O que é o trabalho no mercado de engenharia e construção se não o desenvolvimento coletivo de ideias e concepções e a troca constante dessas informações entre diferentes partes? No entanto, para acontecer de maneira efetiva, este processo de criação, representação e troca de ideias exige um meio de comunicação eficiente.
No passado, desenhos detalhistas feitos à mão, com indicação de especificações técnicas, eram considerados a forma mais prática de comunicar determinada imagem ou conceito, indicando como deveria ser o resultado final do projeto.
Porém, este meio de transmitir uma ideia – que, muitas vezes, existe apenas na mente de uma pessoa e precisa ser repassada de forma uniforme para um grupo – muitas vezes se mostrou ineficiente…
A tecnologia tem contribuído muito nesse sentido, oferecendo ferramentas digitais que geram uma representação mais fiel do projeto, diminuindo as chances de falhas de interpretação e de erros que geram prejuízos e afetam a produtividade.
Neste sentido, o BIM promete ser a próxima evolução desse processo
Afinal, por meio de uma plataforma compartilhada e integrada a tecnologias de ponta, o BIM fornece ferramentas para traduzir com extrema precisão ideias e concepções de projetos, e permite que todos os envolvidos estejam atualizados em relação à evolução e às modificações na obra.
Revolução tardia, mas inevitável
É fato: o mercado da construção civil está atrasado em relação à adoção de novas tecnologias que contribuem para o aumento da eficiência dos processos.
A produtividade em nosso segmento cresceu apenas 1% nas últimas duas décadas, enquanto a média geral da economia global foi de 2,8%. E ainda, análises apontam que o setor de construção é o segundo pior em relação à digitalização dos processos.
Mas tudo isso está mudando, e mudando muito rápido!
Cada vez mais tecnologias importantes e já maduras em outros mercados entram também no setor de engenharia e construção. É o caso, por exemplo, dos drones, da internet das coisas, da inteligência artificial, da impressão 3D, da realidade virtual e da realidade aumentada.
Na prática, isso significa que, atualmente, além dos fornecedores tradicionais (como encanadores, marceneiros e eletricistas), as empresas de construção civil podem contar com parceiros da área de tecnologia para o desenvolvimento mais eficiente da obra.
E a vantagem de estar “atrasado” nessa corrida da digitalização dos processos é que, no cenário atual, muitas das barreiras para o avanço dessas tecnologias já foram derrubadas: a tecnologia móvel está avançada, há acesso fácil a bancos de dados na nuvem e a conexão de internet é superveloz.
Aliás, é por conta desse contexto favorável à digitalização que o BIM tem ganhado tanto destaque nos últimos tempos.
O potencial do BIM para aumentar a produtividade na construção civil
O BIM (Building Information Modeling) nada mais é do que um método de planejamento digital para projetos de construção. Por meio do BIM, todas as partes interessadas têm acesso ao mesmo banco de dados.
– E por que isso, que parece algo tão simples, representa tanto para o mercado de construção civil?
A questão é que, com uma gestão integrada e com ferramentas avançadas de representação gráfica, o processo de transmissão de ideias que citamos anteriormente torna-se mais fácil e eficiente. Todos os envolvidos conseguem “ler” com mais exatidão as ideias e concepções de cada um, resultando em mais transparência nos processos, em um planejamento mais preciso e no aumento da eficiência e produtividade em todas as pontas.
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O que é BIM e como esta ferramenta está revolucionando a engenharia
Por que o BIM pode contribuir para uma virada na produtividade da construção civil?
O poder dos dados
O BIM pode ser utilizado em diferentes fases de um projeto para criar documentos compartilhados, facilitar conexões entre contratantes e criar uma biblioteca de informações, gerando uma rede realmente conectada e que simplifica processos, evita erros e acelera o trabalho.
Neste sentido, uma das principais contribuições do BIM para o aumento da produtividade é o acúmulo de dados estratégicos em relação aos processos. As informações produzidas, compartilhadas e armazenadas pelo BIM podem ser utilizadas para criar procedimentos e métodos replicáveis com base no melhor custo, no melhor desempenho e nas melhores técnicas de instalação utilizadas em projetos anteriores.
Com acesso a uma biblioteca de dados e informações de experiências prévias no BIM, os profissionais poderão identificar possíveis problemas com mais rapidez, e agir para resolvê-los antes que eles gerem prejuízos. Além disso, será possível prever resultados e definir cronogramas com mais precisão.
BIM integrado a outras tecnologias
Citamos anteriormente algumas das tecnologias que têm sido aplicadas no mercado de engenharia e construção, tais como internet das coisas, inteligência artificial e impressão 3D, por exemplo.
Quando integradas ao BIM, essas tecnologias aumentam ainda mais o potencial de gerar mais eficiência e produtividade no planejamento, no desenvolvimento e na gestão dos projetos em construção civil. Ou seja, o impacto disruptivo BIM poderá ser ampliado à medida que novas tecnologias forem incluídas às suas plataformas.
Por exemplo:
– Os arquitetos podem mostrar seus designs usando a realidade virtual (que permite que as pessoas “caminhem” pela estrutura como se ela já estivesse pronta). Essa ferramenta de visualização pode ser compartilhada no BIM, onde todos os envolvidos terão acesso e poderão indicar suas considerações.
– Esse mesmo tour de realidade virtual poderá ser usado para explicar detalhes aos trabalhadores, apontando as questões que precisam ser feitas ou alteradas.
– As informações coletadas por drones no canteiro de obra poderão ser automaticamente carregadas no BIM, ajudando todos a manterem-se informados quanto ao status atual do desenvolvimento do projeto.
– O BIM também possibilita que modelos de materiais impressos em 3D sejam integrados em projetos, permitindo que eles sejam testados e movidos rapidamente para prototipagem.
Tudo isso deve resultar em processos mais eficientes e ágeis, maior precisão na comunicação, menos erros e retrabalhos e, consequentemente, mais produtividade e lucratividade. É o que você deseja, não?
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O que são os níveis de maturidade do BIM
Então, sua empresa está preparada para fazer parte dessa revolução?
Saiba que, para alcançar todo o potencial de maior produtividade oferecido pelo BIM, as organizações precisam adaptar sua cultura e seus processos e preparar os colaboradores.
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Informações: BCG; Roland Berger; Phil Bernstein