimentos imobiliários.
Em relação aos custos de mão de obra, a variação foi positiva em +0,04% em março, +0,06% no ano e +4,58% em 12 meses.
Os custos com materiais também tiveram aumento, com variação de 0,18% em março, acumulando alta de 0,40% no ano e +0,35% em 12 meses. O CUB representativo da construção paulista (R8-N) atingiu R$ 1.961,78 por metro quadrado em março.
Na categoria de obras desoneradas da folha de pagamentos, o CUB registrou um aumento de 0,10% em março. Assim, acumulou +2,62% em 12 meses e +0,21% no ano.
Isso reflete um cenário de aumento de custos. Na prática, diversas categorias de materiais apresentando variações acima do IGP-M em março. Caso, por exemplo, de fechadura, brita, emulsão asfáltica, entre outros.
O CUB é calculado regionalmente pelos diferentes Sindicatos da Indústria da Construção Civil, com base nos preços dos produtos e serviços ligados ao setor. Confira, na tabela abaixo, quais foram as variações em cada um dos estados brasileiros.
Além disso, também há o CUB Brasil – média ponderada nacional calculada para servir como referência para os preços regionais. A atualização mais recente é a de fevereiro de 2024. Na ocasião, o CUB Brasil ficou em R$ 2.078,00. Ou seja, variou 0,26% em relação a janeiro e com acumulado de 3,11% em 12 meses.
Construção de casa sustentáveis cresce 40% no Brasil
Por A Economia B*
Desde que A Economia B passou a ter este espaço no Giro de Notícias do mercado de construção da Celere, apresentamos diversos dados que mostram o impacto das atividades do setor no meio ambiente e, consequentemente, no planeta.
Por exemplo: você sabia que a construção civil é responsável por cerca de 38% das emissões de dióxido de carbono no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU)?
Pois é. Mas algumas iniciativas interessantes têm surgido para diminuir esse impacto. As construções sustentáveis são exemplos disso.
De acordo com o Green Building Council Brasil, o número de construções verdes residenciais cresceu 40% no país em 2023, saltando de 8 para 20 empreendimentos.
Um dos principais impulsionadores desse fenômeno é o crescente interesse dos consumidores finais em soluções de baixo impacto ambiental, como o steel frame, por exemplo – material que inclusive já foi tema de um artigo por aqui (vale a leitura).
Esta técnica construtiva, que utiliza estruturas de aço galvanizado como base, tem se destacado não apenas por sua durabilidade e resistência, mas também por sua contribuição para a redução do desperdício de recursos e para a sustentabilidade do ambiente.
Segundo o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), o uso de steel frame reduz significativamente o consumo de recursos naturais (como madeira). Afinal, a estrutura de aço pode ser reciclada e reutilizada em novas construções.
Além disso, a fabricação das estruturas de aço é menos poluente do que métodos considerados tradicionais. Consequentemente, a pegada de carbono durante todo o ciclo de vida do edifício é reduzida.
Ainda segundo a entidade, optar pela construção industrializada em aço permite maior precisão e controle de qualidade durante todo o processo construtivo. Isso, por sua vez, resulta em menos desperdício de materiais e em prazos de entrega mais curtos.
Para o CBCA, à medida que a conscientização sobre o impacto ambiental das escolhas construtivas se amplia entre os consumidores, a crescente demanda por residências sustentáveis continuará a impulsionar o crescimento do setor da construção em aço.
*A Economia B é uma plataforma de conteúdo jornalístico de negócios voltados a ajudar empresas de diversos setores a contribuírem para a construção de um futuro mais justo, equitativo e regenerativo. Na Celere, nós entendemos a importância da construção civil nesse processo. Por isso, convidamos A Economia B para trazer para o Giro de Notícias uma informação relacionada ao nosso mercado que ajude a promover reflexões sobre como fazer isso.